Psicopolítica, Tradição e Cultura como um Modo da Natureza: um Estudo Comparativo entre Gandhi e Comunicação Distribuída 1 Psychopolitics, Tradition and Culture as a Way of Nature: A Comparative Study between Gandhi and Distributed Communication (original) (raw)

Psicopolítica, Tradição e Cultura como um Modo da Natureza: um Estudo Comparativo entre Gandhi e Comunicação Distribuída / Psychopolitics, Tradition and Culture as a Way of Nature: A Comparative Study between Gandhi and Distributed Communication

Numen, 2011

Ao meu amadíssimo pai, Fernando Nunes Ouriques "Com demasiada frequência, pessoas e grupos interessados em paz e em 'não-violência' têm se dedicado a examinar com sentimentos e intuição situações nas quais teria sido melhor aplicar, de modo vigoroso, o intelecto. A falta de rigor intelectual não apenas gera resultados deficitários, como ajuda a levar ao descrédito os esforços para considerar e transformar políticas alternativas em lutas não-violentas." (Sharp, 2003:18) "...if there is sufficient nonviolence developed in any single person, he should be able to discover the means of combating violence, no matter how widespread or severe, within his jurisdiction. I have, repeatedly admitted my imperfections. I am no example of perfect ahimsa. I am evolving." (Gandhi 2 , 2 1938)

Psicopolítica, Tradição e Cultura como um Modo da Natureza: um Estudo Comparativo entre Gandhi e Comunicação Distribuída (Brasil, Dez 2012. Artigo Científico)

Vol. 14, No 2 Revista Numen 23, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião, Universidade Federal de Juiz de Fora

"Resumo Este artigo avança o entendimento de que apenas uma perspectiva psicopolítica aberta epistemicamente à sedimentação das tradições permite a superação efetiva do privilégio epistêmico que move as teorias do progresso e a irresponsabilidade de seus resultados psíquicos, sociais e ambientais, apoiadas que são por sua replicação na Academia através da teoria da escolha racional e seus deslocamentos pós-modernos que, ao restringir a política e a razão humana à abstração reificada do mercado e à ideia da escassez social, fazem com que o conhecer e o agir se tornem reiterar o que se vê. Investiga-se aqui como a filosofia política de Mohandas Karamchand Gandhi, ao sedimentar interculturalmente tradições das perspectivas civilizatórias da Índia e do Ocidente pré ou não-moderno, está centrada na razão cognitiva e axiológica exercidas no controle do processo de formação da vontade, condição imperativa para a livre atividade política como demandada pela comunicação distribuída, sustentabilidade e cooperação; somente a descolonização que a agência individual faça em seu próprio território mental permite a configuração de novas, coletivas e soberanas vidas, carreiras, políticas, negócios, programas e projetos. Para isto recepciona-se trabalhos de autores diversos, que apresentam sincronicidade relevante, entre eles André Mattelart, Ashis Nandy, Boaventura de Souza Santos, Bruno Sciberras de Carvalho, Néstor Garcia Canclini, Henrique Antoun, Frantz Fanon, Joel Birman, Martín-Barbero e Terry Eagleton. Palavras-chave: Gandhi; Psicopolítica; Território mental; Gestão da mente; Autogoverno; Comunicação distribuída. Abstract This paper advances the understanding that only a psychopolitics perspective, epistemically open to the sedimentation of traditions, allows overcoming the effective epistemic privilege that moves the theories of progress and the irresponsible of their psychic results, social and environmental, that are supported by the Academy through its replication of rational choice theory and its post-modern movements that restrict the political and human reason to the reified abstraction of the market and to the idea of social scarcity, make knowing and acting become just to repeat what it’s seen. It is investigated here how the political philosophy of Mohandas Karamchand Gandhi, in setting up interculturally traditions from civilizing perspectives of India and the West pre-modern or not, focuses on cognitive and axiological reason exercised in controlling the formation process of the will, mandatory requirement for free political activity as demanded by the distributed communication, cooperation and sustainability; only decolonization that individual agency do in his own mental territory allows the configuration of new, collective and sovereign lives, careers, politics, business, programs and projects. For this purpose, the article works with many authors who have relevant synchronicity, among them André Mattelart, Ashis Nandy, Boaventura de Souza Santos, Bruno de Carvalho Sciberras, Nestor Garcia Canclini, Henrique Antoun, Frantz Fanon, Joel Birman, Martín-Barbero and Terry Eagleton. Keywords: Gandhi; Psychopolitics; Mental territory; Mind management; Self-government; Distributed communication."

Cultura e senso comum em Antonio Gramsci

Mouro - Revista Marxista - Núcleo de Estudos d'O Capital - Ano 11 - No. 14 - Janeiro 2020 - ISSN 2175-4837, 2020

Resumo: Esboçam-se alguns paralelos entre o conceito de cultura no jovem Gramsci e o posterior desenvolvimento do conceito de senso comum nos Cadernos do cárcere, especialmente no início de sua elaboração, ou seja, no primeiro caderno. Identificou-se no problema da “consciência unitária” do artigo “Socialismo e cultura”, publicado em 1916, um tratamento dialético de política e cultura, que em seus desdobramentos, supõe-se, fará Gramsci repensar o lugar tradicional que o pensamento e a cultura popular têm na política, o que, por sua vez, significará a crescente teorização do conceito de senso comum. Palavras-chave: Gramsci, senso comum, cultura Abstract: Some parallels are drawn between the concept of culture in the young Gramsci and the later development of the concept of common sense at Prison Notebooks, especially at the beginning of its elaboration, i.e., at the first notebook. It’s been identified at the problem of “unitary consciousness” inside the article “Socialism and culture”, published in 1916, a dialectical treatment of politics and culture, which, in its deployment, it’s supposed so, will make Gramsci rethink the traditional place that popular thought and culture have in politics, which in turn will mean the growing theorizing of the concept of common sense. Keywords: Gramsci, common sense, culture

OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE PODER: THEODOR LUDWIG WIESENGRUND ADORNO (1903-1969) E A INDÚSTRIA CULTURAL.

The aim of this text is discuss communication means as power instrument in the light of culture industry according to Theodor Adorno. There is a main question which the article seeks an answer: how does culture industry reproduce power relations in contemporary capitalism? In order to concretize this aim, this text presents the following parts: a brief historical and theoretical contextualization of Critical Theory – Adorno and other authors’ philosophical current – culture industry concept according to Adorno, culture industry and organized capitalism effects, critical position on this context and Adorno’s new posture in the fifties and sixties on communication means. The article’s main thesis points to evaluation of culture industry1s rationality of domination and discipline of social life and reproducing of actual capitalist order. This leads to the end of contradictions in art, considering that profit is the only aim. O objetivo do texto é abordar a temática dos meios de comunicação como instrumento de poder à luz da indústria cultural conforme Theodor Adorno. Busca-se responder à seguinte questão: como a indústria cultural reproduz as relações de poder no capitalismo contemporâneo? Para a consecução de tal objetivo, o texto apresenta as seguintes etapas: uma breve contextualização histórica e teórica da Teoria Crítica - vertente filosófica à qual Adorno e outros autores se filiaram – a definição da indústria cultural conforme Adorno em seus principais argumentos, os efeitos da indústria cultural e do capitalismo organizado, a postura crítica frente ao contexto referido e a nova postura de Adorno nos anos 50 e 60 frente aos meios de comunicação. A principal tese do artigo leva ao entendimento de que a indústria cultural incorpora toda uma racionalidade de dominação e disciplina da vida social e reprodução da ordem capitalista vigente, acabando com as contradições no âmbito das manifestações artísticas na medida em que somente o lucro é visado.

Culturas Populares na folkcomunicação e na Comunicação Popular, Comunitária e Alternativa

Revista internacional de folkcomunicação, 2022

Este artigo discute o tema das culturas populares tanto a partir das noções folkcomunicacionais quanto da comunicação no contexto dos movimentos sociais. O objetivo é observar a presença de elementos da Folkcomunicação no âmbito da Comunicação Popular, Comunitária e Alternativa desenvolvida pelos movimentos sociais. O estudo é baseado em pesquisa bibliográfica. Conclui-se que a comunicação popular no âmbito dos movimentos sociais carrega elementos das culturas populares, inclusive, os folkcomunicacionais, e, como tal, mescla essa expressividade em suas práticas sociais, como por exemplo nos trabalhos de educação de base visando ampliar a conscientização cidadã e em manifestações públicas de protesto no exercício da cidadania.

Psicanalise e cultura

Psicanalise e cultura, 2023

Palavras gerais para a apresentação "Psicanálise e cultura: o sujeito impertinente" Queria iniciar minha fala com uma curiosidade, a explicação histórica da seguinte expressão: "discussão bizantina". O que significa? Uma discussão que não cabe no seu contexto, uma discussão indiferente, uma masturbação intelectual. Esta, se origina do cerco de Constantinopla, em 1456, quando com os turcos nos seus portões, esses romanos helenizados, preferiam discutir o sexo dos anjos, do que, precisamente, algo que os pudesse retirar daquela situação, que, como podem imaginar, não era das mais agradáveis. Claro que isso é mais um fato contado para respaldar a negligência do Ocidente do que a realidade, ou talvez esse desprezo pragmático típico da época e que nos acompanha até hoje. O ponto que quero chegar com isso é apenas minha opinião acerca de muitas discussões, que no decorrer dos meus parcos anos como acadêmico desta bela área do saber chamado psicanálise, sempre estou a me deparar. Não estou desmerecendo a pauta, ou seja, "a psicanálise antecede a clínica ou a clínica antecede a psicanálise?", tanto é assim, que a presente roda de conversa é um alegato a questão, mas, retomando, sim, como é conduzida, onde o duelo de egos e de religiões ocupa o espaço da razão, onde a emoção impera e a inteligência cala. Onde o ato de 'sem-surra' (censura), esconde, pelo contrário, muita, 'com-surra'. Dito isso, pelo qual ficara óbvia minha posição a questão anterior, como creio que meu colega, no seu texto também se posiciona, conta nossa querida Roudinesco, na sua magna biografia de Freud, que este se jactava de seus conhecimentos humanísticos, no sentido, do homem renascentista, do homem vitruviano de da Vinci. Típico da época, a palavra 'especialista', como conhecemos hoje, ainda estava em processo de evolução, ou, como considero, de 'involução', pois, junto ao austríaco, ainda sou um romântico do homo universalis. Na sua Autobiografia, Freud escrevia, 'possuo mais livros de antropologia do que de psicologia', mas, o que ele queria dizer com isso? Quais eram os livros

Comunicação como ritual (James Carey) e folkcomunicação (Luiz Beltrão): modelos teóricos na interface com a cultura

Revista Luciérnaga, 2020

O artigo apresenta uma interpretação de dois modelos teóricos na emergência do campo científico comunicacional: a visão ritual da comunicação, do americano James Carey, e a folkcomunicação, do brasileiro Luiz Beltrão. Os dois modelos são construídos tendo como condição histórica as nuances dos campos culturais nos EUA e no Brasil na segunda metade do século XX. A hipótese de trabalho é que os modelos demandam renegociações epistemológicas no campo científico da comunicação, na medida em que sugerem um distanciamento do paradigma tecnológico constituído pela moderna comunicação massiva e do modelo da comunicação como difusão de informações. As práticas interdisciplinares de pesquisa promoveram uma abertura para abordagens teóricas ligadas ao campo da cultura, enquadrando objetos e temas de pesquisa segundo distintas dinâmicas culturais nos EUA e no Brasil. O estudo comparado dos modelos de James Carey e Luiz Beltrão fornece pistas para discussões sobre as constantes mudanças em processos comunicacionais na modernização capitalista, os conceitos de mídia segundo padrões de desenvolvimento socioeconômico, a abrangência do campo comunicacional e as virtualidades da pesquisa interdisciplinar entre comunicação e cultura. Palavras chave: Comunicação; comunicação como ritual; folkcomunicação; modelos teóricos.