JORNALISMO E FEMINISMO: do que tratam as teses e dissertações em Comunicação do período de 2001 a 2018? (original) (raw)
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2018
Esta pesquisa analisa teses e dissertações defendidas nos programas de pós-graduação em Comunicação e Jornalismo brasileiros, entre os anos de 1972 e 2015, que enfoquem o Jornalismo e a Mulher. Assim, tem por objeto a articulação do Jornalismo e dos estudos feministas nas metodologias e teorias que fundamentam dissertações e teses da Pós- Graduação em Comunicação e Jornalismo no Brasil. Trata-se de uma "pesquisa da pesquisa”, nos termos de Maldonado (2003), de caráter documental. O esforço da análise é identificar como as pesquisas sobre a mulher no jornalismo relacionam as teorias feministas às teorias do jornalismo. Também é propósito da pesquisa analisar o percurso teórico- metodológico adotado pelos trabalhos que abordam o jornalismo e a mulher a fim de perceber como é construído o conhecimento de pesquisas científicas em Comunicação e Jornalismo que tratam do tema. O levantamento das teses e dissertações implica no mapeamento dos programas de pós-graduação (PPGCOM e PPGJOR) e possibilita não só uma visão ampla das pesquisas que tratam da mulher. Também são apresentados dados que permitem interpretações sobre o desenvolvimento da Comunicação e do Jornalismo no Brasil a partir de um panorama quantitativo das teses e dissertações publicadas no país. Parte-se do pressuposto de que são poucas as pesquisas que tensionam a epistemologia do jornalismo a partir da epistemologia feminista, embora as críticas feministas à construção do conhecimento tenham maior visibilidade em outros campos como a História, Filosofia e as Letras. A resposta para a questão levantada, embora não seja uma resposta estanque, atravessa a estrutura dos capítulos apresentados e, principalmente, a análise das teses e dissertações. Assim, o primeiro capítulo trata do que é estudado: a Mulher e o Jornalismo; o segundo, apresenta a anatomia da pesquisa ao explicar como se chegou às teses e dissertações analisadas; o terceiro, busca a partir de uma revisão bibliográfica localizar o lugar da mulher no jornalismo; e por fim, o quarto apresenta a análise de cinco dissertações e cinco teses escolhidas a partir do processo desenvolvido para esta dissertação de categorização das teses e dissertações com maior potencial para observar relações epistemológicas entre o Jornalismo e os estudos feministas e ou de gênero.
Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação
Resumo O artigo tem por objetivo realizar um mapeamento das interfaces entre os estudos de gênero e as investigações de mestrado e doutorado em comunicação do Brasil defendidas no período de 1972 a 2015. Ao todo, no período analisado, foram produzidas 13.265 investigações de mestrado e doutorado em comunicação. Desse número total, 316 pesquisas realizam interface com os estudos de gênero. Essas investigações foram vislumbradas por meio de suas problematizações e eixos teóricos principais, entre eles, os estudos feministas, os estudos LGBT e/ou queer e os estudos das masculinidades. Na análise, foi possível notar que a incorporação dos estudos de gênero ainda é incipiente no campo, exigindo o deslocamento e dedicação desses mestres e doutores, fato que indica a necessidade de investir em novas problematizações.
Masculização e desfeminilização no jornalismo em crise no Brasil (2012-2017)
Revista Estudos Feministas, 2022
No artigo, analisamos o fenômeno, aparentemente paradoxal, da desfeminilização do jornalismo brasileiro em função da crise econômica combinada às transformações estruturais do ofício. O objeto de estudo são os resultados de um painel sobre trajetórias profissionais de jornalistas brasileiras, com surveys produzidos em 2012 e 2017, num contexto de riscos biográficos produzidos por uma combinação de fatores (relacionados ao sistema capitalista, ao setor de mídia e à condição sociopolítica do país). O cotejamento dos dados dessa pesquisa com a bibliografia que aborda a divisão sexual do trabalho nos leva a reiterar a natureza histórica e estrutural da desigualdade de gênero, cujo reconhecimento favorece a compreensão do fenômeno que atinge as trabalhadoras contemporâneas. Palavras-chave: jornalismo; sociologia do trabalho; mulheres jornalistas; divisão sexual do trabalho; trajetórias profissionais.
Jornalismo, misoginia e a revitimização da mulher
E-Compós
O objetivo deste artigo é discutir o jornalismo como instância promotora da revitimização de mulheres que acusam homens de violência. Com apoio de um quadro teórico de estudos antropológicos, históricos e filosóficos sobre gênero e emoções, argumentamos que tal modus operandi do jornalismo funciona como elo do que chamamos de cadeia comunicativa de misoginia. A reflexão se baseia em um estudo de caso envolvendo matérias do portal G1 sobre a acusação de agressão feita por Poliana Bagatini, em 2017, contra o cantor Victor Chaves (seu marido à época) e a posterior condenação do acusado, em 2020. A metodologia está fundamentada na teoria do enquadramento e na compreensão bakhtiniana do discurso.
Monografia - UFMA, 2020
Recentemente, a pesquisa em jornalismo tem se dedicado a verificar a presença das mulheres e de pautas relacionadas ao gênero em diversos âmbitos da profissão, seja a partir da produção dos diferentes suportes e veículos ou nas redações jornalísticas. Nesse cenário, este trabalho propõe contribuir com os estudos ao se debruçar sobre a presença das mulheres como fontes de informações nos telejornais Jornal Hoje e JMTV 1ª Edição. A pergunta a ser respondida aqui é: “quando e como as mulheres são usadas como fonte de informação no Jornal Hoje e no JMTV 1ª Edição”. Para isso, foi utilizado como método científico a Análise de Conteúdo (BARDIN, 2006), inspirado na pesquisa do Global Media Monitoring Project, que verifica a presença da mulher no jornalismo de todo o mundo. O corpus do estudo compreende uma amostra (SOUSA, 2004) de 24 edições do Jornal Hoje e 24 edições do JMTV 1ª Edição, que foram transmitidas no ano de 2019. Assim, foram analisadas 429 matérias que contavam com 1.119 fontes de informação. Além disso, foi realizado uma revisão de literatura com diversos autores e autoras para discutir gênero e comunicação, fontes de notícias e telejornalismo. Como resultado, verificou-se discrepâncias ao se comparar a presença de homens e mulheres no telejornal de diferentes abrangências. Algumas delas referem-se a menos entrevistadas, principalmente quando se olha fontes oficiais e especialistas. Ademais, quando presentes, elas servem apenas para fornecerem opiniões pessoais e ilustrarem as matérias, o que pouco contribui para a construção da narrativa jornalística. Além disso, a quantidade de notícias que se propõe a inserir perspectivas de gênero é irrisória. Entretanto, algum avanço nesse sentido foi observado no telejornal regional, o JMTV 1ª Edição, que apresentou um cenário mais positivo para as mulheres enquanto fontes de informação.
2017
Este trabalho analisa alguns dos anúncios e propagandas voltados para o público feminino que circulavam em dois dos principais jornais de Belém do Pará em pleno período da Segunda Guerra Mundial: o diário A Folha do Norte e o católico A Palavra. Além disso, a partir das características distintas dos jornais escolhidos para esta pesquisa, buscamos refletir sobre as representações de práticas cotidianas das mulheres a partir de anúncios, bem como artigos e noticias em que a figura feminina é protagonista, visando pensar acerca de um perfil aproximado do ―ser mulher durante a década de 40 do século XX, publicados em dois jornais paraenses Folha do Norte e A Palavra
A FORMAÇÃO DISCURSIVA EM MATÉRIAS JORNALÍSTICAS SOBRE A MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
RESUMO: Em uma sociedade patriarcal como a brasileira, em que as mulheres não dominam seus desejos e seus corpos, a violência doméstica ainda é assunto preocupante, por ainda hoje organizar as relações de poder na instituição do matrimônio. Embora, em 2006, a Lei Maria da Penha tenha surgido como uma forma de legitimar a luta das mulheres para coibir os feminicídios e outras formas de violência, estudo do IPEA (2013) revela que as mulheres ainda sofrem com maus tratos de seus parceiros íntimos. A primeira foi veiculada pela RIC TV, afiliada da Rede Record, na cidade em que ocorreu o homicídio, no Jornal do Meio-dia. A segunda foi produzida e transmitida pelo programa Cidade Alerta, de âmbito nacional. As reportagens foram extraídas dos sites das respectivas emissoras. Palavras-chave: 1. Violência Doméstica. 2. Análise do discurso. 3. Matéria Jornalística.