“Fanon Sobre Cadáveres, Loucura e Os Condenados” (original) (raw)

A atualidade de “Os Condenados da Terra” de Frantz Fanon

Revista Brasileira de Educação do Campo, 2017

A obra “Os Condenados da Terra”, escrita por Frantz Fanon e publicada originalmente em 1961, trata da colonização e seus efeitos devastadores - por exemplo, na saúde mental - sobre o homem e as nações do Sul, mas aborda, principalmente, o processo histórico de descolonização do qual o autor era um expectador privilegiado. Referências Fanon, F. (1968). Os Condenados da Terra. Rio de Janeiro, RJ: Editora Civilização Brasileira.

“A pertinência de se ler Fanon, hoje”. PREFÁCIO. Frantz Fanon, "Os Condenados da Terra" (Lisboa: Letra Livre, 2015).

Hoje Frantz Fanon (1925-1961) é reconhecido por estudiosos da área de estudos pós-coloniais pela originalidade de seu pensamento, a sua visão do futuro e pela coragem discursiva da sua perspectiva sobre a colonização. No seu livro Os Condenados da Terra, publicado em 1961, cuja história e intercâmbio com, talvez, então o maior intelectual francês, Jean-Paul Sartre, tornou o livro mais visível do que Pele Negra, Máscaras Brancas, seu primeiro livro escrito quando ele tinha 25 anos, Fanon revela uma brilhante capacidade de análise do mundo colonial, através do ponto de vista do homem colonizado. A sua visão fez dele um dos maiores pensadores do século XXI. O objectivo deste artigo é explorar o significado histórico e a força teórica e política do pensamento de Fanon, hoje, e os meandros seminais de seu trabalho em estudos pós-coloniais.

A Liberdade em Frantz Fanon

2021

Agradeço à minha ancestralidade, pelo passado, pelo presente e pelo futuro. À minha rainha e avó Hilda Gabriel, meu avô Nelson Gabriel e ao meu falecido avô Damaso Dias. Vocês são e foram meus maiores exemplos de êxito na vida. A toda à minha família, aos mais velhos e aos mais novos. Ao meu pai, Nilson Gabriel, e à minha mãe, Maria Iolanda, referências de coragem e rebeldia. E à minha irmã, Geovanna. Vocês me ensinaram a ir sempre para além daquilo que me foi oferecido. Agradeço também ao Rap, pois foi quem primeiro me ouviu e me apresentou a possibilidade de ser ouvido. Sem vocês este trabalho não seria possível, sem vocês eu não seria possível. Agradeço à minha família baiana, com quem finalizo este livro, vocês me apresentaram a comoção de ver e ser visto. À Itamires Alcantara, por toda a ajuda e companhia, pelo amor e o cuidado. Aos meus amigos e amigas, professores e professoras, em especial à Marivânia Araújo, ao Delton Felipe e à Lilian, toda a minha admiração. À Paola, ao Thiago e à pequena Naiá.

Frantz Fanon e o narcisismo branco

Cadernos PET Filosofia, 2020

Este artigo procura pensar a filosofia com Frantz Fanon, isto é, apresentar as análises fanonianas como contributos para a atividade filosófica. Com isso o ponto inicial trata-se da advertência de Achille Mbembe para a ausência de “África” nas pesquisas atuais sobre Fanon. O artigo pretende mostrar que isso ocorre por duas vias: o Enfeitiçamento e o Reconhecimento. Elas são formas de manutenção do discurso que fundamenta um Narcisismo Branco, ou seja, uma filosofia que reproduz a imagem da filosofia europeia como única alternativa. Ao fim, o artigo propõe uma filosofia corporificada que enfatiza as particularidades e sustenta a pluriversalidade filosófica.

Os Fluxos Educativos De Frantz Fanon

Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação (RESAFE), 2019

Este artigo tem por objetivo analisar as obras de Frantz Fanon a partir do viés educativo, entendendo que suas contribuições epistemológicas confluem para o campo da educação. Partimos do princípio de que Fanon, ao empreender um conjunto de possibilidades sobre as causas dos traumas da colonização, traz no bojo de suas teses um princípio educativo para a descolonização dos sistemas oficiais de ensino.

Ler Fanon no séc. XXI

O conteúdo deste website está sujeito à legislação francesa sobre a propriedade intelectual e é propriedade exclusiva do editor. Os trabalhos disponibilizados neste website podem ser consultados e reproduzidos em papel ou suporte digital desde que a sua utilização seja estritamente pessoal ou para fins científicos ou pedagógicos, excluindo-se qualquer exploração comercial. A reprodução deverá mencionar obrigatoriamente o editor, o nome da revista, o autor e a referência do documento. Qualquer outra forma de reprodução é interdita salvo se autorizada previamente pelo editor, excepto nos casos previstos pela legislação em vigor em França.

Resenha do livro Pele Negra Máscaras Brancas. Frantz Fanon

Ler Fanon é vivenciar a noção de divisão que prefigura e fende a emergência de um pensamento verdadeiramente radical que nunca vem à luz sem projetar uma obscuridade incerta. Fanon é o provedor da verdade transgressiva e transicional. Ele pode ansiar pela transformação total do Homem e da Sociedade, mas fala de modo mais eficaz a partir dos interstícios incertos da mudança histórica da área de ambivalência entre raça e sexualidade, do bojo de uma contradição insolúvel entre cultura e classe, do mais fundo da batalha entre representação psíquica e realidade social. (BHABHA, 1998:70). Pele Negra, Máscaras Brancas (1952) é o que se pode chamar de-a obra prima do autor-no caso abordado aqui, do intelectual Frantz Fanon, nascido na Ilha da Martinica no ano de 1925. Fanon estudou psiquiatria e filosofia na França, lutou junto às forças de resistência no norte da África e na Europa, dedicou sua vida a lutas em prol do bem comum, foi lido como revolucionário, porque dizia e escrevia o que havia vivido, assim tornou-se ícone entre membros dos movimentos sociais negros espalhados entre os norte americanos, latino americanos, africanos e europeus 2. Na obra evidenciada nessa resenha, o autor Martinicano não poupa exemplos de como acontece o que ele denomina de alienação e situação colonial 3 imposta aos negros, tão bem descritas e abordadas nesse livro. Desse modo, o autor passeia da psiquiatria, passa pela filosofia em uma escrita poética sobre os estudos pós coloniais, pensamento sobre a diáspora Africana oferecendo uma gama de possibilidades de interpretação elencadas de modo refinado e sofisticado, por um pensamento a frente do seu tempo. Essa obra chegou ao Brasil há menos de dez anos, embora tenha sido traduzida de sua versão original escrita em francês no ano de 1952 e, reeditada 23 anos mais tarde [1975]. Frantz Fanon, era e ainda hoje é (re)conhecido como revolucionário, de modo que seu trabalho não pode sequer ser dividido entre inicial e posterior, pois em cada obra Fanon se 1 Mestranda pelo programa de pós graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte-bolsista CAPES e vinculada ao grupo Gênero, Corpo e Saúde-GCS/PPGAS/UFRN. 2 GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. A recepção de Fanon no Brasil e a identidade negra. Novos Estudos-CEBRAP, n. 81, p. 99-114, 2008. 3 Tais conceitos são elucidados pelo autor nos capítulos quatro e sete respectivamente.