Dos projetos literários dos "homens de letras" ဠliteratura combativa das "mulheres de letras”: imprensa, literatura e gênero no brasil de fins do século XIX (original) (raw)

DOS PROJETOS LITERÁRIOS DOS " HOMENS DE LETRAS " À LITERATURA COMBATIVA DAS " MULHERES DE LETRAS " : IMPRENSA, LITERATURA E GÊNERO NO BRASIL DE FINS DO SÉCULO XIX

Neste artigo pretendo analisar o cenário literário carioca no momento de transição entre a Monarquia e a República, a partir da problematização do fato de que até agora a maioria dos estudos nos campos da sociologia, história cultural ou história social apenas exploram a atuação literária e política dos “homens de letras”, especialmente durante esse período. Proponho, portanto, uma leitura que conecta homens e mulheres de letras, centrando em Machado de Assis, Arthur Azevedo, Ignez Sabino, Maria Benedicta Câmara Bormann [Délia] e Josephina Álvares de Azevedo, atuantes na imprensa feminina e na de grande circulação na Corte Imperial dos anos 1880 e na Capital Federal dos anos 1890. A imprensa é aqui compreendida como o campo no qual se estabeleceu uma rede de contatos entre esses homens e mulheres. A literatura produzida no espaço dos jornais do Rio de Janeiro promove a possibilidade da investigação dos significados de projetos políticos e literários de cunho democrático de agentes históricos, homens e, principalmente, de mulheres, que pretendiam pensar de modo crítico e propositivo o papel da literatura numa sociedade recém- egressa da escravidão e da Monarquia. Palavras- chave: Imprensa Brasileira de Fins do Século XIX. Gênero. Transição do Império para República.

Leitoras rebeldes: letramento e autonomia feminina na literatura brasileira do século XIX

(resumo estendido) Este artigo propõe-se à análise de uma seleção de obras publicadas ao longo do século XIX, escolhidas pela característica comum de apresentarem personagens femininas em cujas trajetórias o letramento terá destaque. Quatro serão as obras abordadas: A moreninha (Joaquim Manuel de Macedo, 1844), Lucíola (José de Alencar,1862), Iaiá Garcia (Machado de Assis, 1878) e O Cortiço (Aluisio de Azevedo, 1890). Consideradas estas obras como representações de mulheres leitoras e analisando-se a relação entre o letramento e as opções sociais dessas personagens – que gradualmente vão assumindo maior liberdade frente aos padrões, pretendemos demonstrar a importância da literatura como fonte para o estudo das relações entre o letramento e a construção de uma autonomia feminina no século XIX.

COMPORTAMENTO AFETIVO FEMININO: a mulher na imprensa e na literatura desterrense no século XIX.

Summary: The article analyzes the plurality of sayings about women of Nossa Senhora do Desterro - current Florianópolis/SC - during the nineteenth century. Investigating the journals that circulated in the second half of the century in question observed that the female population of the capital of the province of Santa Catarina was present through various art forms. The visibility of female Santa Catarina Island appears at times as a temptress and benevolent men with jokes. Described as elegant, charming, graceful and talented women desterrense themselves constructed by male imagery in a variety of images. Now look at several European origin who wrote for an audience eager for news about the customs and traditions of the new world, sometimes by writers and journalists who desterrense before his eyes certain female attitudes was read as worrying for the good custom. We must not forget that these images were constructed from different angles and observations about practices desterrense female sociability and affection. From the halls of dance, literature, music company of women Capital of the Province of Santa Catarina made these places the space of their visibility in the public and private sectors of the nineteenth century. Key Words: History, Literature, Women visibility; everyday.

O direito à literatura de autoria feminina brasileira do século XIX: a atuação política e literária de escritoras e o confronto com o cânone literário nacional.

Conferências FFLCH - USP\ Seminário “Antonio Candido” 100 anos, Universidade Estadual de São Paulo, USP. , 2018

A presente comunicação pretende apresentar os resultados parciais obtidos na pesquisa de doutoramento em desenvolvimento e financiada pela FAPESP, com o título Dos projetos literários dos “homens de letras” à literatura combativa das “mulheres de letras”: imprensa, literatura e gênero no Brasil de fins do século XIX. A partir de obras literárias de autoria feminina no Brasil analisadas durante a pesquisa e refletindo acerca da proposta deste seminário, propomos uma interlocução entre história, sociologia e literatura com a finalidade de analisar a produção literária e jornalística de três escritoras brasileiras atuantes no cenário das letras cariocas de fins do século XIX: Josephina Alvares de Azevedo (1851-1913), Ignez Sabino (1853-1911) e Maria Benedita Câmara Bormann, que escreveu com o pseudônimo Délia (1853-1895). Traçando redes de comunicação e solidariedade entre essas três escritoras, notamos uma destacada atuação política, por meio das letras e da imprensa feminista do Rio de Janeiro, em prol da emancipação feminina. Nesse sentido, encontramos uma raiz social e histórica que alimentou a produção escrita dessas mulheres, sobretudo entre 1880 e 1890, no contexto de transição entre o Império e a República. A mais proeminente de todas as bandeiras foi a defesa da escrita e da inserção da mulher no âmbito literário com igualdade de oportunidades em relação aos homens de letras. A literatura era, então, compreendida como uma forma ou um meio de reivindicar direitos e o exercício da escrita de autoria feminina transformou-se num palco de disseminação das demandas sociais das mulheres, indo, portanto, ao encontro da literatura como ―instrumento de desmascaramento, nas palavras de Antonio Candido em O Direito à Literatura (1988), travestindo-se de uma potência enorme no período estudado, dado que a pena feminina era uma arma de combate para o conquista de direitos e um modo de participação feminina na esfera política e social. Por outro lado, justamente como resultado das barreiras sociais impostas às escritoras, grande parte da produção literária das mulheres de letras não foi incorporada ao chamado cânone literário, negando o reconhecimento devido à escrita de autoria feminina e, principalmente, dificultando o acesso aos textos dessas autoras, por parte do público leitor que, de modo geral, não logrou usufruir da capacidade ―humanizadora contida nessa importante literatura, ainda hoje, para o estudo da literatura nacional e para a narrativa social e histórica da trajetória de mulheres no campo das letras e da política, perdendo-se, portanto, parte significativa da história nacional e da história das mulheres em busca de direitos sociais e políticos. Atualmente, precisamos, portanto, pesquisar, debater e divulgar a escrita de autoria feminina do século XIX, restabelecendo sua importância e seu pertencimento à literatura e à história nacionais. Palavras- chave: Délia [Maria Benedita Camara Bormann]; Ignez Sabino; Josephina Álvares de Azevedo; Escrita feminina brasileira no século XIX; Imprensa feminista.

Produção jornalísitico-literária afro brasileira no século XIX

RESUMO: Esse artigo tem como propósito fazer um levantamento dos autores e jornalistas negros do período de 1888-1950 no Brasil e, dentro do contexto do negro na sociedade brasileira da época, fazer uma análise de suas obras literárias relacionadas com o período em que viveram e correlacionando à realidade social em que estavam inseridos.

Da literatura ao jornalismo: periódicos do século XIX

Patrimonio E Memoria, 2007

Álvaro Santos SIMÔES JUNIOR Resumo: Neste artigo, o interessado na pesquisa em periódicos brasileiros do século XIX encontra alguns subsídios importantes como uma breve história da imprensa e das técnicas de composição e impressão de periódicos no Brasil, uma descrição da organização editorial característica dos jornais diários e uma análise do projeto editorial de uma típica revista ilustrada, além de considerações úteis sobre o costumeiro emprego de pseudônimos por autores do período.

A ESCRITA FEMININA NO BRASIL DOS SÉCULOS XIX E XX uma nova proposta para o ensino de filosofia

PÓLEMOS – Revista De Estudantes De Filosofia Da Universidade De Brasília, 2022

Neste artigo, apresentar-se-á uma proposta para o Ensino de Filosofia, tendo como alicerce as vozes e escritas das brasileiras dos séculos XIX-XX. Nesse sentido, analisar-se-á algumas das contribuições de sete escritoras tupiniquins, a saber: Nísia Floresta, Francisca Senhorinha, Josefina Álvares de Azevedo, Mariana Coelho, Bertha Lutz, Maria Lacerda e Antonieta de Barros. Dessas contribuições, focar-se-á especialmente nos conceitos de filosofia dos costumes, emancipação racional, voto feminino, igualdade de coparticipação no culto, filosofia do direito, fascismo e vida sintetizada. Na medida em que tais conceitos forem desenvolvidos, vislumbrar-se-á que propiciam uma compreensão mais ampla da filosofia enquanto inclusiva e transversal, essa que não se cala perante os mais funestos males do gênero humano, como o machismo, a colonização, a escravidão e o fascismo. Enfim, com essa proposta, espera-se que a filosofia e seu ensino se libertem do mundo fechado no qual foram inseridas, tornando-se pluriversais e transculturais.

Feminismo e literatura no Brasil

2003

STA REFLEXÃO é fruto de um projeto de pesquisa intitulado "Literatura e feminismo no Brasil: trajetórias e diálogos", que ora desenvolvo. A idéia é antiga e sempre esteve em minhas investigações, pois, à medida que delineava o percurso das mulheres na literatura brasileira, buscava sempre identificar os pontos comuns com o movimento feminista e mais representativos de um possível diálogo entre eles. Neste projeto busco -em ensaios, romances e poemas -a interiorização da perspectiva feminista, sua inserção na prática literária de nossas escritoras e, ainda, a historicização do conceito. O presente texto contém os primeiros resultados da pesquisa, assim como uma proposta de compreensão do movimento feminista no país.