A política a partir das margens (original) (raw)

Fronteiras da política

2021

This work aims to collaborate with the debate around social movements in contemporary Brazil through the analysis of the Brazilian LGBT (lesbian, gay, bisexual and transgender) movement. For this, it is centered in the relations of the activist groups of Campinas with the social actors within their activist "field", contextualizing them in relation to political processes in both national and international scope. The study of the relations of this social movement demands attention to the "multiple belongings", the "transits" between state and activism and the relations with political parties and diverse actors like workers unions and other social movements. The analysis of the "transits" and the "multiple belongings" denotes disputes around the meanings assumed by categories like social movement, state and politics. These disputes (re)produce the borders of what is comprehended as state and social movement, as well as the meanings around of what is politics. The analysis of the relations with other actors present in the activist network stress the alliances and tensions between the groups, as well as the processes of fission related to the specification of the political subject of the movement. Ethnography was used here as the research method, thus, the research articulates participant observations, document analysis and in-depth interviews. Between January 2013 and June 2014 I observed activities that congregated diverse actors of the "field" of the movement, meetings and activities of the Sexual Diversity Month and the everyday activities of the workers of Campinas LGBT Center.

A volta da realidade das margens

Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, 2012

Na abertura do ensaio 18 de Brumário de Luís Bonaparte, Karl Marx apresenta a célebre frase que propõe uma leitura dos acontecimentos enquanto fenômenos cíclicos ao afi rmar que: "Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa". A referência à frase de Marx se faz necessária para evocar não a adjetivação proposta pelo autor para classifi car os fatos e personagens históricos, mas, sim, para utilizar a sua percepção acerca da circularidade dos eventos. Por esse ponto de vista, interessa-me essa possibilidade de leitura do tempo, na qual é destacado o seu processo cíclico e a realização de um movimento de retorno. Talvez a imagem que melhor defi na a afi rmação de Marx não seja o círculo, e sim a espiral. Posto que os eventos não somente se repetem, mas são repetidos em diferença, produzindo uma espécie de oscilação na forma de caracterização dos fatos.

Normas, instituições e poder a partir de perspectivas das margens

Normas, instituições e poder a partir de perspectivas das margens, 2021

FELONIUK, Wagner; MARCHIORI NETO, D. L. (Org.) ; MOREIRA, F. K. (Org.) ; COMIRAN, F. (Org.) . Normas, instituições e poder a partir de perspectivas das margens. 1. ed. Rio Grande: Editora da FURG, 2021. v. 1. 233p .

“PARA ALÉM DAS PERNADAS”: capoeira como produção política das margens

2023

TERRITORIALIDADES NÔMADES EM RESISTÊNCIAS À PRECARIZAÇÃO DA VIDA: tecendo o cuidado em saúde mental e coletiva Coleção Transversalidade e criação: ética, estética e política Volume 18 Editora CRV-Proibida a impressão e/ou comercialização Copyright © da Editora CRV Ltda. Editor-chefe: Railson Moura Diagramação e Capa: Designers da Editora CRV Revisão: Os Autores DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) CATALOGAÇÃO NA FONTE Editora CRV-Proibida a impressão e/ou comercialização Este livro passou por avaliação e aprovação às cegas de dois ou mais pareceristas ad hoc.

Para além de Judith Butler: política pelas margens e a potência queer

Nas entranhas do Direito: métodos e escritas do corpo, 2022

O objetivo desse texto é abrir um debate acerca de uma possível expansão ou radicalização, por ora em nível filosófico, da tese butleriana em "Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria performativa de assembleia", no qual a autora vai propor uma reivindicação performática e corpórea por direitos a partir de uma política do aparecimento de sujeitos marginais nas ruas. Em alguma medida, me parece importante pensar uma política não apenas de tensionamento e borramento das margens e dos espaços, como entendo ser a proposta de Butler, mas um modo de existência política em constante fuga por tais margens: a potência queer.

Fronteiras na cidade: das margens na margem às margens no centro

ENTRE-LUGAR, 2019

O presente ensaio visa a tecer algumas considerações sobre fronteira. Para além de sua dimensão geográfica, geralmente associada, no nível do senso comum, à noção de limite entre dois Estados-Nação, a fronteira carrega uma dimensão social, simbólica/imaterial que são projetadas no espaço geográfico, se desdobrando em inúmeras relações socioespaciais. Longe de darmos conta da complexidade/multiplicidade dessas inúmeras relações que produzem e se dão no espaço, propomos um ensaio dialógico, valendo-nos de duas situações/realidades socioespaciais – a conurbação Ponta Porã/MS (BR) X Pedro Juan Caballero (PY) e a cidade de Dourados/MS. A partir dessas porções do espaço trazemos alguns exemplos/situações onde são estabelecidas fronteiras às vezes materiais, outras imateriais, algumas geográficas outras simbólicas, de modo a contribuir para o entendimento dessas relações socioespaciais e também à compreensão da polissemia desse termo/noção/conceito – fronteira.

Sobre Marx nas margens

Nas últimas décadas, tornou-se comum a crítica de que Marx seria um pensador eurocêntrico, insensível ao colonialismo e até racista. A reação dos marxistas, no geral, foi aceitar essa narrativa e se limitar a citar autores da periferia do sistema: José Carlos Mariátegui, Brinda Karat, Ernesto "Che" Guevara e outros. Um caminho alternativo era defender a tese de György Lukács em História e consciência de classe: mesmo que Marx tivesse errado em todas as suas análises, poderíamos seguir tranquilamente marxistas, afinal, ortodoxia no marxismo diz respeito ao método-isto é, ainda que Marx tivesse sido um completo eurocêntrico, poderíamos, a partir do materialismo histórico, não o ser. Em Marx nas margens: nacionalismo, etnia e sociedades não ocidentais, Kevin B. Anderson é bem mais ousado. Com base na análise de uma série de textos de Marx-a maioria inédita em português-e de originais compilados recentemente-como o material da Marx-Engels Gesamtausgabe (MEGA 2)-, ele busca mostrar como o filósofo alemão, em sua trajetória intelectual, preocupou-se com questões raciais e de gênero e tornou-se um pensador não eurocêntrico, atento ao desenvolvimento das sociedades não capitalistas, defensor de uma via revolucionária multilinear, não determinista; em suma, um Marx que não toma o processo histórico europeu como métrica universal da história mundial. Marx nas margens se opõe, de forma rigorosa e bem fundamentada, a análises clássicas, como a crítica de Edward Said em Orientalismo, que classifica Marx como orientalista; revela a preocupação marxiana com os processos de libertação nacional das nações oprimidas e com a luta contra a escravidão da população negra; demonstra, portanto, como é insustentável a tese de um Marx complacente com o colonialismo (considerando a totalidade de sua obra) ou indiferente à luta abolicionista.

Nas margens da diplomacia portuguesa

Nas margens da diplomacia portuguesa quinhentista. O singular testemunho de Roma por um criado de D. Jaime, 4º duque de Bragança (1510-1517) * Resumo: No início do século XVI, as relações políticas entre as diversas monarquias europeias e a consequente prática diplomática vivem um processo de profunda transformação que culmina com o nascimento da diplomacia moderna, expressa na sua forma acabada na figura do embaixador permanente. Tal processo configura-se e materializa-se no espaço da Península Itálica, muito especificamente em Roma. Disso dá conta o relato intitulado Tratado que hum criado do duque de braguança escreueo pera sua senhoria dalgumas notauees cousas que vio hindo pera Roma. E de suas grandezas E Jndulgençias, E grandes aconteçimentos que laa socçederam em espaço de sete años que hi esteue. Da autoria de um anónimo fidalgo português, criado do 4º duque de Bragança, D. Jaime, que habitou em Itália entre 1510 e 1517, este documento revela como no dealbar do século XVI a mirabili urbe ainda mantém uma centralidade fundadora, impondo-se não apenas como sede espiritual do mundo cristão, mas também como cidade cosmopolita, ícone cultural do Renascimento e grande centro de poder político onde as potências coevas disputavam a hegemonia sobre o Velho Continente. On the fringes of 16th century Portuguese diplomacy. The unique account of Rome by a servant of Jaime, 4th Duke of Bragança (1510-1517) Abstract: In the early sixteenth century, the political relations between the various European monarchies and the consequent diplomatic practices were under a process of deep transformation that culminated in the birth of modern diplomacy, expressed in its finished form in the figure of the permanent ambassador. This process emerged and took effect in the Italian peninsula, very specifically in Rome. This represents the content of the report entitled Tratado que hum criado do duque de braguança escreueo pera sua senhoria dalgumas notauees cousas que vio hindo pera Roma. E de suas grandezas E Jndulgençias, E grandes aconteçimentos que laa socçederam em espaço de sete años que hi esteue. Written by an anonymous Portuguese nobleman, servant of the 4th Duke of Bragança, D. Jaime, who lived in Italy between 1510 and 1517, this document reveals how at the dawn of the sixteenth century the mirabili urbe still maintained a founding centrality, imposing itself not just as the spiritual headquarters of the Christian world but also as a cosmopolitan city, the Renaissance cultural icon and the major center of political power where coeval potencies disputed hegemony over the Old Continent .

As margens da ficção

DAT Journal, 2021

Recorrendo a diferentes gêneros literários, o texto estabelece cone­xões entre modos de vida e instrumentalização dos processos criativos nos ambientes corporativos e educacionais contemporâneos. Com a moda como referência, investiga a desafecção como um sintoma de alienação do indiví­duo à sombra de fontes híbridas e informais do ambiente digital, em corres­pondência teórica com aspectos da crítica à razão instrumental de Adorno e Horkheimer.