Atitudes face à escrita em adolescentes portugueses (original) (raw)
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Os Jovens e a Escrita: Práticas Escolares e Extraescolares Em Portugal
Educação em Revista
RESUMO: Apresentaremos as práticas de escrita, em contextos escolares (por injunção professoral) e extraescolares (livres), reportadas por alunos, dos 9 aos 15 anos, no Ensino Básico (EB) em Portugal, por meio de inquérito por questionário a nível nacional. Essas práticas são expressão da vasta e dinâmica relação com a escrita (re)construída pelos sujeitos. A Didática da Escrita (DE) tem salientado, justamente, a relevância de conhecer mais aprofundadamente a relação que os indivíduos (re)constroem com o ato de escrever, pois nela estão ancoradas as motivações e os fatores de afastamento e rejeição desta prática de produção verbal. Os resultados indicam maior diversidade de escritos no contexto extraescolar, contrastando com focos de atuação escritural mais preponderantes na escola, procurando atender a prioridades de ensino-aprendizagem. Emergem, contudo, elementos de conexão entre os dois contextos, que (in)formam para uma atuação didática mais favorecedora de um percurso escritur...
Práticas de letramento e a escrita juvenil de estudantes de escolas públicas
Pontos de Interrogação – Revista de Crítica Cultural
Este estudo tem por finalidade refletir sobre as escritas juvenis, especialmente, de estudantes poetas oriundos de Escolas Públicas do Semiárido nordestino, levando em conta as marcas de identidades e de letramento como prática social presente em textos de meninas poetas que desenvolvem textos a partir do letramento escolar. Assim, há de problematizar se essas escritas refletem as práticas sociais de letramento para marcar o lugar de fala, por conseguinte, as marcas identitárias de jovens estudantes de Escolas Públicas. E mais. Como os agentes diretamente envolvidos com Educação Pública podem contribuir para potencializar essas escritas juvenis? Para fundamentar este estudo, optamos pelo diálogo de Street (2010; 2014); Hall (2019) e (CERTEAU, 2012). Uma perspectiva de pesquisa bibliográfica e documental de textos com escritas que trazem marcas identitárias de estudantes de Ensino Médio de Escolas Públicas. [Recebido em: 21 mai. 2022 – Aceito em: 18 jun. 2022]
Atitudes dos jovens face à leitura e a si mesmos
2012
Este estudo procurou analisar as relações entre as atitudes dos jovens face à leitura e a si mesmos (autoconceito), respondendo às seguintes questões de estudo: Q1: Que relação existe entre o autoconceito e o interesse pela leitura? Q2: Que relação existe entre o autoconceito e a perceção de si como leitor? A amostra incluiu alunos do 7.º e 9.º anos, num total de 283. O autoconceito foi avaliado com a "Piers-Harris Children's Self-Concept Scale" (PHCSCS-2), na sua prévia adaptação (Veiga, 2006); procedeu-se à elaboração de novas escalas, para avaliar o interesse pela leitura e a perceção de si como leitor. Na análise dos resultados, encontraram-se relações entre a leitura (interesse, perceção de si como leitor) e duas dimensões do autoconceito: o estatuto intelectual e o aspeto comportamental. O estudo inclui a discussão dos resultados e remete para novas pesquisas, em função de novas variáveis e ao longo da escolaridade.
Escrita teclada x escrita padrão na produção textual: a experiência de adolescentes brasileiros
O computador associado à internet vem produzindo transformações no ato de escrever, conduzindo a produção escrita em direção à rapidez e velocidade de execução. Em decorrência das demandas do uso dos aplicativos de comunicação instantânea, surgem novos gêneros textuais, investindo a escrita de características linguísticas específicas, visando tornar a comunicação através do texto digital mais dinâmica e funcional. O presente trabalho discute o emprego da escrita teclada por adolescentes como vinculada ao gênero textual digital, contextualizada pela cultura eletrônica, possibilitando a produção discursiva na internet. Argumenta-se que escrita teclada não seria transposta necessariamente a outros contextos discursivos, como por exemplo, o escolar, sugerindo, desta forma, a ocorrência de um processo de legitimação das escolhas lingüísticas em função do contexto sociocomunicativo.
Avaliação da escrita em jovens e adultos
Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 2019
O objetivo deste trabalho foi o de analisar a ortografia, de jovens e adultos que retornam a escola para completar a alfabetização, por não ter realizado os estudos na idade habitual. Os participantes da pesquisa foram alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede municipal da cidade de Amparo/SP. A amostra foi composta por 57 participantes, no primeiro ciclo do Ensino Fundamental, sendo que 27 (47,37%) cursavam a terceira série e 30 (52,63%) cursavam a quarta série. A coleta de dados foi realizada em três diferentes situações; um Ditado, o Reconhecimento de palavras e a Reescrita. O ditado utilizado foi o texto do Instrumento de Avaliação das Dificuldades de Aprendizagem na Escrita (ADAPE), padronizado para esse fim. O reconhecimento de palavras foi realizado a partir de um instrumento de múltipla escolha e a reescrita foi feita baseando-se numa lenda conhecida do folclore nacional. A análise dos resultados foi possível a partir de uma categorização dos erros em cada instrumento e da análise comparativa dos mesmos. Os resultados indicaram que as principais dificuldades se relacionam ao apoio na oralidade, mais especificamente quando se trata de palavras que empregam sílabas compostas, dígrafos e letras que representam vários sons. Na escrita de frases e textos deve-se destacar a dificuldade de segmentá-las, seja no ditado ou na escrita espontânea. O fato de que os erros mais freqüentes se mantiveram iguais nas três atividades de escritas propostas ofereceram maior convicção das reais dificuldades do grupo de participantes e acredita-se que os instrumentos utilizados em conjunto são uma alternativa confiável para se obter informações mais precisas sobre as dificuldades dos alunos, bem como podem ser utilizados como recursos didáticos na aprendizagem da escrita, desde que devidamente explorados com tal finalidade.
A produção escrita no ambiente escolar
Breno Luis DEFFANTI Mestre em Linguística O que significa escrever um texto? Iniciamos a discussão destacando algumas questões colocadas por Marcuschi, B. (2010) 2 , que traça uma síntese do histórico desta atividade no âmbito escolar. 2.1.1. Breve histórico do ensino de produção de texto na escola Para a autora, do início do século XX até os anos 80, a concepção de texto estava voltada para a "escrita correta" e as aulas de Língua Portuguesa eram focadas no estudo da gramática normativa e na ortografia:
As conceções dos educadores portugueses sobre a linguagem escrita
O presente artigo pretende dar conta dos resultados de uma investigação realizada junto de um grupo de 18 educadores de infância a trabalhar em escolas da rede pública da Ilha Terceira, Açores, Portugal, cujo objetivo foi o de compreender a sua perspetiva acerca da abordagem à linguagem escrita no âmbito da educação de infância. Foram avaliados aspetos como a posição pedagógica e metodológica que as educadoras afirmam adotar na sua intervenção pedagógica e os processos de aprendizagem que afirmam privilegiar como promotores da literacia nas suas salas. A entrevista realizada durante o segundo trimestre do ano escolar permitiu concluir que a forma de pensar destas educadoras, acerca do desenvolvimento da linguagem escrita, caracteriza-se, basicamente, pelo distanciamento relativamente a uma perspetiva emergente da literacia, centrada nas crianças, pela atribuição de uma acentuada importância às atividades e estratégias de intervenção direta e pelo défice de conhecimentos sobre a forma como se desenvolvem os processos de leitura e escrita em crianças pré-escolares.
A escrita na língua portuguesa
Com o mesmo apetite pediam respostas às fontes, aos rios, aos bosques e às penhas; com o mesmo inquiriam os cantos e vôos das aves, os mugidos dos animais, as folhas e movimentos das árvores, com o mesmo interpretavam os números, os nomes e as letras, os dias e os fumos, as sombras e as cores e não havia cousa tão baixa e tão miúda por onde os homens não imaginassem que podiam alcançar aquele segredo que Deus não quis que eles soubessem. (Pe. Vieira. História do Futuro) Desde as primeiras manifestações culturais humanas conhecidas, a documentação gráfica (grafismos) tem sido largamente utilizada. O grafismo, aliás, caracteriza-se pela implicação que manifesta do próprio pensamento racional humano. Em alguns casos, tratase obviamente de uma representação gráfica de um fato qualquer que se possa ter memorizado. De maneira geral, os grafismos são utilizados para representações de aspectos característicos da vida familiar/coletiva como das situações de caça e de cerimônias. Na França, algumas pinturas datadas de aproximadamente 18.000 anos a.p. são bastante ilustrativas desse tipo de representação. Como se pode ver na Ilustração 1, abaixo, animais são figuras sempre presentes nas representações. Ainda que possam estar ligeiramente estilizados, o reconhecimento é imediato.
Crianças surdas e experiências com a palavra escrita
Educação e Pesquisa
Resumo Este artigo apresenta parte de uma investigação sobre o processo de apropriação da língua portuguesa escrita por crianças surdas, sinalizantes de Língua Brasileira de Sinais (Libras), e busca descrever os seus dizeres e analisar as produções induzidas durante a pesquisa. Trata-se de pesquisa qualitativa, descritiva e de cunho exploratório. Participaram seis colaboradores que cursavam a Educação Infantil e os anos iniciais do Ensino Fundamental em uma escola de surdos. Foram utilizadas entrevistas e atividades realizadas a partir da contação de uma história em Libras. Nessas atividades, as crianças escreveram palavras, textos, completaram histórias, criaram personagens e fizeram desenhos. As entrevistas, realizadas em Libras, foram gravadas em vídeo, traduzidas e textualizadas na língua portuguesa escrita. Na análise dos dados, constatou-se que não há distinção inicial entre o processo de apropriação da língua portuguesa das crianças surdas em relação àquelas que são ouvintes,...