Gênero e sexualidade – conhecendo a história para transformar o futuro (original) (raw)

Gênero, sexualidade e conexões com a história global

Projeto História : Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, 2021

A História Global desponta com seu almejo contra hegemônico, que supere o nacionalismo metodológico e o eurocentrismo. Assim, assemelha-se ao caráter emancipatório dos estudos de gênero e sexualidade, visando uma apreensão relacional dos objetos de pesquisa. Apesar dos paralelos programáticos, esses dois campos pouco se interseccionaram. Neste trabalho, propomos um esforço teórico-metodológico que conecte tais perspectivas, sublinhando a potencialidade que tal diálogo anuncia. Para isso, focamos em resultados de duas pesquisas: a comparação da militância de mulheres no Brasil e em Portugal na segunda metade do século XX; e o protagonismo dos movimentos homossexuais do Brasil e da Alemanha Oriental dentro de uma rede global de resistência.

Gênero e sexualidade na atualidade

Gênero e sexualidade na atualidade, 2018

Livro didático produzido para o Curso de Especialização em Gênero e Sexualidade na Educação, oferecido pelo NuCuS, UFBA e UAB, que explica alguns conceitos e categorias do campo da diversidade sexual e de gênero da atualidade

Gênero, notícia e transformação social

Gênero, notícia e transformação social, 2019

A construção do conhecimento ocorre quando este circula, chega aos olhos dos outros. Mas, para que isso aconteça, é preciso ajustar-se às realidades presentes no ecossistema midiático e aos comportamentos presentes nesse ecossistema. Com esse olhar, Neil Postman publicou, em 1996, a obra O Fim da Educação. Na ocasião, considerou as mudanças comportamentais das crianças daquele momento. Essas crianças são os adultos de hoje, e resultam daquele cenário midiático, com uma liberdade de conhecimento até então desconhecida pela sociedade. Mas, de que sociedade estamos falando? Falamos sobre uma sociedade conectada, aterrissado em um cenário onde a territorialidade se desmaterializa, transformando a matéria em bases binárias. Como nos propõe, há pouco mais de uma década, o antropólogo Marc Augé, vivemos em um não-lugar repleto de potenciais fluxos de conhecimento. Uma territorialidade experimentada por outra mudança social: a mobilidade. Esse espaço não-lugar, somado à mobilidade e à filosofia de conhecimento livre, oferece uma perspectiva em prol de uma sociedade melhor. Por essa razão, o GENEM - Grupo de Estudos sobre a Nova Ecologia dos Meios criou o MEISTUDIES, que conta com a Ria Editorial como parceira responsável pelas publicações dos textos apresentados em seus dois eventos - o Congresso Internacional Media Ecology and Image Studies e o Congresso Ibero-americano sobre Ecologia dos Meios. Os eventos, realizados 100% na modalidade virtual, possuem conteúdo aberto é gratuito. A Ria Editorial se associou ao projeto e organiza os textos em e-books distribuídos gratuitamente, o que proporciona maior construção do conhecimento coletivo. Diante disso, apresentamos o livro Gênero, notícia e transformação social, que resulta das mesas “Inclusão, Estudos de Gênero e Tecnologia”, “Ecologia dos Meios e Jornalismo” e “Comunicação e Transformação Social”, selecionados para o 1o Congresso Ibero-americano sobre Ecologia dos Meios, e esperamos que os mesmos colaborem para a difusão científica, em especial sobre essas temáticas. Encontramos olhares oriundos de diversos países e áreas do conhecimento. Uma diversidade concretizada pelo não-lugar, que transforma a nossa territorialidade em um espaço binário infinito. Boa leitura.

Gênero, um novo paradigma?

Cadernos Pagu, 1998

Foi, com certeza, a “desconstrução” derrideana que inspirou o processo analítico da “desconstrução de gênero” desenvolvida pelas feministas no mundo anglo-saxão em substituição aos impasses metodológicos dos “estudos de mulheres”. A variedade de métodos desconstrucionistas acompanha a variedade dos olhares derivados dos diferentes lugares teóricos e políticos de fala. Para além de sua diversidade, a(s) metodologia(s) da desconstrução de gênero supera(m) impasses dos “Estudos de Mulheres”. Estudos sobre a condição, a situação e a posição das mulheres não pareciam ser capazes de responder aos desafios feministas, pois tendiam a se tornar descritivos e reiterativos, reificando a situação das mulheres. De outro lado, não respondiam aos anseios e desafios de um pensamento analítico e teórico. A interrogação sobre se a introdução dos olhares a partir dos lugares das mulheres produziu novas abordagens e se o conceito de gênero se constitui em um novo paradigma, vem sendo suscitada no Encon...

Ebook Gêneros e Sexualidades em Perspectiva Histórica

SobreOntens/UERJ, 2020

Essa coletânea, intitulada Gêneros e Sexualidades em Perspectiva Histórica, manifesta a relevância da cooperação entre pessoas, instituições e laboratórios de pesquisa em favor dos Estudos de Gênero. Nesse sentido, o diálogo entre o Núcleo de Estudo e Pesquisa em História do Curso de História EAD do consórcio UNIRIO/CEDERJ/UAB – Polo Resende (NEPHis), o Núcleo do Prof. André Bueno (UERJ), o Laboratório de Estudos das Relações de Gênero, Masculinidades e Transgêneros (LabQueer/UFRRJ) e o Espaço Interdisciplinar de Estudos da Antiguidade (ATRIVM/UFMS), possibilitaram a produção do IV Seminário e I Seminário Eletrônico Sexualidades e Gêneros em Perspectiva Histórica, com a presença de quatorze palestrantes constituídos por docentes, pós-graduandos e pós-graduandas de diversas instituições como UFF, UFRJ, UFBA, UFG, UFRGS e UFRRJ, reafirmando o compromisso com o conhecimento científico em tempos controversos e de ataque às humanidades como àqueles produzidos pelos agentes da chamada “ideologia de gênero” [Miskolci, 2018; Nascimento, 2018] e “Escola Sem Partido” [Penna, 2016].

Gênero:uma falácia contemporânea?

2020

Neste artigo,fruto de minha Dissertação de Mestrado -, pretendo trabalhar a ideia de gênero com um olhar voltado para o seu uso na História. Para tal, usarei como base argumentativa a historiadora norte-americana Joan Scott, além de outros/as autores/as que possam ser complementares ao meu ponto expositivo. Historicamente, a ideia de "gênero" desenvolveuse com o intuito de "agregar", "juntar" os dois sexos (masculino e feminino) em um único espaço de discussão, indo além de debates que cerceiam, única e exclusivamente, à mulher. O objetivo principal deste trabalho é demonstrar como tal ideia vem sendo utilizada fora de sua "intenção original" e pode irradiar outras concepções. É preciso responder a algumas perguntas: será que o "gênero" (utilizado como um conceito contemporâneo) responde às demandas sociais vigentes atualmente? Ou é necessário revisar a utilização de tal palavra?

Escrita da História e sexualidade

Fronteiras, 2021

Escrita da História e sexualidade: Cassandra Rios, ausência e invisibilidade | Flávia Mantovani Escrita da História e sexualidade: Cassandra Rios, ausência e invisibilidade Writing of the History and sexuality: Cassandra Rios, absence and invisibility Flávia Mantovani 1 Resumo Repensar a escrita da História é tarefa que vem ocupando um lugar considerável na produção de historiadores, sobretudo, ao longo do século XX. Considerando outros sujeitos, objetos e olhares, o campo historiográfico abre-se para novos problemas. Este texto apresenta possibilidades de escrita da História na interface com a sexualidade a partir da produção literária de Cassandra Rios (1932-2002), escritora conhecida como a "mais proibida do Brasil", a julgar por seus mais de trinta livros vetados pela censura vigente, também, na Ditadura Militar. A partir de alguns questionamentos colocados pelo campo da História das Mulheres, apresenta-se uma possibilidade de escrita da História por meio da perspectiva de mulheres lésbicas, haja vista a temática abordada por Rios em grande parte de sua escrita, voltada para histórias de desejo entre mulheres. Ao final, apontam-se perspectivas em Cassandra Rios de visibilizar tais sujeitos, geralmente ausentes na historiografia, e a potencialidade de sua produção literária como fonte pertinente na (re)escrita da história de sujeitos com sexualidades dissidentes.