A crise venezuelana como fator de instabilidade regional (original) (raw)
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2016
O presente texto descreve sucintamente o panorama da crise venezuelana em suas vertentes politica, economica e social e considera seus possiveis desdobramentos no plano regional em face de um eventual transbordamento que venha a ser ditado pela perda de condicao de governabilidade, acompanhada de escalada de violencia politica internamente. Argumenta-se que a conjuncao de uma eventual deterioracao do quadro politico com a ja aguda crise economica e social, resultara em pressoes sobre os espacos fronteiricos sob a forma de demandas economicas e sociais, estas, por sua vez, robustecidas pela movimentacao de pessoas em direcao as fronteiras em busca do atendimento de necessidades imediatas ou interessadas em fugir da crise, afetando a estabilidade nesses espacos e, por extensao, nos planos bilateral e regional.
Conjuntura Austral, 2021
A convergência política na América do Sul, vivenciada entre 1998 e 2013, marcada por um cenário de crescimento econômico e destacado incentivo por parte dos governos sul-americanos em cooperar e formar espaços para a integração, não resultou no aprofundamento dos processos regionais existentes. Tal período, conhecido como regionalismo pós-hegemônico, ainda que compartilhando objetivos e valores em comum, levou à criação de diferentes instituições que ampliaram a segmentação regional ao serem incapazes de se consolidar diante das outras estruturas já existentes. Dessa maneira, o principal problema aqui discutido é a existência de um espaço regional fragmentado. Ao questionar como as instituições regionais sul-americanas respondem às demandas nacionais e regionais em um cenário fragmentado, este artigo busca analisar e avaliar os impactos da fragmentação regional em cenários críticos que demandam ações conjuntas e respostas institucionais regionais para resolver problemas que ultrapassam as fronteiras nacionais, em especial a crise Venezuelana e a pandemia do Covid-19. Através de análise bibliográfica recente, assim como a partir do acompanhamento de notícias, fontes jornalísticas e documentos oficiais dos blocos regionais sul-americanos existentes, este artigo discute que em um cenário institucionalmente fragmentado, as instituições regionais encontram-se limitadas para dar respostas às demandas existentes. // Abstract Political convergence in South America, experienced between 1998 and 2013, marked by a scenario of economic growth and a strong incentive on the part of South American governments to cooperate and form spaces for integration, did not result in the deepening of existing regional processes. This period, known as post-hegemonic regionalism, although sharing common goals and values, led to the creation of different institutions that expanded the regional fragmentation once they were unable to consolidate themselves in the face of other existing structures. Thus, the main problem discussed here is the existence of a fragmented regional space. When questioning how South American regional institutions respond to national and regional demands in a fragmented scenario, this article seeks to analyze and evaluate the impacts of regional fragmentation in critical scenarios that require joint actions and regional institutional responses to solve problems that go beyond national borders, particularly the Venezuelan crisis and the Covid-19 pandemic. Through recent bibliographic analysis, as well as following news, journalistic sources and official documents from existing South American regional blocs, this article argues that in an institutionally fragmented scenario, regional institutions are limited to providing answers to existing demands.
2017
O texto analisa os impactos de medio e longo prazo derivados da implementacao do acordo de paz entre o governo colombiano e as FARC e da crise politica venezuelana sobre o panorama da estabilidade no arco setentrional da America do Sul. Argumenta-se que os reflexos de cada um dos processos analisados sobre o panorama da estabilidade regional sao diferenciados. No primeiro caso, destaca-se a conformacao de uma geografia politica dos ilicitos transnacionais a partir do territorio colombiano e seus reflexos em seu entorno vicinal como importante fator de instabilidade. No segundo caso, aponta-se a escalada de tensoes e a eventual eclosao de uma guerra civil como poderoso fator de instabilidade.
Uma leitura territorial da crise e vulnerabilidade social
2017
Apesar de se comecar a assistir a alguns sinais do abrandar da crise economica e financeira, queatingiu a Europa desde 2008, Portugal tal como outros paises da Europa do Sul, encontra-se, ainda,numa situacao de crise, com consequencias no aumento dos riscos e vulnerabilidade social. Asrespostas politicas a crise assentaram em medidas financeiras de austeridade, de forma a reduzir odeficit orcamental, o endividamento publico e a despesa atraves da reducao ou congelamento dossalarios, do aumento de taxas e impostos, e da restruturacao dos servicos e dos apoios publicos. Asmultiplas dimensoes da crise e da austeridade permitem abordar o seu impacto a partir de variasperspetivas e diversificados indicadores de forma a melhor analisarmos os impactos. Perante estequadro, esta comunicacao desenvolve-se, em primeiro lugar, a nivel nacional e sustenta-se em umnumero elevado de indicadores, a partir de um conjunto de fontes estatisticas (Eurostat, Pordata, INE,entre outras). Em seguida, faz-s...