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Utopias de humanização do capitalismo: a crise da intelectualidade crítica
Sociohistórica, 2023
Utopias de humanização do capitalismo: a crise da intelectualidade crítica Utopias of humanization of capitalism: the crisis of critical intellectuality Utopías de humanización del capitalismo: la crisis de la intelectualidad crítica Resumo: Este artigo busca questionar algumas críticas recentes à forma contemporânea e senil do capitalismo, que não alcançam a radicalidade do questionamento à forma-capital. A ideia é mostrar que uma gama de intelectuais críticos de diversas correntes apresenta propostas para a transformação do mundo que são, a um tempo, utópicas no sentido negativo de construtos ideais incoerentes e inexequíveis, e carentes de utopia no sentido positivo da imaginação de uma vida social radicalmente distinta do atual. Examinamos as críticas de autores de diferentes escolas filosóficas: o liberal omas Piketty, os foucaultianos Pierre Dardot e Christian Laval e, oriundos do marxismo, André Gorz e David Harvey. O objetivo é argumentar que a crise em que se encontra a intelectualidade crítica está ligada à sua falta de radicalidade. Secundariamente, este artigo também aponta que, em algumas das teorias que examinamos, a falta de radicalidade das teses pode ter como base o apego aos privilégios da "classe intelectual".
Utopia e deslocamento da crítica
2017
Resumo: Exercer a crítica hoje postula abrir-se à pluralidade das suas formas, entre as quais o discurso utópico, cuja especificidade textual inclui estratégias sintácticas e semânticas. Quando a Utopia de Thomas Morus (publicada em 1516) completa 500 anos-que tomaremos como paradigma das utopias sociais-, o nosso trabalho parte da Utopia como uma narrativa que manifesta o "deslocamento da crítica" de um modo peculiar e original.
A prudência e o abandono da crítica em Capitalismo & Esquizofrenia
Este artigo, partindo da hipótese de que haveria uma mudança de tom argumentativo no interior da coleção Capitalismo & Esquizofrenia, pretende avaliar a importância do conceito de prudência para compreensão desse movimento no pensamento de Gilles Deleuze e Félix Guattari. Apresentado em certa altura de Mil Platôs como uma “regra imantente à experimentação” (DELEUZE; GUATTARI, 2007, p. 11), a prudência marcaria a modificação no modo da interpelação deleuze-guatariana, vislumbrado e experimentado pela primeira vez em 1975 na obra Kafka e abalizado pelo abandono do conceito de crítica.
Um artesão da crítica e da utopia
Revista de Ciências Sociais
Resenha da obra "Construindo as epistemologias do Sul: para um pensamento alternativo de alternativas (Boaventura de Sousa Santos)” (2 volumes), org. Maria Paula Meneses, João Arriscado Nunes, Carlos Lema Añón, Antoni Aguiló Bonet e Nilma Lino Gomes; Buenos Aires: CLACSO/Fundação Rosa Luxemburgo, 2018.
Escrita coletiva das utopias em tempos de crise
Revista Heterotópica
Com o objetivo de mapear os principais discursos sobre o cenário pós-COVID-19 construídos pela comunidade de usuários da rede social Twitter, realizamos coleta, processamento e visualização de dados mediadas por computação, aferição de discursos relevantes do corpus e posterior análise do discurso. Encontramos discursos variados, tanto utópicos quanto distópicos, e ainda neutros, e concluímos a multiplicidade de narrativas como característica básica da escrita coletiva em tempos de crise.
Do esquecimento do Espírito à crise do humanismo
2019
Neste ensaio partimos da seguinte hipótese de trabalho: a crise do humanismo contemporâneo tem a ver com o processo do esquecimento e da secularização do Espírito Santo na modernidade. E a tese que nos propomos oferecer à reflexão poderia enunciar-se nestes termos: se a crise do humanismo encontra a sua raiz no esquecimento do Espírito Santo, então a sua superação só se dará através da recuperação da relação da pneumatologia com a antropologia. O ensaio move-se num campo de observação da modernidade no seu conjunto, mas sobretudo da época contemporânea, marcada pela consciência de uma crise, isto é, da urgência epocal de um momento ponderativo de uma tensão cultural marcada pela dialéctica das luzes e das sombras da história cultural e civilizacional da humanidade ocidental no seu todo. Gostaríamos de confidenciar ao leitor, que nos dê o privilégio e a honra da leitura atenta deste ensaio, que somos marcados, na leitura que fazemos da modernidade, e do processo de secularização, por um olhar talvez demasiado sombrio e pessimista, quase anti-moderno... Estas observações já nos foram feitas por aqueles com os quais partilhámos, em comunicações orais ao longo deste ano, as reflexões que agora por escrito publicamos. As observações já colhidas e outras que nos sejam sugeridas, tê-las-emos em conta, e isto tanto mais quanto os temas em análise são de tal modo complexos, que merecerão tratamentos parcelares e inter-disciplinares, nomeadamente todo o debate que talvez seja urgente estabelecer entre nós em torno da modernidade e da secularização, em toda a sua amplitude, complexidade e dialéctica ambiguidade. O ensaio que oferecemos é, portanto, um muito modesto e pobre contributo no sentido de empreender no futuro um debate XXVIII (1998) DIDASKALIA 23-48 1 Veja-se os nossos trabalhos: O Espírito e a História (Roma 1989
Utopia: entre a ideia e o gênero literário
Das utopias modernas às distopias contemporâneas: conceito, prática e representação, 2021
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UTOPIA COMO POTENCIAL CRÍTICO DA MODERNIDADE CAPITALISTA
Educação e Filosofia, 2018
Utopia is a modern concept that articulates the enunciation of a better world and the critical reflection on reality. It constitutes, as forms of consciousness (Mannheim) or as models of perfection (Hinkelammert), instrument of analysis of socio-political reality. Even in the face of secularization and rationalization, the concept remains related to religion, by articulating spheres of desire, hope or symbolism, in which dreaming of a different life points to the denial of established reality. In Bloch and Benjamin's critical Marxist dialogue with Latin American theology, we indicate the strength of hope in the face of fetishes and idolatries of capitalism in the dialectic of utopian thought and mythical thought as a way of renewing the approach of epistemological problems to politics. To consider the transcendental illusion allows another critique of instrumental reason and the epistemological structure that denies and hides the possibility of utopian reason and mythic reason. Utopia é um conceito moderno que articula a enunciação de um mundo melhor e a reflexão crítica sobre a realidade. Constitui, como formas da consciência (Mannheim) ou como modelos de perfeição (Hinkelammert), instrumento de análise da realidade sócio-política. Mesmo ante a secularização e a racionalização, o conceito permanece aparentado da religião, por articular esferas do desejo, de esperança ou do simbolismo, em que sonhar uma vida diferente aponta para a negação da realidade estabelecida. Neste texto, no diálogo do marxismo crítico de Bloch e Benjamin com a teologia latino-americana, indicamos a força da esperança frente fetiches e idolatrias do capitalismo na dialética do pensamento utópico e o pensamento mítico, como forma de renovar a abordagem dos problemas epistemológicos com a política. Considerar a ilusão transcendental permite outra crítica da razão instrumental e da estrutura epistemológica que nega e oculta a possibilidade da razão utópica e da razão mítica.
A ideia de povo e a miséria dos intelectuais
Cadernos Espinosanos, 2017
Considerações sobre o povo ou o nacional-popular parecem ter servido como uma espécie de outro da filosofia e do filósofo. Neste texto acompanhamos as análises de Marilena Chaui a respeito da função atribuída ao popular. Dela fazem parte, segundo a autora, mecanismos ideológicos e, a fim de se escapar deles, exploraremos sua ideia de contradiscurso. Ao final, procuramos examinar tais categorias tendo em vista a própria maneira como Marilena Chaui se refere a sua prática filosófica.