Economia solidária no governo da Bahia (original) (raw)
A temática da economia solidária surge em um contexto socioeconômico e político marcado por fortes tensões. Grande parte dos países do mundo, como é o caso do Brasil, passou a apresentar altas taxas de desemprego e de precarização das condições dos trabalhadores ao longo da década de 1990. Ao incremento do processo de exclusão social, alguns movimentos surgem, ou se intensificam, com novas proposições acerca da organização do trabalho e do modelo econômico vigente. A economia solidária emerge como uma alternativa de organização produtiva de trabalhadores, realizada de forma coletiva, democrática e solidária. Cabe ressaltar que o objetivo da economia solidária não se restringe à dimensão econômica: ela procura constituir novas relações sociais, baseadas nos valores de solidariedade e cooperação, que favorecem a participação do cidadão na sociedade. Em 2003, em iniciativa inédita em âmbito mundial e reconhecendo um conjunto de práticas já existentes no Brasil, foi criada pelo então ministro do Trabalho e Emprego e atual governador do Estado da Bahia, Jaques Wagner, a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), com o intuito de apoiar essas ações. Na Bahia, no contexto de instalação, em 2007, de um governo estadual com um perfil democrático e popular, que valoriza os movimentos sociais, foi criada de forma inovadora a Superintendência de Economia Solidária (Sesol), vinculada à Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre). Sua criação resultou de uma manifestação encaminhada por carta do Fórum Baiano de Economia Solidária ao recém-eleito governador, Jaques Wagner, reivindicando a criação de uma esfera institucionalizada no estado para assumir a responsabilidade de implementar uma política estadual de apoio e fomento à economia solidária na Bahia.