O papel dos inibidores da enzima conversora de angiotensina e dos antagonistas dos receptores de angiotensina em pacientes com Covid-19: uma revisão narrativa (original) (raw)

Inibidores da enzima conversora de angiotensina são fatores de risco ou proteção na COVID-19?

Multidisciplinary Reviews, 2021

After the identification of angiotensin-converting enzyme II (ACE2) as a functional receptor for SARS-CoV-2, it was hypothesized that the chronic use of ACE2 inhibitors and angiotensin AT1 receptor blockers (ARBs II) might be related to the positive regulation of the enzyme in several tissues, and therefore to an increased susceptibility to the virus. The hypothesis provoked divergent opinions since contrary evidence showed that a low expression of ACE2 is involved in the pathological process of lung injury after viral infection. We aimed to review the literature on the risk or benefit of chronic use of antihypertensive drugs in patients exposed to the SARS-CoV-2 virus. The MEDLINE/PubMed ® database was searched using the following keywords: "Angiotensin-converting enzyme inhibitors"; "Angiotensin II receptor blockers"; "Hypertension"; "SARS-CoV-2"; "COVID-19". The search resulted in 230 publications. After reading the available abstracts and full articles, 14 studies were selected that showed content compatibility with the theme. Although there is a lack of consensus among researchers, the use of these drugs should not be interrupted until further evidence is obtained about the use of antihypertensive drugs in patients exposed to the SARS-CoV-2 virus. KEYWORDS: angiotensin-converting enzyme inhibitors; angiotensin II receptor blockers; hypertension; SARS-CoV-2 RESUMO A partir da identificação da enzima conversora de angiotensina II (ECA2), como um receptor funcional para SARS-CoV-2, aventou-se que o uso crônico de inibidores de ECA2 e de bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina (BRAs II), poderia estar relacionado a regulação positiva da enzima em vários tecidos e, portanto, a uma maior suscetibilidade ao vírus. A hipótese, provocou opiniões divergentes, posto que, evidências contrárias mostraram que uma baixa expressão da ECA2 se encontra envolvida no processo patológico de lesão pulmonar após a infecção viral. Objetivamos revisar a literatura acerca do risco ou benefício do uso crônico de fármacos anti-hipertensivos em pacientes expostos ao vírus SARS-CoV-2. Realizou-se uma busca na base de dados indexados do MEDLINE/PubMed ® , utilizando os seguintes descritores na língua inglesa: "Angiotensin-converting enzyme inhibitors"; "Angiotensin II receptor blockers"; "Hypertension"; "SARS-CoV-2"; "COVID-19". A busca resultou em 230 publicações. Após a leitura dos resumos e artigos completos disponíveis, foram selecionados 14 estudos que mostraram compatibilidade de conteúdo com o tema. Embora seja observada a falta de consenso entre pesquisadores, o uso destes fármacos não deve ser interrompido até que maiores evidências sejam obtidas acerca do uso dos fármacos anti-hipertensivos em pacientes expostos ao vírus SARS-CoV-2. PALAVRAS-CHAVE bloqueadores do receptor de angiotensina II; hipertensão; inibidores da enzima conversora de angiotensina; SARS-CoV-2

Estudo da influência do polimorfismo da enzima conversora de angiotensina em casos de hipertensão

Programa de Iniciação Científica - PIC/UniCEUB - Relatórios de Pesquisa, 2022

A OMS estima que cerca de 1,13 bilhão de pessoas no mundo tenham Hipertensão Arterial (HA), e esse número pode chegar a 1,56 bilhão em 2025, sendo considerada a maior causa de morte prematura mundialmente. O sistema renina angiotensina aldosterona é uma das vias mais importantes na patogênese e tratamento da hipertensão. Nesse sentido, a investigação de fatores genéticos relacionados à enzima conversora de angiotensina (ECA) é de fundamental importância para o esclarecimento dos fatores que contribuem para a hipertensão. Os objetivos desse trabalho foram realizar o levantamento da frequência alélica da enzima conversora de angiotensina I (ECA) em indivíduos normais e hipertensos e relacionar os hábitos de vida dos participantes da pesquisa com o polimorfismo da ECA. O trabalho foi realizado em três etapas sendo: 1) uma meta-análise de artigos publicados ente 2011 e 2021; 2) a análise do polimorfismo do gene ECA por PCR-RFLP; 3) levantamento da qualidade de vida dos participantes da ...

Padrões de prescrição de inibidores da enzima conversora da angiotensina para usuário do Sistema Único de Saúde

Rev Bras Cardiol, 2010

Fundamentos: Os inibidores da enzima conversora da angiotensina são frequentemente prescritos para o tratamento da hipertensão arterial sistêmica e da insuficiência cardíaca congestiva. Os dois primeiros representantes dessa classe, o captopril e o enalapril, constam na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais devido à eficácia clínica, segurança comprovada e custo-efetividade. Objetivo: Analisar os padrões de prescrição de captopril e de enalapril para os usuários do Sistema Único de Saúde no Distrito Sanitário Oeste de Ribeirão Preto. Métodos: Realizou-se um levantamento no banco de dados da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto para quantificar os usuários do Sistema Único de Saúde que receberam a prescrição de captopril e de enalapril, a frequencia de dispensação e analisaram-se os esquemas terapêuticos no período entre 01/03/2006 e 28/02/2007. Os dados foram submetidos à análise de variância e aos testes t de Student e de comparações múltiplas de médias. Resultados: Identificou-se que 9560 pacientes utilizaram os inibidores da enzima conversora da angiotensina, sendo que destes, 46,57% utilizaram captopril, 45,74% enalapril e 7,69% os dois fármacos simultaneamente ou não. A idade média dos usuários foi 61 anos e a utilização desses agentes aumentou progressivamente com o aumento da faixa etária. As doses médias prescritas de captopril foram 69,9mg/dia e de enalapril, 21,35mg/dia e um total de 41,57% dos pacientes apresentaram risco de apresentar interação medicamentosa. Conclusões: Atualmente, existe uma preferência de prescrição de inibidores da enzima conversora da angiotensina em unidades públicas de saúde devido à sua relevância terapêutica para o tratamento de doenças crônicas.

O uso de inibidores do sistema renina angiotensina aldosterona em pacientes hipertensos com COVID-19

Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2021

Objetivo: Destacar e revisar os principais aspectos relacionados à infecção pela Covid-19 e a manutenção ou interrupção do tratamento de pacientes hipertensos em uso de Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) e Bloqueadores dos Receptores de Angiotensina (BRA). Revisão bibliográfica: A Covid-19 é uma doença infecciosa e possui diversas de manifestações clínicas, principalmente devido à expressão da Enzima Conversora de Angiotensina 2 (ECA 2). Alguns fármacos atuam diretamente nos receptores dessa enzima, como os IECA e os BRA, que atuam no Sistema Renina Angiotensina Aldosterona (SRAA) controlando os níveis pressóricos. Tais medicamentos aumentam a expressão da ECA2, favorecendo a via da angiotensina 1-7, diminuindo a pressão sanguínea, inflamação e fibrose. Pessoas hipertensas em uso do IECA/BRA têm essa via favorecida. Considerações finais: Os medicamentos anti-hipertensivos IECA/BRA diminuem a ação da angiotensina II e aumentam a expressão da ECA2, evidenciando-se...

Análise da variabilidade da freqüência cardíaca em pacientes hipertensos, antes e depois do tratamento com inibidores da enzima conversora da angiotensina II

Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2004

Este trabalho apresenta um estudo sobre a modelagem não-linear e análise de séries temporais de Variabilidade da Freqüência Cardíaca (VFC) para investigar a dinâmica envolvida nos mecanismos de controle do ritmo cardíaco. Seis séries de VFC de 5 minutos, obtidas do eletrocardiograma de 6 voluntários normais, foram submetidas à modelagem NARMA. Diferentes modelos foram encontrados a partir da variação de parâmetros como o grau de nãolinearidade e o atraso máximo nos regressores. O desempenho de cada modelo foi medido por meio do índice de predição livre RMSE. Somente participaram deste estudo modelos cujo desempenho foi considerado satisfatório para um RMSE menor que 0,85. Comparando-se o desempenho dos modelos à luz dos diferentes parâmetros envolvidos, os resultados sugerem que modelos com atraso máximo nos termos de processo em torno de 25 ajustam-se melhor à dinâmica da VFC, demonstrando o grau de complexidade deste sinal. Além disso, modelos com grau de não-linearidade 3 ou superior não apresentam melhoras significativas que justifiquem o aumento do esforço computacional envolvido na modelagem.