A Cidade-Cinema expressionista: uma análise das distopias urbanas produzidas pelo Cinema nas sete primeiras décadas do século XX (original) (raw)
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Cidade-Cinema: Um novo conceito para a análise das cidades e distopias do cinema
Definem-se como "Cidades-Cinema", para efeito de desenvolvimento conceitual, as cidades idealizadas pelo Cinema a partir de produções fílmicas específicas. A ênfase recai sobre as cidades imaginárias e realistas produzidas pelo Cinema de diversas épocas, examinando elementos de sua arquitetura, espacialidade, organização social, e buscando perceber a sua articulação com o roteiro do filme. A hipótese de trabalho apresentada é a de que mesmo as cidades imaginárias sempre expressam, de alguma forma, os medos, angústias, anseios, esperanças ou demandas da sociedade que as produziu. Nesse sentido, operacionaliza-se aqui a postura metodológica que considera o real e o imaginário não como dimensões separáveis, mas complementares e constituintes de uma unidade complexa. O conceito prepara a esteira teórica para o estudo de algumas cidades-cinema a serem abordadas posteriormente, já que o presente ensaio se coloca como uma proposta de pesquisa mais sistemática a ser desenvolvida futuramente.
UTOPIAS E VISÕES SOBRE O ESPAÇO URBANO: O FILME DE CIDADE NA DÉCADA DE 1920 1
2017
Este trabalho busca analisar o filme de cidade da década de 1920, especificamente Berlim – Sinfonia da Metrópole (1926), Um Homem com uma Câmera (1929) e São Paulo, Sinfonia da Metrópole (1929), a partir da tradição de visões e utopias sobre o espaço urbano a que esses filmes de alguma maneira respondem. Para isso, o trabalho resgata críticas da arquitetura e sensibilidades do urbano, como a figura do flâneur. Busca-se, enfim, encontrar a especificidade do modo como cada obra constrói a cidade e suas diferenças em relação a como a cidade foi apresentada no primeiro cinema.
A urbanidade problematizada nos diálogos entre o cinema e a cidade de Palmas
LAPLAGE EM REVISTA, 2018
A participação que uma pequena cinematografia tem a desempenhar no imaginário dos lugares periféricos é o principal interesse deste texto. Tomo como exemplo o caso da cidade de Palmas, capital do estado do Tocantins, e sua razoável produção de filmes que, no entanto, permanecem pouco conhecidos pelo próprio espectador local. A investigação, ancorada no conceito de geografias de cinema, leva em conta a característica de Palmas ser uma cidade muito nova e projetada, com a história marcada pelo personalismo político e com uma identidade forjada por uma história oficial muito propagada nos meios midiáticos hegemônicos. Questiona-se então se o cinema de pouca repercussão consegue desenvolver um outro discurso histórico menos comprometido com o poder instituído. Para tanto, proponho uma observação de Palmas, eu gosto de tu, primeiro longa-metragem produzido em Palmas a ser exibido comercialmente.
Representações estéticas da metrópole no cinema de autor dos anos 1920
2000
Ao Prof. Dr. Edson Leite, por acreditar neste trabalho de pesquisa e orientá-lo com objetividade e rigor, contribuindo para meu amadurecimento acadêmico. Ao amigo Olívio Guedes, por me apresentar o Programa Interunidades e seus competentes professores, possibilitando meus planos de uma pós-graduação. Aos professores Dr. João Eduardo Hidalgo e Dra. Jane Aparecida Marques, por suas orientações de extrema valia na ocasião de minha qualificação. À Profa. Dra. Elza Ajzenberg, por suas aulas e suas orientações para a academia e para a vida. À Profa. Ms. Maria Cristina Caponero, pelas orientações dadas na preparação de minha qualificação. Aos caros colegas Adilson Mendes e Alexandre Miyazato, da Cinemateca Brasileira, por possibilitarem meu acesso a materiais essenciais para o cumprimento desta pesquisa. A Frederico Barbosa, por ter me dado a primeira oportunidade profissional no ambiente da poesia e da arte, sendo grande responsável por todo meu desenvolvimento subsequente. À minha cunhada, Alessandra Boldrini, pela gentil cortesia em empregar seu talento e sua paciência na arte da capa deste trabalho. A Gabriela Bassan, por colaborar com a prospecção de material complementar à pesquisa. Aos queridos amigos de hoje e sempre Daniel Solimene, Elizabeth Martin Daniel Babalin dos Santos e Clenir Bellezi de Oliveira, pelo incentivo constante.
Cidade e cinema: diálogos sobre questões de moradia e corpografias urbanas
Revista UFG, 2020
Tomando como ponto de partida a utilização do cinema como potenteferramenta de transformação, e linguagem que propicia espaços de discussão eaprendizado, o presente relato propõe-se compartilhar experiências resultantes do cinedebate com o tema “Direito à cidade e território no Brasil”, promovido pelo projeto deextensão Cinema: subjetividade, cultura e poder, da Universidade Estadual de Feira deSantana, no intuito de trazer à pauta as lutas por moradia e o quanto os corpos que habitamo espaço urbano são afetados pelas dinâmicas sociopolíticas que os atravessam. O filmeescolhido para exibição e debate foi o documentário Leva (2011), dirigido por JulianaVicente e Luiza Marques, que aborda a temática citada. A partir da atividade realizada,foi possível refletir não só sobre a experiência urbana em São Paulo, no que se refere àsreivindicações pelo direito à cidade e à moradia, mas analisar a própria realidade localbaiana, e mais especificamente, a da cidade de Salvador.
As Dificuldades Da Convivência Urbana Expressas Através Do Cinema No Início Do Século XXI*
No combate entre você o mundo, prefira o mundo. Franz Kafka O assunto principal deste artigo são as formas e as possibilidades-assim como as impossibilidades-do convívio nas cidades no século XXI. Como estão sen-do feitos os novos acordos que possibilitam à vida urbana continuar seu rumo? E quais são os princi-pais pontos de aspereza, onde não há acordo possí-vel, e as desigualdades explodem, assumindo as for-mas da violência, do medo, da revolta, da perver-são? Dentre as várias formas que poderíamos selecionar para abordagem deste tema, a produção cinematográfica contemporânea é uma das que mais chama a atenção. A primeira década do século está sendo profícua em filmes que abordam estes perigos existenciais, em especial as dificuldades de conviver com o outro, de conseguir dividir o mesmo espaço-o da cidade-com interesses divergentes e conflitantes. Foram escolhidos quatro filmes de di-versos países que tratam das diferenças das socieda-des. Eles nos mostram que este tema é global,...
UM CINEMA DE CIDADE: IMAGENS DO URBANISMO EM FILMES BRASILEIROS
Sociabilidades Urbanas: Revista de Antropologia e Sociologia, 2019
Este trabalho tem por objetivo discutir o cinema que fabrica imagens do urbanismo localizadas em contextos de mudanças urbanas na ordem da prática do espaço. Um cinema de cidade, neste ínterim, é figura de duas seções de reflexão: um cinema urbano que trata do aspecto da cidade contemporânea, e um cinema que é produzido em circunstâncias teóricas e de linguagem que apenas a cidade oferece. Assim, dedicaremos atenção às imagens dos filmes brasileiros de ficção que focalizam o teor social e simbólico da cidade moderna e do seu espaço urbano, e das transformações da paisagem urbana da cidade que passeia em intervalos de memória, afetos e ruínas. Nossa proposta será refletir sobre a questão da cidade a partir das discussões levantadas nos campos da Filosofia do Espaço, Antropologia Urbana, Geografia Cultural e o Cinema.