Importância da avaliação da margem cirúrgica em mastocitoma de cães atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (original) (raw)

Mastocitoma é uma das neoplasias cutâneas mais comuns em cães. O tratamento de eleição é o cirúrgico e a manutenção de margens livres é necessária para evitar recidivas e metástases. Considerando a necessidade de se assegurar uma excisão cirúrgica com margens suficientes para se prevenir recorrência e, ao mesmo tempo, evitar procedimentos desnecessariamente agressivos, o presente estudo verificou o papel das margens cirúrgicas como fator de prognóstico do paciente, correlacionando a presença de margens comprometidas ou livres com variáveis clinico-patológicas e sobrevida de cães com mastocitoma. Foram selecionados 30 casos de cães com mastocitoma, com coleta de informações relativas à raça, sexo, idade, localização, grau histológico, aspecto macroscópico das lesões e tipo de margem (exígua, comprometida ou livre). Não houve influência do sexo e da raça na ocorrência do mastocitoma, apesar da maioria dos cães serem sem raça definida. Animais com mais de 8 anos foram os mais acometidos e o tronco foi a região com maior ocorrência dos tumores. Quanto ao grau 63,4% dos mastocitomas era grau II. Margens livres foram observadas em 30% dos cães, margens exíguas em 16,7% e comprometidas em 53,3%. A média da sobrevida total foi de 251,14 ± 235,49 dias e não foi encontrada correlação entre o tipo de margem cirúrgica e a sobrevida do animal. Entretanto as margens comprometidas foram mais frequentes em animais idosos, podendo-se afirmar que o tumor tende a ser mais invasivos em cães mais velhos. Assim, procedimentos menos agressivos podem ser adotados no caso do mastocitoma, principalmente quando se trata de tumores de baixo grau.