Anthropocene, development and (re)existences (original) (raw)

Antropoceno desenvolvimento e (re)existencias: Uma discussão sobre o engodo ocidental e os modos de vida alternativos

2023

Este artigo tem o objetivo de explorar algumas críticas e alternativas ao desenvolvimento a partir de experiências de (re)existências que emergem de sujeitos e grupos historicamente marginalizados no sistema mundial, a fim de compreender as contra-narrativas, os contra-arquivos e os distintos pontos de partida que são oferecidos. Metodologicamente, adotou-se uma postura exploratória e descritiva que oferece um panorama amplo sobre críticas e alternativas ao desenvolvimento. Inicialmente, buscou-se problematizar as visões do desenvolvimento e as ideias sobre extrativismo e sustentabilidade, dentro de breves recortes históricos. O arcabouço teórico buscou dialogar os estudos de abordagem crítica ao desenvolvimento com os estudos decoloniais. Em seguida, discutiu-se os modos de vida alternativos ao desenvolvimento e a gestão de bens comuns enquanto formas de (re)existências de grupos marginalizados. O argumento central consiste no entendimento de que os modos de vida alternativos ao desenvolvimento são projetos decoloniais, pois constituem lutas políticas e práticas de oposição e intervenção. Tais lutas e práticas são marcadas por múltiplas e heterogêneas visões e maneiras de experienciar o tempo, o espaço e outras bases de subjetividades e sociabilidade humana.

Environmental Displacement in the Anthropocene

Annals of the American Association of Geographers

(APPCC) engloba todo sistema de produção, estruturando a empresa dentro de procedimentos que tornem o funcionamento da planta controlado. Abrange matérias-primas, insumos, procedimentos, análises físicas, químicas e microbiológicas que afetam cada operação subseqüente e o produto e é recomendado por organismos internacionais, sendo no Brasil responsabilidade dos Ministérios da Saúde e Ministério da Agricultura e Abastecimento. O objetivo deste trabalho foi acompanhar a implantação do programa APPCC (Analise de Perigo e Pontos críticos de controle) em uma indústria pesqueira da cidade do Rio Grande-RS, que processa pescado inteiro, eviscerado, filé, postas congelado ou fresco e também salgado.As metodologias aplicadas foram: Implantação do Programa de APPCC, Avaliação físico-química e microbiológica da matéria-prima. Estes resultados foram obtidos ao longo de sete meses, para depois liberar as exportações. Portanto, os indicadores de qualidade, tanto físicos, químicos e microbiológicos são constantemente avaliados apresentando até o momento resultados favoráveis e dentro das recomendações da legislação brasileira, indicando que as amostras avaliadas encontravam-se aptas ao consumo.

O Antropoceno e as humanidades

Contemporânea, 2021

Resenha do livro "The Anthropocene and the humanities - from climate change to a new age of sustainability" de Carolyn Merchant, publicado pela editora Yale Press em 2020.

Introduction to Special Issue of CesContexto - Beyond Modernity: Alternative Incursions into the Anthropocene

CES Contexto, 2022

Em junho de 2021, em plena pandemia de COVID-19, e durante dois dias, o projeto "TROPO: Ontologias do Antropoceno em Portugalmovimentos sociais, políticas públicas e tecnologias emergentes", do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES-UC), organizou uma conferência internacional em formato online intitulada Beyond Modernity: Alternative Incursions into the Anthropocene. Partindo da controvérsia emergência do "Antropoceno" e do contexto de caos climático e ecológico, o leitmotiv desta Conferência incitava académico/as, ativistas e artistas a questionarem as narrativas hegemónicas em torno da crise climática, propondo, em contraponto, alternativas ontológicas, epistémicas, materiais, que rompessem com o paradigma ontológico moderno e as suas políticas capitalistas, extrativistas, imperialistas, coloniais, patriarcais e especistas. Desta chamada para artigos, sessenta papers foram submetidos; todos eles suscitavama partir das mais variadas disciplinas das ciências sociais, humanas e políticasuma reflexão sobre os limites da modernidade antropocêntrica e como a expansão do capitalismo neoliberal, extrativista e tecno-científico depende da destruição socioecológica. Durante dois dias, as vinte propostas escolhidas entraram em diálogo entre si, numa conversa que se quis sempre trans-disciplinar. Todas elas, ao rejeitarem as "monoculturas da mente", nos termos de Vandana Shiva, obrigaram-nos a expandir as nossas capacidades de imaginação para além da modernidade. A Conferência foi dividida em quatro painéiscada um deles pode ser entendido enquanto uma forma de desembalar as várias contradições, paradoxos e tensões associadas à narrativa hegemónica do Antropoceno. O primeiro painel, intitulado "Thinking Differently: Alternative Ontologies and the Anthropocene", introduziu o lema da Conferência, mergulhando nas ontologias contra-hegemónicas, pluriversas, decoloniais e na forma como elas nos permitem olhar para o Antropoceno através de lentes alternativas. Reconhecendo o papel que a arte pode desempenhar na promoção de cenários futuros, e a importância das dimensões estéticas e a sua relação com a ética, política e ontologia, organizámos um segundo painel intitulado "Thinking through the Sensible: Enacting the Anthropocene through the Arts". O terceiro painel, intitulado "Beyond Human Exceptionalism: Rights of Nature and More-than-Human Agency", focou-se na crítica ao antropocentrismo, doutrina

Conhecendo (n)o Antropoceno

Praticamente todos os instrumentos técnicos, sociais e políticos que dispomos para perceber e organizar nosso mundo são produto do Holoceno – época na qual um contexto excepcional de estabilidade ambiental nos permitiu pensar a ação humana como variável, e o mundo como palco inerte. Ao tirar o mundo da condição passiva em que foi colocado pela modernidade ocidental, o Antropoceno põe em questão o arcabouço de recursos de pensamento e ação no mundo que dispomos e aprendemos a valorizar. Entre os dias 11 e 22 de abril de 2016, a Casa das Culturas do Mundo (Haus der Kulturen der Welt, ou HKW), centro cultural sediado em Berlim, promoveu a segunda edição do evento Anthropocene Curriculum. A organização do evento me convidou para ser o reporteur do seminário Knowing (in) the Anthropocene; o texto que preparei sumarizando as atividades foi apresentado ao final do seminário, e o vídeo e o texto foram disponibilizados no site do evento. O que o leitor lê a seguir é uma tradução do texto publicado.

O Antropoceno e a Construção De Novos Mundos

Abusões, 2023

Professora da Universidade Federal do Rio Grande. Líder do grupo de pesquisa "Para cuidar de novos mundos: ficção climática e a literatura do Antropoceno" (FURG) e integrante dos grupos de pesquisas "Distopia e Contemporaneidade" (UFF/CNPq) e "O mundo que (des) conhecemos: examinando as distopias pós-modernas nas literaturas anglófonas contemporâneas" (UFPel/CNPq).

Archive Fever in the Anthropocene

2020

Resumo: O sentimento de “fim” (da história, do tempo, da narrativa) resultante do corte epistemológico ocorrido na modernidade tardia, entendido como o fim da era das grandes narrativas formadoras da modernidade ocidental, dá lugar a um sentimento de perda – ontológica, mnemônica, ideológica e ambiental. Tais perdas nos levam a ter o olhar crescentemente voltado (ainda que com trepidação) para o futuro. Em meu artigo, argumento que, dentro desse processo, a memória passa a fazer parte do que Castree (2013) denomina “semântica antecipatória” – um exercício de buscar respostas, através da especulação, para a virada antropogênica do planeta. O Antropoceno afeta os objetos da memória, a escala das lembranças e o humanismo subjacente aos estudos da memória. Dentro dessa dimensão e escala, opto por introduzir, juntamente com estudiosos como Crownshaw (2017) e Colebrook (2017), a noção de memória planetária. A memória planetária é caracterizada pelo Antropoceno e, por extensão, por inscriç...