“Deus está morto” e o pós-humano (original) (raw)

A morte de Deus e a contemporaneidade

Teocomunicacao, 2007

O objetivo deste artigo é apresentar algumas reflexões acerca da presença que as idéias sobre Deus e o fenômeno religioso têm no mundo contemporâneo, mesmo depois da chamada morte de Deus profetizada por Nietzsche, e a importância da história intelectual em problematizar tal tema.

Deus não está morto

Revista Cronos, 2019

The three films of "God's not dead" franchising bring the opportunity to discuss the public presence of religion in contemporary society. Nevertheless, to approach this theme by a religious perspective they awaken the argument. The way as religion presents itself in these films, as supposed artistic products is in itself a denunciation about the difficulties to be faced. The apologetic character of the two first films has an old fashioned air of not updated debates. The third film, under another direction, overcome some of those problems presented in the two first and go further in the possibility of a religious auto critic in the Modern world.

Niilismo e absurdo: ecos da "morte de Deus"

Resumo: Este artigo procura apresentar inicialmente o conceito de Absurdo, tal como expresso no pensamento de Albert Camus, para em seguida apontar sua relação com o Niilismo problematizado na filosofia de Nietzsche. Para estabelecer essa relação, a noção da "morte de Deus" é sugerida como ponto de articulação entre os dois conceitos. Procuramos apontar ainda uma outra aproximação entre os pensadores no que concerne ao "niilismo ativo" nietzschiano e o conceito de Revolta formulado por Camus. Palavras chave: Absurdo; Niilismo; Morte de Deus; Revolta. Abstract: This paper aims firstly to present the concept of Absurd, such as expressed on Camus's thinking, then point to its relationship with the Nihilism treated in the Nietzsche's philosophy. In order to establish that relationship, the notion of "death of God" is suggested as a point of articulation between those concepts. We aim also to show another link between those thinkers in concerning about Nietzsche's "active nihilism" and the concept of Revolt formulated by Camus. A produção intelectual de Albert Camus situa-se não só cronologicamente como também tematicamente junto à corrente filosófica conhecida como "existencialismo francês". Autor de obras que alcançaram amplo reconhecimento, tais como O estrangeiro, O mito de Sísifo e O Homem Revoltado, Camus apresenta numa linguagem lúcida e cortante a condição do homem perante a experiência do absurdo, inserindo esse tema no bojo da análise filosófica da existência. Em linhas gerais, podemos dizer que o existencialismo é uma corrente filosófica que surge numa época de crise: as duas guerras mundiais, os intensos conflitos políticos e sociais e as atrocidades cometidas em massa por governos tanto de direita quanto de esquerda representaram um duro golpe no otimismo romântico que alimentava a crença em grandes ideais, tais como "Razão" e "Humanidade", assim como puseram em xeque filosofias que almejavam um progresso na história do homem. É no seio desse clima tenso e conflituoso que o existencialismo, enquanto corrente literária e filosófica, traduzirá "a estrutura e a angústia do mundo moderno", para usar uma expressão de Lévinas, e é no mesmo contexto crítico que Camus reflete sobre o sofrimento injustificado que se dissemina na experiência humana, particularmente em uma época de barbáries institucionalizadas. Diante dessa crise, o existencialismo voltará seu olhar para o homem concreto e finito, para aquele ser "lançado" no mundo, que se depara constantemente com problemas e enfrenta atribulações que o dilaceram e o obrigam a escolher. Camus, em termos mais específicos, irá se debruçar sobre o "que ele considera como uma família de espíritos acometidos de angústia diante de um universo onde reinam a contradição e as 1 Mestrando em Filosofia pela UFPI. Ex-bolsista do PET-Filosofia da UFPI.

Pós-modernidade e morte no entrecruzamento entre os discursos religioso e científico

Revista de Ciências Humanas, 2002

Pós-modernidade e morte no entrecruzamento entre os discursos religioso e cientifico Alexsandro Medeiros do Nascimento;iDenise Rego 2 e Jorge Tarcisio da Rocha Fake:7°3 Resumo O estudo investigou a estrutura conceitual da representação social da morte, em profissionais de saúde, no contexto sócio-cultural do nordeste do Brasil. Utilizou-se um questionário com questões abertas e fechadas versando sobre os aspectos simbólicos e icônicos componentes da estrutura da representação da morte, na população referida, a saber: médicos, psicólogos e enfermeiros.

A morte de Deus na cultura

2019

There is an intrinsic relationship between the West and the Judeo-Christian worldview (weltanschauung). The secularization of protestantism in the West enjoys the material benefits of christianity without, however, taking into account the very immateriality of the Christian phenomenon. Thereby secularization is the own vocation of the Christian faith that continually empties himself and fulfills his vocation (Berufung) in the world through his profession (Beruf). Postmodernity breaks with everything that resembles Christianity: human dignity, the beauty of art, and the notion of history. With this, it returns to the dionysiac era of chaos, materiality and hedonism. The God of the cross confounds the powers of the immanent world, because God shed his blood so that human blood would be spared from being shed. Therefore, what is the relevance of the disgusting God of the cross to postmodernity? How has it been reinterpreted as madness? Without eschatology, are there criteria in an eternal return of it? How far is the vattminian Kénosis valid? More than answers, it is proposed a reflection on contemporaneity and its implications in culture.

Patricídio: o mundo pós-Deus

2024

O texto a seguir tem somente como objetivo formular uma síntese de estudos e, portanto, não se deve considerar nada como absoluto. Há sim material original, como há também material de outros autores. O texto em si não tem a função de introduzir o leitor a um campo de estudo, visto que, tais campos são demasiados complexos e, por se tratar de um material de estudo pessoal, não me vi na necessidade de retomar fundamentos e explicar a fundo determinados processos e dinâmicas.

O (não-)lugar do sujeito pós humano

Revista Linguasagem, 2022

O presente trabalho objetiva analisar a noção de subjetividade da linguagem tal como discutida na terceira aula do curso “Análise do Discurso Digital” disponibilizado pela plataforma da AbralinEAD em 2021. A comunicação cobriu questões sempre presentes sobre a suposta divisão entre off-line e on-line, indagando a noção de sujeito na Análise do Discurso e usando as discussões feitas para analisar novas formas de ciberativismo, destacando uma pesquisa sobre multibreagem no espaço virtual. Nesta resenha, focarei o debate na concepção de sujeito discutida pela ministrante, buscando, quando pertinente e possível, tecer argumentos sobre os conteúdos trabalhados. A fala conclui que o sujeito pós-humano existe no entremeio da enunciação e do enunciado, em um contexto multibreado em que o dualismo digital é uma crença que gera uma falsa separação entre sujeito e objeto.

O Pós-Humano É Agora: Uma Apresentação

Trabalhos em Linguística Aplicada

A chamada que trouxe a este dossiê os doze trabalhos aqui reunidos-vindos do Brasil, de Portugal, da Austrália e da Índia e oriundos não só dos estudos literários e da linguagem, mas também das áreas de comunicação social, educação, ciência política e antropologia-partia da constatação de que vivemos um ponto de inflexão nas ciências humanas e sociais: a falência da crença na excepcionalidade da espécie humana, que acarreta a fé do humanismo liberal na racionalidade e autodeterminação humanas como fundamento ético, estético e político da relação do homo sapiens com os seus outros "naturais" e "artificiais". A face mais evidente da relação entre pós-humanismo e Linguística Aplicada talvez seja, justamente, a ameaça à ideia de que a língua(gem) seja o fiel da balança do autojuízo que fazemos acerca do que somos, tema abordado nesta coletânea. Mas também interessa ao linguista aplicado interpretar, a seu modo, os sinais crescentes de esgotamento de todas as dicotomias sobre as quais fundamentamos, e pelas quais justificamos, a arrogância que nos tornou reféns de nossa própria insensatez, "cientificamente comprovada" pela nossa inscrição na historicidade do planeta, decretada como Antropoceno, e constantemente renovada pelo negacionismo de nossas faltas com uma natureza que nos cobra, materialmente, um compromisso ético que não somos capazes de estabelecer e talvez já não adiante intentar (LATOUR, 2015). Tudo isso pretendemos abarcar com o conceito de "pós-humano", sem que saibamos, assim como no caso dos outros "pós-" (moderno, social, colonial etc.), o que está por vir exatamente, se é que o que há agora já é, de fato, o pós do que aí estava e ainda não havíamos admitido. De um lado, uma biopolítica (FOUCAULT, 1978) que se ocupa não mais apenas da normalização, do controle, do ajustamento e da gestão da sexualidade, saúde, higiene, natalidade e alimentação, mas também dos potenciais biológicos, afetivos e comportamentais humanos registrados em textos que não podemos ler a olho nu, tais como sequências genômicas extraídas por amadores que se pretendem coautores de sua própria biologia, ou árvores probabilísticas que permitem às máquinas aprender a fazer, tão bem como nós, coisas que nós mesmos