Banzeiro okoto uma viagem a amazonia centro do mundo (original) (raw)

A educacao popular na Amazonia

O presente trabalho é resultado das pesquisas do Núcleo em Educação Popular Paulo Freire e tem como objetivo analisar a produção intelectual do Grupo de Trabalho – GT, número 06, da ANPEd, nos últimos 15 anos, sobre a educação popular na Amazônia. A problemática consiste em investigar: como circulam as produções intelectuais sobre a educação popular na amazônica na ANPEd? Trata-se de uma pesquisa de caráter bibliográfico e documental. Entre os resultados destaca-se que existe uma relação assimétrica nas produções intelectuais, visto que, apesar da extensão territorial e da pluralidade de práticas educativas presentes na Amazônia, há um silenciamento sobre a educação popular na Amazônia no Grupo de Trabalho 06 da ANPEd. This scientific paper is the result of researches made by the Paulo Freire Nucleus of Popular Education, and its objective is to analyze the intellectual production of ANPEd’s Working Group (GT) number 06 on popular education in the Amazon area in the last 15 years. The research main issue is “how is the circulation of intellectual production on popular education in Amazon happening in ANPEd?” and its methodology was designed as both a bibliographical and documentary. The results revealed that ANPEd’s Working Group 06 keeps its silence on popular education in the Amazon, despite the territorial extension and plurality of educational practices happening in the place, showing the existence of an asymmetrical relationship between the intellectual productions available.

Domesticacao das paisagens amazonicas

Estudos Avançados, 2024

Na imaginação popular a Amazônia é um bioma natural, o que nega a existência e agência dos Povos Indígenas que chegaram há pelo menos 13 mil anos. Este ensaio demonstra que a Amazônia é uma teia de interações socioecológicas, como resultado da domesticação de paisagens e de populações de espécies. As práticas envolvidas na domesticação de paisagens são simples, embora baseadas em conhecimento profundo, e respeitam não humanos. Os Povos Indígenas combinam horticultura e domesticação de paisagens, bem como sedentarismo e mobilidade. Os Mebêngôkre (Kayapó) e Baniwa praticam mais horticultura, enquanto os Nukak e Zo’é são mais móveis, e a domesticação de suas paisagens reflete essas diferenças. Florestas domesticadas produzem alimentos tanto quanto roças e capoeiras, todas levam a manutenção ou regeneração da floresta. Essas práticas sugerem que as sociedades nacional e global podem aprender a produzir alimentos com a floresta em pé, o que contribuiria a mitigar os efeitos do Antropoceno.

Comendo e bebendo com Mario de Andrade: turistando pelas Amazonias

Canoa do Tempo, 2023

O escritor paulistano Mário de Andrade empreende em 1927 uma viagem por alguns lugares da Amazônia brasileira, peruana e boliviana. O seu diário desta viagem foi publicado posteriormente sob o título de O turista aprendiz. Navegando por rios, perambulando por vilarejos e as principais cidades da região Norte, o escritor experimentou – entre tantas outras imersões etnográficas – uma diversidade sensorial e cultural de preparos alimentares. Saboreou frutas, sorveu sorvetes, bebeu sucos e participou de comensais oficiais e em restaurantes nos caminhos aquáticos e terrestres da viagem de aprendizados. Percebeu em algumas das aldeias que visitou práticas de cultivo agrícola e parte da dieta alimentar dessas populações. Este artigo visa discutir as suas percepções muitas vezes mediadas pelo humor, pelo prosaico e o inusitado diante do seu “descobrimento” do Brasil visto como profundo. Metodologicamente, buscamos na referida obra/diário extrair impressões do autor apenas de referências acerca de aspectos alimentares (comidas e bebidas), embora a obra trate de outras impressões de viagem. Para a análise, nos apoiamos em um conjunto de autores e autoras que discutem a relação desse intelectual com a alimentação e a literatura na formação da nacionalidade, bem como outras obras mais gerais que discutem a relação da comida/bebida como uma dimensão significativa dos sistemas culturais e identitários de toda e qualquer sociedade.

Bokashi adaptado para a região amazônica

É um produto agrícola de baixo custo, saudável para o produtor e consumidor e não agressivo ao meio ambiente, obtido a partir de uma mistura vegetal fermentada com microorganismos eficazes.

Amazonia abordagem continental

Série Estudos e Ensaios - Flacso, 2009

Uma síntese da história da Amazônia, considerada em termos continentais, deve levar em conta, pelo menos, três aspectos: a diversidade geográfica e ecológica dessa imensa região, influenciando nos processos e padrões de ocupação humana; a continuidade da presença humana na região, que remonta a mais de 12 mil anos, que se combina com rupturas e descontinuidades dos padrões e processos de ocupação-a maior das quais, sem dúvida, inaugurou-se com a chegada dos europeus, no século XVI; e a diversidade dos processos de colonização iniciados pelos países europeus, no século XVI, e continuados pelos novos estados nacionais independentes surgidos na primeira metade do século XIX.

A saga dos koutakusseis na Amazônia

Papers do NAEA

Grosso modo, houve três grandes projetos de colonização agrícola na Amazônia de iniciativa dos japoneses: o Projeto Nantaku para plantação de cacau em Tomé-Açu (PA) e algodão em Monte Alegre (PA); o Projeto Koutaku de Parintins (AM), para plantação de juta e o Projeto Amako dedicado à plantação de guaraná em Maués (AM). Dos três, o Koutaku foi idealizado pelo político Tsukasa Uyetsuka (1890-1978) e pelo Professor Kotaro Tuji (1903-1970), para introduzir a cultura da juta no estado do Amazonas, após a concessão de um milhão de hectares de terras devolutas pelo governo do Amazonas em 1927. A doação voluntária das terras pelo governo amazonense visava estabelecer colônias agrícolas com imigrantes japoneses no intuito de superar a crise econômica gerada pela decadência da produção da borracha. À diferença dos outros dois projetos, e de certa forma, da migração dessa etnia em geral em terras brasileiras, o Projeto Koutaku envolveou participantes tecnicamente preparados, chamados de kouta...

Amazônia brasileira, celeiro do mundo

Revista de História, 2019

* Os dois autores conceberam o argumento do artigo, realizaram a pesquisa documental e o levantamento bibliográfico, desenvolveram a sustentação teórica e a redação do texto. Essa pesquisa só foi possível graças ao apoio do edital Proep-CNPq/Fiocruz/COC/Nº4/2015-2018. Todas as obras e todos os documentos utilizados na pesquisa e na elaboração do artigo são citados nas notas e na bibliografia.

A experiência dos Kotiria no noroeste amazônico

Cadernos de Linguística

Ao longo dos últimos vinte anos, duas associações indígenas do povo Kotiria (Wanano), da região do Alto Rio Negro, AM, vêm lutando pelo fortalecimento e manutenção de sua língua e cultura. A Associação da Escola Indígena Khumuno Wʉ’ʉ Kotiria (ASEKK), sediada na comunidade de Caruru-Cachoeira, promove atividades junto a cinco comunidades tradicionais na TI Alto Rio Negro, enquanto a Associação do Povo Kotiria (APOK) atua na cidade de São Gabriel da Cachoeira, AM, sede do município “mais indígena do Brasil”. Relatamos um pouco da história do protagonismo dessas organizações: suas preocupações, ações, desafios e conquistas, bem como das parcerias desenvolvidas na luta pelo reconhecimento e fortalecimento de seu patrimônio linguístico e identidade cultural.

No Banzeiro Do Lago

Fênix - Revista de História e Estudos Culturais, 2018

Este artigo aborda a ressignificação do banzeiro para os barqueiros de Babaçulândia (TO), atingidos pela Usina Hidrelétrica de Estreito. Ao longo de dois séculos, o termo esteve relacionado ao banzoo estado de prostração e melancolia. Para os viajantes do século dezenove, o banzeiro representava a instabilidade das marés e a tristeza da tripulação. Banzeiro do Lago também foi o nome escolhido para um dos projetos do Consórcio de Energia Estreito, empreendedor da UHE de Estreito destinado à Associação dos Barqueiros de Babaçulândia. As representações e a insustentabilidade do projeto, numa perspectiva socioambiental e cultural, foram o objetivo da análise.