O corpo do improvisador (original) (raw)


Investiga-se a Improvisação de Dança como experiência de criação imediata da dança, visando compreender este (meta)fenômeno em suas condições de apresentação e especificidades. A pesquisa dá continuidade aos estudos iniciados no Mestrado em Arte (UNICAMP), no qual propomos um conjunto de procedimentos dirigidos à preparação do dançarino-improvisador baseados na experimentação, esvaziamento e em princípios técnicos do movimento corporal, chamado “prática corporeoenergética”. Neste doutorado, apresentamos uma reflexão do tema nos entrelugares da Dança, Teatro, Filosofia e Educação, a fim de poder contribuir para a elaboração de outros pensamentos sobre as vivências artísticas e pedagógicas da improvisação de dança. Encontramos nas filosofias de José Gil e Gilles Deleuze paisagens conceituais que nos ajudam a pensar o encontro criativo do improvisador com a dança. Dance Improvisation is investigated as an experience of immediate dance creation, in order to understand this (Meta) phenomenon in its performance conditions and specific. The research gives continuity to the studies initiated during the Master Degree in Arts (UNICAMP), in which we proposed a set of procedures for the preparation of the dancer-improvisor based upon experimentation, emptying, and on technical principles of body movement, called “corporeal-energetic practice”. On this doctor’s degree, we present a reflection on the topic in the spaces between Dance, Theater, Philosophy, and Education, in order to contribute to the elaboration of other thoughts on artistic and pedagogical experience of dance improvisation. We have found on José Gil and Gilles Deleuze philosophy, conceptual landscapes that help us to think the creative conjunction of improvisor and dance.

A experiência singular da improvisação produz novos campos problemáticos para pensarmos a dança e a criação artística. Neste artigo apresento uma reflexão sobre a improvisação nos entrelugares da dança, filosofia e educação tecendo ideias em dialogo com os pensamentos dos filósofos José Gil, Gilles Deleuze e Jorge Larossa Bondía. Destaco a importância do esvaziamento e da experimentação como preparação do dançarino-improvisador para a criação imediata da dança e discuto o conceito de corpo paradoxal proposto por Gil. Abstract: The unique experience of improvisation produces new conflicting fields in which to consider dance and artistic creation. In this article I propose a reflection on improvisation in the spaces between dance, philosophy and education, interweaving ideas in a dialogue with the thoughts of the philosophers José Gil, Gilles Deleuze and Jorge Larossa Bondía. Here I highlight the importance of emptiness and experimentation for the dancer-improviser's immediate creation of dance. I also discuss the concept of the paradoxical body proposed by Gil.

Neste artigo apresentaremos uma reflexão sobre a Improvisação de Dança no entrelaçamento entre Arte, Educação e Filosofia. Inicialmente, focalizaremos as condições de manifestação da improvisação, em um esforço de pensamento que visa apreender como ela se produz e como é experimentada. Depois nos aproximamos da pessoa-improvisador em estado de criação de dança recorrendo ao conceito de consciência do corpo, elaborado pelo filósofo português José Gil, o qual nos ajuda a compreender a modificação de consciência frequentemente relatada por artistas improvisadores. Improvisar a singularidade da dança é entrar no fluxo da improvisação, a dança de Atikthê; é habitar a zona de indeterminação do movimento na qual operamos diretamente com a imprevisibilidade e com a descontinuidade do espaço-tempo. Mas, sobretudo, estar em contato com o invisível fenomênico das pequenas percepções. Entre níveis de intensidade acontece a modificação da percepção do improvisador e sua consciência se impregna de corpo. Para alcançarmos este limiar em sala de aula, acreditamos ser importante que a preparação técnico-expressiva do improvisador também seja uma experimentação criativa e que o improvisador aprenda a escolher com o corpo. Abstract In this article, a reflection on Dance Improvisation in the context of Arts, Education and Philosophy will be shown. Initially, the conditions of improvisation manifestation will be focused, in an effort of thinking that strives for apprehending how it is produced and how it is experienced. Afterwards we will approach the person-improvisor in his/her state of dance creation, making use of the concept of body awareness, elaborated by the Portuguese philosopher José Gil, which helps us in understanding the alteration of awareness frequently reported by improvising artists. Improvising the singularity of dance is to get into the flow of improvisation, the dance of Atikthê; is to inhabit the indetermination zone of movement in which we directly work with unpredictability and with the discontinuity of space-time. But above all, to be in touch with the phenomenalistic invisible of little perceptions. Between levels of intensity the modification of the improvisor's perception happens, and his/her awareness impregnates with body. In order to reach this threshold in the classroom, we believe it is important that the improvisor's technical-expressive preparation is also a creative experimentation and that the improvisor learns to choose with the body.

Durante o segundo semestre de 2015, o grupo de pesquisa Sonoridades Multiplas, coordenado pela profa. Consiglia Latorre, da Universidade Federal do Ceara, ofereceu uma serie de oficinas de improvisacao livre em musica para os alunos da licenciatura em Musica e demais interessados da comunidade academica ou externa a fim de propor-lhes outros modos de convivencia com a improvisacao e com a escuta. Esta cartografia busca, atraves de um texto-fluxo, revisitar este processo e marcar as mudancas geradas nos corpos dos alunos de Musica – alguns ja marcados pela disciplinarizacao da educacao formal de modelo conservatorial, outros nem tanto – a partir de suas imersoes na improvisacao livre. Munida da critica de Deleuze-Guattari ao capitalismo e a seu modo de producao; do pensamento de Jean-Luc Nancy, Murray Schafer e Conrado Silva acerca da escuta; da analise de Michel Foucault em relacao a disciplina e seus modos de dominacao dos corpos; assim como das elucubracoes de Chefa Alonso e Roger...

Estabelecendo vizinhancas entre a danca e a filosofia nomade de Deleuze e Guattari, o presente estudo propoe-se a produzir uma experimentacao em que as nocoes de corpo e aprendizagem conquistam sentidos de performance e que nos permitem encarnar, nesta escrita, uma politica de narratividade que e atravessada pela a danca, o dancante-professor, os dancantes-alunos. As questoes aqui apontadas, mobilizadas por uma investigacao cartografica que perpassa uma oficina de danca e uma escola de danca, abrem discussoes acerca das nocoes de corpo, arte e aprendizagem, procurando pensar a nocao de corpocriacao para falar de uma constituicao outra do sujeito a partir do funcionamento de um dispositivo concreto. O sujeito “cai na roda da danca” e vivenciando as improvisacoes e as imitacoes inventivas, produz a roda e se produz na roda, performando e performando-se. O sujeito “cai na aula de danca” tracando linhas de fuga que vazam da forma do conteudo oferecido para um fluxo coletivo, permitindo ...

This essay intends to stablish a dialogue between life and art conceptions, and the formative context that have been built through history, particularly at educational institutions. Building on Foucault's critique to "docile bodies" and disciplinary institutions, we developed the concept of "Stagnant Body" and propose, through an improvisational approach in art - such in dance experience of the authors as in Henri Cartier-Bresson's work, perceived here as a sensitive "moments" photographer -, the possibility to have the "Happening-Body" as aim in one's formation.Este ensaio pretende colocar em diálogo concepções de vida e de arte e o contexto formativo que temos construído ao longo da história, particularmente na instituição escolar. Partindo da crítica de Foucault à formação dos "corpos dóceis" e às instituições126254275sem informaçãosem informaçãoThis essay intends to stablish a dialogue between life and art conceptions...

Neste artigo expomos as contaminações entre devires-improvisadores e poéticos, entre criação de dança e criação de palavras e sentidos. Athikté, a musa-bailarina de Valéry, dialoga com a autora por meio da improvisação de dança, e deste encontro saltam afetos que co-movem o poeta Luis Serguilha. Todos são então transformados pelos poderes virtuais que circulam entre planos de composição distintos. A dança modifica a palavra e esta lhe reenvia novos sentidos. Metamorfose. Olhares atmosféricos se enamoram e se conectam pela potência dos afetos invisíveis tornados visíveis nos movimentos da dançarina, que se insinuam entre as palavras descodificadas do poeta. Improvisação. Não são mais os desenhos do corpo no espaço-tempo, nem a linearidade do discurso organizado, mas forças intensivas que circulam na imanência deste encontro, mudando a percepção da improvisadora e do poeta. Palavras-chave: Improvisação. Dança. Poesia.

Orientador: Sara Pereira LopesAcompanhada de 2 DVDs: Processo criativo e espetáculo "Tantas outras Quantas"Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de ArtesResumo: A partir de uma experiência pessoal de criação do espetáculo TANTAS OUTRAS QUANTAS, solo teatral fundamentado nos métodos de pesquisa do Grupo Lume, esta pesquisa objetiva refletir sobre as condições deflagradoras e o próprio fluxo das experiências de criação. O objetivo é pesquisar: Quais foram as relações entre o agir, o sentir e o pensar nos momentos de improvisação, de codificação, de montagem e de apresentação desse espetáculo teatral. A virtualidade se atualizando. Em tempos de debate sobre a dramaturgia contemporânea; a dramaturgia do meu corpo e a dramaturgia de um espetáculo, não está sendo a virtualidade de alguma forma atualizada e percebida? Para a reflexão sobre a conexão corpo&mente em "estado cênico" faz-se um paralelo com a filosofia de Henri Bergson (1859-1941) e...

Uma questão ou questionamento sobre o corpo presente nas práticas e nas reflexões que envolvem a forma de dança denominada Contato Improvisação é o ponto de partida para uma revisão das principais abordagens sobre o corpo nas Ciências Sociais, especialmente na Antropologia, relacionadas a negociações sobre os domínios natural e cultural. A análise de um aspecto específico do Contato Improvisação ilustra a sugestão de que a noção de intensidades, na forma como desenvolvida por Deleuze e Guattari, pode elucidar relações dessa e de outras práticas que envolvem o corpo com modos diferenciados de engajamento no mundo. Monografia apresentada ao curso de graduação em Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais, como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Sociais, em 2011. Professor orientador: Eduardo Viana Vargas