Artigo “Considerações sobre A arte do acompanhamento, de Francesco Geminiani (1687-1762)” (Performa Clavis, 2018) (original) (raw)
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Uma questão de gosto - Considerações sobre ornamentação e articulação na obra de Francesco Geminiani
Uma questão de gosto - Considerações sobre ornamentação e articulação na obra de Francesco Geminiani , 2008
Resumo: O objetivo desta comunicação é apresentar idéias musicais de Francesco Geminiani em relação à ornamentação e a articulação. Estes aspectos da interpretação são decisivos para a execução da música do século XVIII e, no caso de Geminiani, estão estreitamente vinculados a um gosto considerado peculiar por seus contemporâneos. Palavras-chave: ornamentação, articulação e gosto. Abstract: the aim of this speech is to present Francesco Geminiani´s musical ideas in relation to ornamentation and articulation. These aspects of interpretation are extremely relevants for the performance of the XVIII century music and specially in the case of Geminiani they are intrinsically related to a taste considered peculiar by his contemporaries.
ornamentos e affectus segundo Francesco GeminianiReferências bibliográficas
Resumo: Este artigo apresenta as idéias Francesco Geminiani em relação à execução dos ornamentos. Segundo ele, a ornamentação deve ser utilizada pelo intérprete como uma ferramenta expressiva e capaz de mover as paixões dos ouvintes. Visto que as relações entre ornamentação e affectus raramente são exploradas pela prática interpretativa histórica, nos atemos aqui a este aspecto. Não há, portanto, a intenção de trabalhar com o significado estrito dos símbolos ou de se fazer quaisquer comparações entre símbolos empregados por outros compositores e suas respectivas execuções, mas sim trabalhar com seu conteúdo emocional. Palavras-chave: Ornamentação. Affectus. Apreensão emocional.
Opus, 2017
Embora o estudo da música antiga tenha se consolidado no último século tanto nas salas de concerto quanto na investigação acadêmica, ainda são diversos os compositores e, naturalmente, as obras que carecem de atenção por parte dos especialistas. No caso do italiano Francesco Geminiani (1687-1762), sua vida e obra são temas de poucos estudos no campo da musicologia histórica e, no tocante à sua produção teórica, Guida Armonica (1756/8) e The Harmonical Miscellany (1758) configuram tratados praticamente desconhecidos do leitor atual. Nesse sentido, o presente artigo objetiva elaborar um estudo sobre esses escritos, sendo assim um ponto de partida para o aprofundamento devido a esses documentos. Serão expostos os percalços editoriais e a contextualização histórica de ambos, de modo que perceberemos a persistência de Geminiani no que diz respeito ao ensino da harmonia, bem como as diversas críticas – positivas e negativas – recebidas antes, durante e depois das tentativas de publicação das obras aqui estudadas.
Francesco Geminiani (1687-1762): comentários e tradução da obra teórica completa
2017
A presente pesquisa contempla a teoria e a prática da música instrumental do século XVIII, sobretudo na Inglaterra, sob o ponto de vista da obra teórica do violinista, compositor e tratadista italiano Francesco Geminiani (1687-1762). O trabalho objetiva comentar e traduzir - pela primeira vez em língua portuguesa - a integral da obra teórica desse autor: Rules for Playing in a True Taste (c.1748), A Treatise of Good Taste in the Art of Musick (1749), The Art of Playing on the Violin (1751), The Art of Accompaniament (1756/7), Guida Armonica (1756/8), The Harmonical Miscellany (1758) e The Art of Playing the Guitar or Cittra (1760). A escolha de Geminiani se deve ao fato de seus sete escritos se alinharem a importantes preceptistas filosóficos, como Batteux, Montesquieu e Hume, e musicais, como Quantz, C. P. E. Bach e L. Mozart. Além disso, dissertam sobre aspectos importantes da música setecentista sob os pontos de vista prático (como a performance em instrumentos como violino, violoncelo, cravo - com ênfase no baixo contínuo -, cistre e traverso) e teórico (com discussões sobre o ensino e o aprendizado de harmonia, além de discutir, em toda sua obra, o conceito de bom gosto em música). As análises e estudos oferecidos em forma de comentários, bem como as traduções aqui presentes não só permitirão o leitor atual a observar a obra de Geminiani inserida em seu contexto histórico-filosófico-musical adequado, mas também fornecerão ferramentas importantes para pesquisas posteriores sobre o tratadista e a música do século XVIII.
Revista 4'33, 2021
Francesco Geminiani (1687-1762) foi um dos músicos mais destacados da Inglaterra setecentista. Natural de Lucca, foi discípulo de Arcangelo Corelli (1653-1713) em Roma até radicar-se em Londres em 1714. Na capital britânica, exerceu uma carreira notável como instrumentista, compositor, professor e autor de tratados musicais. Desde o início, foi respeitado como um modelo de referência. Isto se verifica pelas várias menções nos periódicos da época, pelas referências laudatórias a ele dirigidas e, também, por suas representações iconográficas. O retrato encomiástico que, à luz da retórica, segue as diretrizes epidíticas, é um dos principais modos de louvar as virtudes do sujeito. Geminiani foi, durante décadas, objeto central de obras de artistas proeminentes de seu meio e, nesta pesquisa, procuramos demonstrar – a partir da análise e interpretação de seus retratos – que ele foi considerado modelo de autoridade para a música britânica do século XVIII, contribuindo para a consolidação do estilo instrumental.
O DISCURSO MUSICAL DO SÉCULO XVIII: EMULAÇÕES RETÓRICAS NA OBRA DE FRANCESCO GEMINIANI (1687-1762)
Revista Música, 2018
Na literatura dos séculos XVII e XVIII, centenas de tratados dedicados à composição, interpretação, ensino e reflexão musicais foram publicados e difundidos por todo o continente Europeu. Tais obras, que variam enormemente em relação à metodologia abordada por seus autores, costumam, frequentemente, trazer consigo a noção de que a música é análoga ao discurso verbal, ambos guiados pelas regras da retórica, e que sua finalidade seja ensinar, deleitar e mover o ouvinte. No caso de Francesco Geminiani (1687-1762), esta mesma ideia pode ser lida em sua obra tratadística. Neste artigo, pretende-se discorrer sobre diversas emulações retóricas almejadas por Geminiani (1687-1762) em sua obra tratadística, sobretudo nas Regras para tocar com verdadeiro gosto (c.1748), Tratado sobre o bom gosto na arte da música (1749) e A arte de tocar violino (1751). Nesses tratados, o autor não apenas alinhou-se às correntes de pensamento de sua época, representadas por Batteux, Hume e Montesquieu – na filosofia – e por Quantz, C. P. E. Bach e L. Mozart – na música –, mas também recuperou acepções do discurso falado, escrito e proferido, presentes nas retóricas clássicas De Oratore, de Cícero, e Institutio Oratoria, de Quintiliano. Observaremos que, no tocante à discussão filosófico-musical setecentista em torno da tópica do Gosto – lugar-comum no conjunto total de sua tratadística –, Geminiani apoia-se na recuperação e no debate de diver- sos preceitos sobre imaginação, juízo, decoro, ornamentação, performance e recepção, abordados pelos autores mencionados, tornando, assim, evidente sua visão da composição musical espelhada no discurso retórico.