Das escolas e das culturas: história de uma sequência consonântica (original) (raw)
Related papers
ESCOLAS DO FUTURO E DIFERENÇAS CULTURAIS DESDE O PARADIGMA DA COMPLEXIDADE
Revista Humanidades e Inovação, 2017
O paradigma newtoniano-cartesiano baseia a escola contemporânea como instituição fundamentalmente excludente. Diante disto, o objetivo deste trabalho é propor o paradigma da complexidade como base para uma escola do futuro que construa relações positivas com as diferenças culturais. Para tanto, foi realizada breve revisão de literatura apoiada na abordagem de pesquisa qualitativa, o que possibilitou articular e sistematizar perspectivas de autores que refletem sobre a relação entre escola e cultura, bem como sobre o paradigma da complexidade. O pensar complexo é fundamentalmente aberto à diversidade, permitindo pensar a educação e as escolas do futuro como instituições de humanização dos seres humanos em suas diferenças. Consideramos que a relação profícua com as diferenças não é questão periférica para uma escola do futuro; é sim uma dimensão relevante e urgente em uma educação que emerge do paradigma da complexidade.
Lembranças da escola: sentidos históricos e questão indígena
Revista História Hoje, 2015
Com base em questionários respondidos por alunos e ex-alunos do curso de História da PUC-Rio, o artigo analisa conteúdos acumulados acerca da questão indígena no Brasil no grupo específico de professores ou aspirantes, identificando suportes para suas referências e perspectivas. Em diálogo com tal mapeamento, o artigo advoga o valor da escola e da experiência como lócus no processo de fundamentação de parâmetros como multivocalidade e descentramento, tidos como axiais na vida em uma sociedade que reconheça e respeite as diferenças.
Os cenários culturais e as multiliteracies na escola
Comunicação e Sociedade, 2012
Os cenários da cultura contemporânea colocam diferentes desafios para o professor, que além da capacidade de escrever e ler, necessita emergir na cultura e dominar os códigos das diferentes linguagens. Nesse contexto, a educação para os media, entendida neste texto como mídia-educação, discute sobre as possibilidades educativas de ver, interpretar, problematizar e produzir os mais diferentes tipos de textos de forma crítica e criativa, utilizando todos os meios, linguagens e tecnologias disponíveis. Considerando que os media não podem mais estar excluídos de um processo de alfabetização, precisamos pensar sobre o que significa estar alfabetizado no século XXI e isso implica ressignificar os conceitos de literacia, media literacy e das multiliteracies. É o que este artigo discute, ampliando a concepção de alfabetização e configurando outros cenários para imaginar a Escola Estação Cultura.
Entre a história cultural e a teoria literária Rumo a uma história dos cânones escolares no Brasil
With the intention of situating and discussing the moments when Chartier deals with (or appropriates) the field of literary studies, in some of his texts and interviews, as well as verifying the way how he suggests a field of research which intersects some contributions of literary theory or history with cultural history and history of education, this article was written, hoping that it can contribute to a multidisciplinary proposal which intends to make a history of school canon possible in Brazil.
Uma escola, uma cultura, um estudo de caso
2008
Dissertacao apresentada para a obtencao do grau de Mestre em Matematica – Ramo Educacional pela Universidade Nova de Lisboa,Faculdade de Ciencias e Tecnologia, sob orientacao do Professor Doutor Jose Manuel Matos
Nas redes antropológicas da Escola de Manchester: reminiscências de um trajeto intelectual
ILUMINURAS, 2011
Este artigo é um depoimento do antropólogo Peter Fry referente à sua formação acadêmica em Antropologia que se inicia no curso de graduação em Social Anthropology pela Cambridge University (1963). Sua tese de doutorado intitulada Zezuru Mediums: Spirit Possession and the articulation of consensus among the Zezuru of Southern Rhodesia, com financiamento da Commonwealth Scholarship, foi defendida na University of London em 1969, sob a orientação da antropóloga Mary Douglas. A Escola de Manchester desempenhou um papel fundamental na consolidação de um método etnográfico renovado para a compreensão de novas problemáticas vividas no século XX. No contexto das sociedades africanas colonizadas, configuravam-se mudanças políticas estruturais que demandavam um corpo teórico-metodológico para conceituação das novas complexidades. Neste relato para a Revista Iluminuras, Peter Fry desenha a rede de relações intelectuais no processo de sua formação e narra a experiência geracional de pesquisa na...
O SUJEITO-APRENDIZ ENTRE UMA LÍNGUA E OUTRA: HISTORICIDADE E REVERBERAÇÃO
Anais da 2ª Jornada Internacional dos Estudos Discursivos , 2012
AIUB (UFRGS-IFRS) Aprender uma língua é sempre, um pouco, tornar-se outro (REVUZ, 1998). Palavras Iniciais Mesmo com os avanços dos estudos discursivos no que diz respeito aos conceitos de sujeito cindido e de língua heterogênea, estas concepções, majoritariamente, não fazem parte do processo de ensino e de aprendizagem de línguas estrangeiras, pois atualmente o que está por trás das salas de aula de língua ainda é o silenciamento das diferenças e também das semelhanças. Das diferenças porque se busca uma homogeneidade absoluta, sem brechas para falhas, equívocos e rupturas, como se fossem apenas léxicos e estruturas a serem memorizadas. E das semelhanças porque se trata a língua estrangeira, como se ela não tivesse nenhuma relação com a língua materna, como se fosse apenas um objeto exótico, como se não fosse também uma língua, como se ela não fosse constituir o sujeito. Deste modo, fora de uma perspectiva discursiva, textos produzidos em língua estrangeira que não se encaixam na "forma padrão" são geralmente considerados incorretos tanto do ponto de vista sintático como também do ponto de vista semântico. E é neste lugar, descartado pela linguística, que a teoria da Análise do Discurso pecheuxtiana pode intervir buscando analisar a escrita em língua estrangeira, para buscar compreender, não apenas as interferências linguísticas, mas principalmente como o processo de aprendizagem de uma língua estrangeira abre possibilidades para uma reconfiguração subjetiva. Tal reconfiguração passa pela historicidade das línguas envolvidas. Historicidade essa que pode coincidir, mas não necessariamente. Portanto, quando um sujeito inicia o processo de aprendizagem de uma língua estrangeira, ele está fortemente identificado com as regularidades e a historicidade da língua materna. E é neste momento inicial da aprendizagem que ocorrem interferências, de cunho sintático e semântico, da língua materna na produção da estrangeira. Dito isto, este trabalho, oriundo de minha pesquisa de mestrado (AIUB, 2011), pretende analisar estas interferências, a partir de textos escritos por aprendizes de língua inglesa como língua estrangeira, verificando como que estas línguas se imbricam, materializando-se na produção escrita.
Um vídeo compartilhado nas redes sociais no mês de setembro do ano de 2022 tomou conta dos portais de notícias (G1, 2022). Nele, um empresário nega distribuir comida para uma senhora pobre, diarista, chamada Ilza Rodrigues Ramos, simplesmente por não coadunar com seu pensamento político. Contudo, a situação vai muito além da simples divulgação do conteúdo em questão. O tema do presente trabalho toma a classe média brasileira (SOUZA, 2018) como uma racionalidade que motiva as ações e comportamentos dessa autoidentificada classe, com especial destaque à misoginia que a compõe. O problema de pesquisa consiste na indagação sobre as motivações que determinam tal acontecimento na sociedade e se estas guardam relação com o conceito de classe média brasileira desenvolvida por Jessé de Souza (2018). A hipótese inicial é de que a subjetividade e racionalidade da classe média brasileira atuam como fatores relacionais determinantes em comportamentos como esse, apoiando-se e também retroalimentado a misoginia. O objetivo geral reside em contextualizar na sociedade brasileira contemporânea como a misoginia encontra-se a serviço do capital, utilizando a coação como via de dominação. Como objetivos específicos tem-se: a) estudar esses fatores dentro de uma perspectiva feminista e legislativa, a partir da