Entre a literacia e a cultura ambiental (original) (raw)

Literacia ambiental à saída do ensino secundário

2010

manifestada e pelas sugestões e apoio na elaboração da presente dissertação. À Dr.ª Leonor Bacelar Nicolau, da DataScience, pela ajuda e disponibilidade no tratamento inferencial com SPSS. À Mestre Ana Pedro pela rápida e preciosa ajuda, conselhos pertinentes e disponibilidade para me facilitar a compreensão do trabalho que me serviu de guia. Ao meu marido e filhos, pela compreensão e apoio prestados ao longo deste trabalho. À Direcção da Escola Secundária de Santa Maria, colegas e alunos, que me permitiram concretizar este estudo. A todos, muito obrigada. iii No mundo global onde vivemos, com uma crise económica e ambiental grave, é urgente alterar em cada um de nós, valores, atitudes e comportamentos. A Educação Ambiental nas escolas é fundamental na formação de cidadãos, que activamente participem na construção de um futuro, baseado na sustentabilidade. Mas para que seja eficaz, é necessário que haja uma avaliação qualitativa e quantitativa sistemática das medidas implementadas, de forma a que se possam fazer reajustes e promover assim o seu sucesso. Apesar de actualmente, a maior parte dos programas das diferentes disciplinas terem conteúdos de Educação Ambiental, não se verifica uma interiorização destes conteúdos e valores no quotidiano quer das escolas quer dos alunos. É necessário analisar e repensar em que moldes está a decorrer a implementação da Educação Ambiental nas escolas, nomeadamente à saída do Ensino Secundário, quando temos jovens prestes a entrar na sociedade como cidadãos plenos, com conhecimentos e competências ambientais que os tornem participativos e responsáveis nas tomadas de decisão. Os resultados obtidos, neste trabalho, permitiram verificar que acções no domínio do Ambiente, na Educação não formal e informal, se reflectem num melhor desempenho no Conhecimento Escolástico e nas Atitudes (apesar destas últimas apresentarem pior resultados). O Conhecimento Informal apresenta desempenhos inferiores ao Conhecimento Escolástico e às Atitudes, reflectindo a Comunidade onde o aluno está inserido e a importância que esta atribui ao Ambiente. Apresentam melhores Atitudes, os alunos com agregados familiares com o 9º Ano ou menos e melhores desempenhos em Conhecimento Informal e Atitudes, os alunos dos agregados familiares com Formação Superior ao nível de Mestrados e Doutoramentos. Quanto mais jovens os alunos, melhores desempenhos apresentam em Conhecimentos Escolásticos; os mais velhos apresentam melhores Atitudes, correspondendo a uma maior integração na sociedade como jovens adultos. Pode concluir-se, que a ferramenta utilizada neste estudo, demonstrou ser eficaz. Permitiu concluir que ainda há um trabalho intenso a desenvolver nas escolas, ao nível do Ensino Secundário, de forma a que os futuros cidadãos desenvolvam Atitudes e Comportamentos consequentes com uma Cidadania responsável, tendo como objectivo a preservação do Ambiente.

Lupilar para a sustentabilidade. Literatura, ambiente e sociedade

Colóquio Letras 179 (Janeiro/Abril 2012): 87-97

Literatura, natureza e sociedade ana isabel Queiroz Se considerarmos a criação do termo 'ecocriticismo'1 como o momento fundador do estudo da relação entre a literatura e o ambiente, este já celebra mais de 30 anos. de outro modo, se considerarmos que só nos anos de 990, com a criação da ASLE-association for the study of Literature and environment, se lançaram os alicerces teóricos para a construção de uma nova área interdisciplinar, reconhece-se também a maturidade do debate intenso e prolongado que desde aí se realizou, e a maioridade que advém de se reunirem professores, escritores, estudantes, artistas e ambientalistas interessados nos elementos naturais e nas suas representações na linguagem e na cultura2. com base no argumento de que os escritores são capazes de escutar e ver para lá do discurso político, e descobrir áreas inexploradas que podem ser vitais para a nossa consciência coletiva, alguns dos que praticam a análise dos conteúdos ambientais na literatura defendem que esta pode funcionar como um tipo de ativismo, exercido sobretudo através da experiência pedagógica. a crise ambiental, que também nas últimas décadas se desenhou com contornos mais nítidos, novas matérias e uma escala planetária (e.g. a problemática das alterações climáticas), realçou o papel pedagógico e de intervenção assumido pelo ecocriticismo. enquanto «capacidade para investigar produtos culturais numa perspetiva ecológica»3, esta ponte entre a literatura e o ambiente tem-se revelado uma fonte de conhecimento sobre as ideias de natureza e a evolução da relação dos humanos com o meio natural, e um palco para reflexões sobre valores e atitudes compatíveis com a ética da terra (tal como aldo Leopold a entendeu e, mais recentemente, outros a desenvolveram4). neste contexto fortemente politizado e polémico5 surgem as palavras de Lawrence Buell: «espero que o leitor partilhe o meu sentir acerca das obras de escrita criativa, reconhecendo o seu poder de influenciar as forças que modelam o ambiente, e combatendo a visão restrita e superficial do que nos inquieta, para melhor compreendermos o que o ambiente é ou pode ser»6. se John

Literacia ambiental: um desafio à didática e à matética

2016

A educação ambiental tem por objetivo promover a literacia ambiental na sociedade e em cada um dos indivíduos que a compõe, tendo como propósito último a adoção de comportamentos que suportem a melhoria da sustentabilidade ambiental do Planeta. As artes de ensinar e de aprender, mais a primeira que a segunda, têm estado, por um lado, fortemente ancoradas na instituição escola, esquecendo os contextos socioculturais que a envolvem, e, por outro, no conhecimento, esquecendo a importância dos valores e comportamentos. Sendo a literacia ambiental um conceito que inclui não só a componente dos conhecimentos como também, entre outros, das atitudes e dos comportamentos, o paradigma institucionalizado não serve os propósitos da educação ambiental e muito menos o de corrigir os desequilíbrios planetários que estamos a provocar. A partir de resultados recentemente publicados pelo autor sobre a literacia ambiental em alunos da ilha da Madeira, os quais revelam uma forte influência das variáveis demográficas e dos seus contextos socioeconómicos, faz-se uma análise e reflexão sobre os novos desafios que se colocam à didática e à matética no âmbito da educação ambiental. INTRODUÇÃO Desde meados da década de oitenta do século XX que a humanidade falha sistematicamente, todos os anos, o objetivo da sustentabilidade. Efetivamente, nas últimas décadas, as sociedades humanas têm consumido mais recursos do que aqueles que o Planeta consegue produzir e emitido volumes de poluição que ultrapassam largamente a capacidade da Terra para os absorver e depurar (Wackernagel e William, 1996; WWF, 2008). Apesar da impotência revelada na resolução destes desequilíbrios provocados pelo Homem, os problemas ambientais são, dada a sua gravidade, questões cada vez mais centrais na forma como as sociedade atuais se organizam, quer no que diz respeito ao desenvolvimento tecnológico, aos cuidados de saúde, à investigação, às atividades económicas ou mesmo à educação. Embora o desenvolvimento tecnológico insista em se afirmar como a solução para os problemas ambientais, na maior parte dos casos, sem querer descurar o seu brought to you by CORE View metadata, citation and similar papers at core.ac.uk

Literacia ambiental no Ensino Secundário

2020

O principal objetivo deste estudo foi aferir a Literacia Ambiental nos alunos à saída do Ensino Secundário. Pretendeu-se, com a aplicação de um questionário, determinar até que ponto a aposta em Educação Ambiental na Escola Secundária de Santa Maria (Sintra), se tem traduzido tanto em novos conhecimentos quanto em novas atitudes, que uma vez adquiridos se integram e interrelacionam com o conhecimento prévio que o aluno possui. Os resultados obtidos permitiram verificar que ações ambientais promovidas durante a Educação Não Formal e Informal se refletem tanto em melhores desempenhos no Conhecimento Escolástico quanto nas Atitudes (apesar destas apresentarem piores resultados). O Conhecimento Informal apresentou desempenhos inferiores ao Conhecimento Escolástico e às Atitudes, refletindo a natureza da Comunidade onde os alunos estavam inseridos e a importância que esta atribui ao Ambiente. Mas, foram os alunos oriundos de agregados familiares com uma escolarização igual ou inferior ao...

Literacia Ambiental: uma necessidade para uma sociedade ambientalmente ativa

2019

In a society in a permanent state of alert regarding the visible effects of climate change on our planet, there are not enough informed citizens on environmental issues. It is crucial to promote a change in environmental attitudes to adopt favorable behaviors towards the environment and consciously act applying skills for action. To promote environmental literacy, at an early stage is an adequate way to achieve this great goal. This work focuses on environmental literacy, a concept rarely addressed in the literature, though of great importance, since the times we live in require a more informed conscious society which will, above all, be more able to solve problems and to adopt environmental practices.

V. Literatura e Ambiente Posfácio

Literatura e Ambiente, 2001

Conteúdo V. POSFÁCIO 1 1. A Bioética e a nova equação da identidade da vida 2 2. A vida: entre a aurora e o crepúsculo 4 3. Dos Ausentes e dos Novos 5 4. Conclusões interrogadas e interrogáveis 9 BIBLIOGRAFIA 16

Narratividade educativa e literacias ambientais: O projecto TERRA 1

A relação entre ambiente e educação tem sido consistentemente reforçada por organismos tão diferentes como as Nações Unidas, a União Europeia, os governos nacionais e internacionais, as ONGA’s, as universidades, considerando que esta é uma relação incontornável para, nos dias de hoje, tornar visíveis e resolúveis os variados problemas sócio-ambientais que pesam sobre as sociedades contemporâneas e a biosfera. Uma das necessidades largamente reclamada para o desenvolvimento de novas formas de literacia ambiental através do ensino formal, consiste na transversalização disciplinar de temáticas ambientais nos currículos escolares. Esta é uma área emergente em Portugal para a qual a equipa de investigação do CIIE-FPCEUP – Centro de Investigação e Intervenção Educativas da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, se propôs dar um contributo concreto através do projecto “TERRA – Transversalização curricular e consciência ambiental"

Literatura de cordel e narrativas ambientais

Revista Internacional de Folkcomunicação, 2019

Neste artigo, procuramos refletir sobre a literatura de cordel, visualizada como um canal de folkcomunicação para a construção de narrativas que abordem as questões ambientais. Acessível às classes populares e com linguagem aparentemente simples, o cordel é capaz de abordar diversos assuntos com humor e criatividade, elementos importantes para a construção de narrativas que, mais do que simplesmente informacionais, repercutem e são mais perenes e transformadoras. Nosso método consistiu essencialmente em explorar o nível narrativo dos cordéis selecionados.