Tecnologias vestíveis: memória e intimidade sobre o corpo (original) (raw)
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Computador vestível: mediando o corpo, reconfigurando a percepção do espaço.
cumincades.scix.net
This paper is concerned with the comprehension of a specific interface: wearable computer, and its potential in reconfiguring the space and body wearer's perception and experience. Such device is always on, always accessible and it performs its functions to aid and enhance users' experience. By wearing it, another sense of being has been proposed, when it is possible to act simultaneously in physical and digital spaces. The access to other perceptive dimensions as simultaneous operations in different codes, dimensions, spaces, worlds, can project the bodily experience, extend the limits of the space, change the conditions of behaviours, and the measure of things. After a brief explanation about wearable computer, some projects will be presented, emphasizing the device as a mediator of personal experiences and poetic procedures.
Marcas De Intimidade Sobre O Corpo Ou Monitoramento Do Corpo Através Da Computação Vestível?
Revista Contemporânea
Podem os dispositivos vestíveis de monitoramento dos corpos agenciar dados de intimidade? Acreditamos que os dados sobre o corpo, capturados através da computação vestível, e associados a outras formas de produção de memórias, como smartphones, redes sociais, entre outros são uma nova forma de expressão, extensão e construção de subjetividades de indivíduos. Nossa hipótese é que tais registros podem tanto funcionar como uma forma de monitoramento e vigilância quanto produzirem poéticas da memória que subvertem as nossas percepções sobre o corpo, ou sobre os corpos. Para investigar essa questão trabalhamos com a ideia de que os objetos técnicos vestíveis são capazes de criar diários íntimos que nos fariam questionar o modo como os algoritmos extraem informações sobre o corpo humano, como registram, armazenam e nos apresentam estes dados. Ancorados nos conceitos e ações relacionadas a autovigilância, construção de lifelogs, rastros digitais e táticas contra vigilância buscamos verif...
Resumo Este artigo pretende demonstrar a importância da interpretação e da análise das roupas como metodologia de pesquisa indispensável para o desenvolvimento do estudo acadêmico da moda através de um exemplo de um vestido que pertenceu à Aimée de Heeren, hoje no acervo do Museu da Fashion Institute of Technology. Abstract This article aims to emphasize the importance of the interpretation and analysis of clothes as a research method, essential to the development of fashion studies. As an example, it illustrates a study of a dress owned by Aimée de Heeren, now at the Museum at the Fashion Institute of Technology.
As indumentárias podem ser consideradas testemunhas das memórias dos costumes e expressões da vida ao oferecerem um universo complexo de informações a respeito do comportamento social, político e estético do passado de uma sociedade. Embora, alguns museus detenham indumentárias em seus acervos, ainda não está claro quais são os valores embutidos no indumento que promovem a sua certificação como vetor de memória. Dessa forma, objetivou-se neste estudo apontar os elementos memoriais atribuídos ao traje que permitem considerá-lo um patrimônio inserido em um espaço museal. Através da análise da vestimenta pelo viés memorial, utilizando fontes primárias e secundárias, identificamos evidências primordiais em algumas vestes da reserva técnica do Museu da Imigração de São Paulo que fornecem importantes dados sobre a sua trajetória como cultura material por meio dos processos (i)migratórios. Portanto, o presente estudo indica o viés da memória como um componente essencial à valorização do indumento e levanta uma discussão importante sobre o reconhecimento negligenciado da indumentária como uma possível obra memorial e museal. Palavras-chave: Indumentárias; vetor de memória; patrimônio. (* UNICAMP, mestranda em Artes Visuais, apoio CAPES/CNPQ) (**UNICAMP, Profº. Drº. Livre Docente do Instituto de Artes)
Visualidades do intangível: Têxteis tecidos nas memórias
Cartema, 2022
Entre têxtil e memória figuram conotações simbólicas contadas nas entrelinhas da história e cultura de um povo. Técnicas e saberes tradicionais são passados de geração em geração e se perpetuam no tempo firmando identidades e fortalecendo histórias. O uso do têxtil não se restringe à moda, adentra as artes, o artesanato e design e constrói sua própria história. Assim, o presente artigo aborda a criação de tecidos artesanais em tear de pregos e elementos têxteis desenvolvidos com técnicas e saberes tradicionais inspirados na cultura nordestina, histórias e memórias pessoais e familiares e sustentabilidade. Os têxteis foram utilizados como suporte artístico para desenvolvimento de artefatos têxteis. O processo de criação dos têxteis apresenta um resgate de raízes por meio de uma poética artística que valoriza a cultura de um povo e ressignifica memórias coletivas e pessoais tramadas a partir de fios e retalhos.
Roupa e Memória: lembranças de afetos, de momentos e de signos
Resumo: O presente artigo faz uma reflexão sobre as relações entre moda, roupa e memória. Realizou-se uma pesquisa, com aplicação de questionários através de redes sociais, tendo-se obtido cinquenta respostas que tratam da relação de apego com as roupas, do costume de guarda-las e das lembranças que despertam. A moda ao longo da modernidade experimentou temporalidades cada vez mais curtas para a inovação e obsolescência de seus produtos. A roupa, como objeto sócial, nos veste e nos guarda, recebendo as nossas marcas e do nosso viver e assim suscitam lembranças. A pesquisa mostrou que o descarte rápido de roupas para acompanhar as tendências de moda não impede que as roupas sejam guardadas e de atuarem como dispositivo de rememoração, permitindo retornar a fatos ocorridos, identificar pessoas, acontecimentos, lugares que são significativos para a história pessoal. As roupas acionam memórias de afetos sentidos, de momentos vividos e podem ser signos de moda. 1.Moda e Inovação – temporalidades e aceleração na criação do novo A sociedade contemporânea tem se caracterizado por uma relação temporal ágil e fluida, em que a efemeridade da moda é um fenômeno generalizado por todas as dimensões sociais. A relação entre moda e sociedade moderna é desenvolvida por Gilles Lipovetsky, em seu livro O Império do Efêmero (1997), entendendo que a moda é " uma forma específica da mudança social *...+ é um dispositivo social caracterizado por uma temporalidade particularmente breve " (p. 24) que tornou " a mudança uma regra, uma lógica de organização das estruturas constitutivas da vida mundana " (Ibidem. p.24). Tendo se constituído no âmbito do vestuário, a moda já não se restringe a roupas, acessórios, comportamentos, mas ocupa uma centralidade na sociedade que a torna um impulso efetivo na produção e reprodução social. Moda e modernidade são inseparáveis na medida em que o aparecimento histórico da moda é inerente à constituição da modernidade, que envolveu um embate com a sociedade medieval, com o antigo regime, na qual emergiu vigorosamente o gosto pela novidade e a desqualificação do passado. Corroborando com estas ideias, Lars Svendsen, (2010) afirma que " a moda só se configura quando a mudança é buscada em si mesma, e ocorre de maneira relativamente frequente " (p. 24), mais ou menos entre os séculos XVI e XVII quando " a mudança nas roupas tornou-se fonte de prazer em si mesma " (p. 24). Assim, o desenvolvimento da moda apontou a direção da modernidade tendo como um de seus traços vitais a busca pela abolição das tradições e exaltação da novidade. Para o autor, a ideia do " novo " é base para o conceito de modernidade tornando-se um dos pilares do Iluminismo. Ser " novo " foi se configurando como ser moderno. Os elos entre a sociedade moderna, o novo e a moda se fortaleceram através de
As tecnologias vestíveis de moda e a relação entre humano e não-humano.
O artigo aborda a afinidade das tecnologias vestíveis de moda em relação ao atual contexto tecnológico, no qual a atuação não-humana torna-se cada vez mais ativa. A concepção da internet das coisas e o desenvolvimento da comunicação ubíqua, pervasiva e senciente expõem uma visão favorável aos wearables technologies. Autores como Bruno Latour, Giselle Beiguelman e André Lemos apontam para um tratamento simétrico das dualidades modernas: físico e virtual, homem e máquina, natureza e cultura, enfim, humano e não-humano. Trata-se de uma corrente de pensamento que propõe a combinação dos polos dualistas, reconhecendo o processo de hibridização.
A interação humano-computador por intermédio da tecnologia vestível
Tendo em vista a convergência entre a moda, a tecnologia e o universo Internet of Things (IoT), em português, Internet das Coisas, esta pesquisa procura considerar que o corpo e o vestuário podem ir além das aparências. Por meio de uma perspectiva abrangente, as questões que delineiam o contexto das wearables technologies foram levantadas. Aparatos estes que, por meio da união com a tecnologia ressignificaram a compreensão das funções das roupas e dos acessórios, e funcionam no corpo e para o corpo como extensões das capacidades limitantes atreladas a ele. Mediante a um cenário interdisciplinar, a pesquisa busca problematizar essas tecnologias pela visão da comunicação, do design, do consumo e também direcionar a indagações pertencentes à cultura do trans-humanismo. Engloba-se o contexto histórico e teórico da concepção dos primeiros vestíveis tecnológicos, as instâncias conceituais e comerciais, e os entraves, bem como possibilidades no âmbito de custo, funcionalidade e privacidade. Considera-se por meio desta pesquisa, o fomento quanto a uma recente área do saber, no qual a moda atua como um objeto de disseminação de padrões de consumo implicando diretamente na atuação do humano-computador o que permite que ele exista simultaneamente, estendendo os limites entre os espaços físicos na esfera virtual. Palavras-chave: Tecnologia vestível. Moda. Design. Corpo. Hibridização humano / não-humano.
Tramações: a Memória e o Têxtil
Luciana Borre, 2021
Talvez a nossa maior urgência seja a de aprender desde as mais distintas perspectivas. Observar o funcionamento dos objetos, das relações e coexistências, o que outrora já nos passou despercebido ou dotado de certa inutilidade, mas o que viste inútil foi o que viram os teus olhos, humanos, esquecidos, enganados1... Quaisquer perspectivas que sejam distintas de nós mesmos: o modo de vida dos bichos, a comunicação química e silenciosa entre as plantas, as estratégias de sobrevivência dos microorganismos, como os vírus e bactérias, as reações no encontro de duas ou mais substâncias, enfim, aprender com o comportamento das diversas materialidades que nos cercam e nos envolvem. É justamente numa circunstância de virulência, esse incontestável pano de fundo do nosso cotidiano mais atual, que atentamos — não pela primeira vez, mas agora de modo imprescindível — para a esfera micro das coisas. Nesse sentido, há aprendizagens que permeiam a materialidade têxtil e por elas buscamos nesta terceira edição do projeto Tramações. Tais aprendizagens, quando não as perseguimos propositalmente, as vimos surgir em consequência das poéticas que compõem esse conjunto de artigos. A qualidade desses textos, que falam de tramas, não reside exclusivamente na capacidade de dialogar com as teorias, justificar relevâncias e apresentar resultados, mas em resgatar um contato com a experiência artística e com os processos de criação poética que são, por natureza, questionadores de uma dada realidade. Reside justamente nas horas que passamos a costurar o vento, articulando memórias e construindo saberes, ao investir na dúvida, na pergunta e na errância.
O vestuário como suporte de memória: uma breve discussão sobre as vivências em tempos de pandemia
Revista Nupem, 2021
O artigo tem como objetivo a discussão teórica a partir de uma abordagem macrossociológica acerca do tema sobre a relação de aconchego entre os sujeitos e o vestuário, bem como a percepção do “guarda-roupa enquanto caixa de memórias”. A discussão teórica desenvolvida foi pautada nos estudos das áreas de memória e identidade, através da perspectiva de Candau (2019), dos pressupostos psicana-líticos de Winnicott (1982), estudos norteadores da cultura material (Meneses, 1998; Dohmann, 2013) e do vestuário (Nacif, 2007; Miller, 2013). Relacionou-se tais pressupostos teóricos com os registros nos perfis da rede social Instagram analisados, os quais revelam a mudança das práticas do vestuário em meio ao cenário pandêmico. Conclui-se que as reflexões, nas quais nos apropriamos dos objetos pessoais que nos rodeiam, resultam na possibilidade de melhora individual, no contexto atual, por intermédio destes objetos.