O que há de positivo em ser marginal? (original) (raw)
O presente trabalho busca discutir o uso do termo marginal para designar parte da produção literária contemporânea, sobretudo para a produzida por autores vinculados a bairros periféricos dos grandes centros urbanos do Brasil. Parte-se da constatação de que a adoção por parte destes autores do termo marginal passa a adquirir um caráter identitário que busca construir uma espécie de movimento literário que se baseia em critérios sociais para sua delimitação. Importante destacar que tal empreendimento, que é revestido por um posicionamento político, resultou em um importante debate acerca dos limites dos estudos literários frente a este objeto. Neste sentido, ao cobrar para si um exame fundado em estruturas sociais, expressando como principal diferenciação a origem periférica de seus produtores discursivos, o grupos de autores que se agrupam sob o título de marginal não utilizam como primeiro elemento catalisador um pacto estético. Dessa forma, é proposto um exame das múltiplas leituras que o termo marginal recebe no âmbito dos estudos literários, estabelecendo as possíveis aproximações e os distanciamentos entre o uso que os autores de periferia fazem do termo marginal e a teorização que esta noção recebeu no âmbito dos estudos literários.
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