Jovem rural em questão (original) (raw)

Juventude rural e ensino superior público

Revista Internacional de Educação Superior, 2019

Observa-se que nos últimos anos houve um processo de interiorização do ensino superior no Brasil, advindo principalmente da política pública de reestruturação e expansão das universidades federais, instituída em 2007. No entanto, em que medida esse processo pode ser considerado como de mudanças nas trajetórias de vida de grupos sociais historicamente marginalizados? Para desencadear tal discussão, este artigo analisa as trajetórias escolares de jovens estudantes rurais de um campus universitário público do Nordeste do Brasil. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, com amostragem aleatória de estudantes dos cursos das áreas de ciências exatas e biológicas, no qual foram utilizados o questionário e o diário de campo como instrumentos de coleta de dados; a estatística descritiva e a análise de conteúdo, como procedimentos de análise desses dados. Os resultados apontaram para um perfil de jovens com idade que varia entre 18 a 33 anos; trajetória escolar de migração para espaços...

Ruralidades atravessadas: jovens do meio campeiro e narrativas sobre o Eu e o(s) Outro(s) nas redes sociais

2015

O presente texto apresenta reflexoes sobre genero e identidades entre jovens participantes da “cultura campeira” do sul do Brasil, investigando sua relacao com as novas discursividades veiculadas pela internet e as redes sociais. A pesquisa foi realizada com usuarios do Facebook, de modo a explorar construcoes de masculinidade e feminilidade, corpo e sexualidade, consumo e identidades culturais e uso do lazer. A hipotese sugerida pela pesquisa etnografica em curso e que as midias digitais, ao viabilizar a insercao dessxs jovens numa malha de circulacao discursiva mais ampla, oferecem canais para novas reflexoes que interrompem, mesmo que parcialmente, formas hierarquicas “tradicionais” para pensar sobre ser mulher ou homem, “hetero” ou “homossexual”, “rural” ou “urbano”, etc.

Da medida do rural ao rural sob medida: representações sociais em perspectiva

História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 2014

O mito fundador da sociologia rural estabeleceu a oposição campo/cidade, classificando tais noções como realidades espaciais e sociais descontínuas. Todavia, nas duas últimas décadas, constrói-se uma imagem idílica e divinizada do rural, sobretudo no âmbito dos países integrantes da União Europeia. Que razões conspiram para a emergência dessas dinâmicas de revalorização do rural? Há um sentido comum e recorrente entre o modo como se constrói esse novo discurso sobre a ruralidade no âmbito da Europa e de outros países? Este trabalho objetiva explorar algumas contradições associadas ao que os autores denominam emergência de um rural “sob medida”, num contexto marcado pela era do pós-produtivismo e pelo peso crescente dos valores pós-materialistas, elegendo as representações sociais do rural como foco analítico.

Da era do desenvolvimento ao desenvolvimento rural: sistemas produtivos localizados sob a perspectiva de Karl Polanyi

Da concepção de desenvolvimento como crescimento econômico aos novos paradigmas do Desenvolvimento Rural, o papel da atividade agrícola nas sociedades ocidentais desenvolvidas sofreu profundas alterações. Nesse contexto, abordagens territoriais visam superar análises setoriais no mundo rural e colocam em evidência questões sociais e ambientais. Esse trabalho tem como objetivo analisar uma dessas abordagens, o Sistema Agroalimentar Localizado -SIAL, sob a ótica da economia substantiva de Polanyi, com vistas à reprodução social de comunidades rurais.

A Construção De Novas Atribuições Para a Assistência Técnica e Extensão Rural: A Mediação Com Reconhecimento Da Identidade

As mudanças que começaram a se delinear na década de oitenta e se consolidaram no Brasil nos anos noventa, provocando alterações institucionais profundas, assimiladas mais rapidamente pelo setor privado. As instituições públicas têm levado mais tempo para se adaptar às mudanças, mais ainda, quando possuidoras de um passado reconhecido. As instituições de extensão rural oficial representam um destes segmentos, pois suas ações foram efetivas durante a implantação do modelo da modernização tecnológica especializada e produtivista. No entanto, o contexto está em transformação e requer novos atributos das instituições. O artigo discute as diferentes fases vividas pela extensão rural oficial, principalmente do RS, relacionado-as com os processos educacionais. Constituem-se assim elementos para visualizar caminhos alternativos, alicerçados em uma nova postura pedagógica dos profissionais, ancorada na mediação. A construção de um referencial de diálogo e administração de conflitos, encontra mais sentido com o reconhecimento do multiculturalismo, não dissociado das relações locais de poder. As novas competências formam uma rede de relações que a sociedade é capaz de construir, com ênfase para uma participação ativa dos atores sociais.

Economía social, comunalidad: orientación teórica para el turismo rural, como alternativa de desarrollo

Revista Mexicana de Ciencias Agrícolas

Este artículo tiene como objetivo presentar un modelo teórico para el estudio del turismo rural, que permita visualizar los retos que enfrentan las comunidades cuando consideran implementar actividades turísticas que permitan ser una alternativa de desarrollo local. Para ello, se sostiene que es necesario que éstas se establezcan y administren a partir de acuerdos comunitarios, equidad, respeto y compromiso voluntario. Es por ello, que la metodología empleada fue a través de la teoría de la comunalidad (Rendón y Díaz, 2003) y de la economía social (Coraggio, 2003), pues ambas las consideramos como dos pilares del desarrollo local. La primeraestáconstituidaporelterritorio,dondesemanifiestan las formas de organización comunitaria a través del trabajo, del ejercicio, poder y de las manifestaciones culturales orientadas allogrodefinescolectivos.Ademáselterritorio,adquiereuna apropiación simbólica colectiva. El trabajo como sistema de derechos y obligaciones, fundamentado en la reciproci...

Sociología Rural en El Siglo XX. Claves Históricas Para Su Comprensión

Textual, 2021

T his study investigates the different historical processes used in the founding and development of Rural Sociology, a sub-discipline of Sociology. Our attention is focused on the 20th century as it was during this period that rural society first had to determine whether to implement government policies, to denounce peasantry oppression from an ideological perspective, or to create a new category between the social class and the ethnic group. We also show that conflicting opinions about time and geographic area have stalled the development of Rural Sociology as a distinct discipline of study. We conclude that while the ongoing focus on the topics of interest constitutes a challenge for creating a solid epistemology for Rural Sociology as a distinct discipline, it is the only viable method for solving the puzzle of the differing approaches to the rural social subject.

Políticas Públicas e Tecnologia de Gestão na Pequena Propriedade Rural na Região do Alto Uruguai

2017

A pesquisa desenvolvida analisou as pequenas propriedades rurais da Regiao do Alto Uruguai Gaucho, composta por pequenas e medias propriedades rurais. O metodo utilizado neste estudo foi o analitico-descritivo, atraves da utilizacao de bibliografia. Objetivou-se analisar como a tecnologia de gestao incentivada por politicas publicas podem transformar as caracteristicas da propriedade familiar e incentivar o desenvolvimento rural. A regiao tem ocupacao baseada na agricultura em medias e pequenas propriedades, havendo pouca evolucao tecnologica e de gestao. Os casais passaram a ter menos filhos e os jovens comecam a migrar para as cidades em busca de emprego, diante da falta de incentivo para a permanencia no campo. Tendo a regiao pequenas propriedades e pouco conhecimento de gestao sao necessarias politicas especificas que atendam tais demandas e aumentem a renda, motivando as proximas geracoes e o desenvolvimento. Apesar das medidas de incentivo desenvolvidas no meio rural para prom...

La gestión del medioambiente rural en Grecia como una frontera cultural entre el «Occidente» y el «Oriente»

Arbor, 2008

Grecia, en el extremo sur de la provincia de los Balcanes, es cultural y biogeográficamente una zona de transición entre el "este" y el "oeste". Algunos de los estilos tradicionales agrarios están considerados ejemplos típicos de un "estilo de producción oriental". En el Estado de Grecia, estos estilos de producción agraria están considerados como "caducados" y "fuera de sitio" en el contexto de la transformación radical de la producción agraria y del paisaje rural fruto de la intensificación de la agricultura y la modernización de la sociedad rural, unos procesos que se establecen hacia 1970 y se aceleran después del acceso a la UE. Sólo recientemente, algunas de las características de los antiguos sistemas agrarios son reevaluadas, a la luz de los negativos impactos ambientales de algunos modernos estilos agrarios. En este artículo, el paisaje rural de Grecia todavía se presenta en relación a los estilos agrarios que lo han formado, tanto "tradicional" como "moderno". Algunos de los cambios más importantes son discutidos en el marco de una gestión ambiental, mediante algunos ejemplos clave: gestión forestal y laboreo en las montañas, cultivos mixtos y olivar en las islas y sur de Grecia; y tierras de labor en las llanuras. Este artículo presenta los impactos ambientales y visuales de los cambios en los estilos agrarios y discute brevemente posibles tendencias futuras. Los impactos son evaluados mediante trabajo empírico, especialmente en el caso de los paisajes de cultivos mixtos y olivar y por la literatura. Las conclusiones indican que los estilos agrarios "tradicionales" suponen impactos ambientales positivos comparados con los "modernos" y actualmente algunas de sus características pueden ser usadas para la gestión sostenible del paisaje rural.