(org. e coord.) Armando Marques Guedes & Ricardo Dias da Costa (2019), O "Grande Médio Oriente” Alargado, (Vol. I). Cadernos do IUM, 35, Lisboa, Instituto Universitário Militar. (original) (raw)
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2019
Cadernos do IUM N.º 36 v Os Cadernos do IUM têm como principal objetivo divulgar os resultados da investigação desenvolvida no/sob a égide IUM, autonomamente ou em parcerias, que não tenha dimensão para ser publicada em livro. A sua publicação não deverá ter uma periodicidade definida. Contudo, deverão ser publicados, pelo menos, seis números anualmente. Os temas devem estar em consonância com as linhas de investigação prioritárias do CIDIUM. Devem ser publicados em papel e eletronicamente no sítio do IUM. Consideram-se como objeto de publicação pelos Cadernos do IUM: • Trabalhos de investigação dos investigadores do CIDIUM ou de outros investigadores nacionais ou estrangeiros; • Trabalhos de investigação individual ou de grupo de reconhecida qualidade, efetuados pelos discentes, em particular pelos do CEMC e pelos auditores do CPOG que tenham sido indicados para publicação e que se enquadrem no âmbito das Ciências Militares, da Segurança e Defesa Nacional e Internacional;
Cadernos do IUM N.º 35 v Os Cadernos do IUM têm como principal objetivo divulgar os resultados da investigação desenvolvida no/sob a égide IUM, autonomamente ou em parcerias, que não tenha dimensão para ser publicada em livro. A sua publicação não deverá ter uma periodicidade definida. Contudo, deverão ser publicados, pelo menos, seis números anualmente. Os temas devem estar em consonância com as linhas de investigação prioritárias do CIDIUM. Devem ser publicados em papel e eletronicamente no sítio do IUM. Consideram-se como objeto de publicação pelos Cadernos do IUM: • Trabalhos de investigação dos investigadores do CIDIUM ou de outros investigadores nacionais ou estrangeiros; • Trabalhos de investigação individual ou de grupo de reconhecida qualidade, efetuados pelos discentes, em particular pelos do CEMC e pelos auditores do CPOG que tenham sido indicados para publicação e que se enquadrem no âmbito das Ciências Militares, da Segurança e Defesa Nacional e Internacional;
Cadernos do IUM N.º 36 v Os Cadernos do IUM têm como principal objetivo divulgar os resultados da investigação desenvolvida no/sob a égide IUM, autonomamente ou em parcerias, que não tenha dimensão para ser publicada em livro. A sua publicação não deverá ter uma periodicidade definida. Contudo, deverão ser publicados, pelo menos, seis números anualmente. Os temas devem estar em consonância com as linhas de investigação prioritárias do CIDIUM. Devem ser publicados em papel e eletronicamente no sítio do IUM. Consideram-se como objeto de publicação pelos Cadernos do IUM: • Trabalhos de investigação dos investigadores do CIDIUM ou de outros investigadores nacionais ou estrangeiros; • Trabalhos de investigação individual ou de grupo de reconhecida qualidade, efetuados pelos discentes, em particular pelos do CEMC e pelos auditores do CPOG que tenham sido indicados para publicação e que se enquadrem no âmbito das Ciências Militares, da Segurança e Defesa Nacional e Internacional;
OBSERVARE, 2023
A Bacia do Ártico pode ser hoje considerada como um ponto focal emergente na conjuntura política e estratégica patente no quadro global. Se observada numa “projeção azimutal quási-equidistante”, esta bacia confina com cinco Estados ribeirinhos, embora inclua muitos outros que com estes cinco interagem. Uma organização internacional formal, o Conselho do Ártico, foi criada para tentar regular os múltiplos interesses que sobre ela convergem. O Direito Internacional não tem sido suficiente para a levar a cabo, entre outras razões porque o Conselho não tem competências no âmbito da segurança e defesa. Por outro lado, o mero facto de se tratar de uma área relativa a uma bacia marítima com muitas das características de “um lago”, cria dificuldades inesperadas, e muitas vezes mal conhecidas no que à emergência da sua centralidade diz respeito. Ao contrário de outras regiões do globo, tendemos por isso a ter pouca consciência da sua importância crescente. É de notar que, nesta área regional de geometria variável, crescem ligações de cooperação e competição cada vez mais evidentes. Dos cinco Estados ribeirinhos (Dinamarca-Gronelândia, Canadá, EUA-Alasca, Federação Russa e Noruega), quatro pertencem à Aliança Atlântica, bem como a adesão da Finlândia e da Suécia, à Aliança Atlântica (ambas desde a sua criação membros de pleno direito do Conselho do Ártico), uma entidade sem competências no domínio da segurança. O que poderá desequilibrar o equilíbrio ao deixar a Rússia como o único país dessa região não pertencente à NATO. Na conjuntura atual as tensões agudizam-se por via da convergência de muitos outros Estados que com os anteriores se vão alinhando. Argumentaremos, por nos parecer evidente, que as crescentes tensões e a militarização regional a elas associada têm lugar em momentos e fases ligados a intervalos de uma Rússia que se quer ver como em constante expansão, e a potencial ultrapassagem pela China a norte. A finalidade deste artigo é demonstrar as principais dimensões desta iteração temporal nos processos de tensão aguda que têm pautado a evolução histórica recente no que toca à militarização desta bacia. Embora a sua geometria seja variável, manifestamente a Bacia Alargada do Ártico justifica o seu tratamento como um todo coerente sob o ponto de vista geopolítico.
A NATO e o Grande Médio Oriente, Relações Internacionais, N. 27, Setembro 2010, pp. 23-32.
Forças Armadas do Senado com uma premissa reveladora da teia de ameaças que rodeia as tropas norte-americanas e da nato no Afeganistão. Dizia Petraeus que a falta de progressos no processo de paz do Médio Oriente criava um clima de hostilidade permanente aos Estados Unidos, fomentava o antiamericanismo devido à percepção de favoritismo em relação a Israel, dificultava as parcerias regionais indispensáveis aos Estados Unidos e alimentava a Al-Qaida, o Hamas e o Hezzbolah 1 . Um mês depois, o Presidente Obama, ao discursar sobre proliferação nuclear, aproveitaria o raciocínio de Petraeus, para assumir a existência de uma ligação directa entre o conflito israelo--árabe e a radicalização das sociedades iraquiana e afegã, com consequentes danos para as Forças Armadas americanas nesses teatros 2 . Por outras palavras, ambos aceitam implicitamente que a abordagem proposta pela Administração Bush, com inspiração em Eisenhower, da existência de um Grande Médio Oriente, acaba por ter a sua razão de ser: ameaças transnacionais, laços culturais fortes, fomento do radicalismo contra muçulmanos moderados, financiamentos ilícitos com base na fragilidade do controlo dos mares, estreitos e fronteiras terrestres, proliferação nuclear descontrolada. Esta região vai da costa ocidental africana, sobretudo a partir de Marrocos, até ao Paquistão, passando pelo Médio Oriente em sentido geograficamente restrito e tal como habitualmente o olhamos. Ou seja, o maior desafio da nato, o Afeganistão, tem o seu sucesso ligado directa e indirectamente à segurança de todo o Grande Médio Oriente, o que confere à Aliança Atlântica uma dor de cabeça acrescida ao tradicional âmbito geopolítico do espaço euroatlântico. A alteração deste âmbito, em bom rigor, deixou de existir a 11 de Setembro de 2001.