IAP e diálogos de saberes: sentipensando experiências socioambientais no lugar (original) (raw)

Conhecimento e sociedade: diálogos impertinentes

Sociologias, 2006

A Porta da Verdade estava aberta, Mas só deixava passar Meia pessoa de cada vez. Assim não era possível atingir toda a Verdade, Porque cada metade trazia o perfil da meia verdade E sua segunda metade Voltava igualmente com meio perfil E os meios perfis não coincidiam. Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta. Chegaram ao lugar luminoso Onde a Verdade esplendia seus fogos. Era dividida em metades Diferentes uma da outra. Chegou-se a discutir qual a metade mais bela, Nenhuma das duas partes era totalmente bela. E carecia optar. Cada um optou conforme Seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

A leitura do espaço urbano-ambiental por meio do diálogo de saberes

Revista Monografias Ambientais, 2015

Os problemas ambientais urbanos são o produto da relação entre o meio natural e a cidade, sendo que qualquer intervenção deve passar pela dimensão social. A busca do desenvolvimento sustentável envolve a apropriação pelo indivíduo do meio em que se insere, possibilitando um despertar para as mudanças sociais necessárias. Este trabalho buscou identificar a percepção ambiental de crianças da ONG Associação de Amigos “São Pedro Julião Eymard” (ASPE), no município de São Carlos-SP, e construir a interface entre os conhecimentos científicos, relativos às questões ambientais da região, com a visão dos participantes sobre tais questões, buscando a elaboração de soluções coletivas. Realizaram-se diferentes atividades ao longo de três encontros para despertar um olhar crítico nas crianças sobre os problemas ambientais de seus bairros. Com o projeto constatou-se um maior sentido de responsabilidade das crianças sobre seu espaço, ampliação da percepção ambiental, e tomada de consciência sobre ...

Políticas da percepção: diálogos com o Terreiro Matamba Tombenci Neto - Ilhéus/BA

Desde novembro de 2014, momento inaugural desta instituição, tem tido lugar na Universidade Federal do Sul da Bahia/UFSBb uma série de atividades (aulas, conferências, visitas de campo, ateliês artísticos, pesquisas, militância político-cultural etc.) que contam com a participação de mestres/mestras de tradições, artes e ofícios. Esta comunicação pretende discutir tais (des)encontros de saberes a partir de nossa experiência com a comunidade do terreiro Matamba Tombenci Neto (Ilhéus/BA). Partindo do horizonte teórico proposto por Ranciére, isto é, do entendimento de que toda estética é também uma política, pretendemos pensar a imagem técnica para além de sua suposta neutralidade – e, portanto, como imagem política. A ambição aí é dupla: por um lado, colocar em evidência um dos grandes projetos (derivado, é claro, do modo de produção de mercadorias capitalista) da indústria ao longo dos séculos XX e XXI, a anaisthesis; por outro, problematizar o papel que cumpre a universidade neste processo de anestesiamento – via pacificação e apropriação dos saberes ditos populares. Pensar assim a anaisthesis nos conduz de volta à discussão da disputa política pela emancipação dos sentidos e seus correlatos. Ora, se estivermos corretos, a universidade afigura-se, então, não somente como espaço da disputa do saber/do conhecimento, mas também como espaço de disputa pelos dispositivos de construção e reprodução das imagens (técnicopolíticas). Por fim, gostaríamos de pensar a universidade como um dos espaços possíveis para ampliar a disputa (no caso das comunidades tradicionais, de guerrilha) por tais dispositivos estético-políticos.

ESPAÇOS AMBIENTAIS INTERATIVOS COMO ALTERNATIVA PARA DIFUSÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Resumo: Os espaços interativos, como parques e zoológicos, exercem um papel importante na divulgação e na popularização das ciências. Tendo em vista que esses ambientes se tornam importantes instrumentos para o desenvolvimento de práticas ambientais educativas, esse estudo tem o objetivo de demonstrar a importância da utilização desses espaços como uma alternativa para difusão do conhecimento científico. Para realização desse estudo, foi utilizado como base os visitantes do vivário anexo ao Centro de Ecologia e Conservação Animal -ECOA/UCSal, afim de contribuir para a produção de conhecimentos que permitem uma máxima utilização dessa área de vivências em programas de educação ambiental no sentido de conservação.

Diálogos socioambientais: a experiência do projeto Maria de Barro

Desenvolvimento e Meio Ambiente, 2010

Os resultados pouco satisfatórios das políticas de desenvolvimento dos anos 1990 evidenciaram a necessidade de se refletir sobre os conceitos, práticas e interesses envolvidos nos projetos de desenvolvimento local. No contexto dessa reflexão, surgiram práticas inovadoras na perspectiva da preservação ambiental e da organização social. O projeto Maria de Barro, aqui discutido, é uma experiência que parte de um problema-chave do município de Nazareno: a degradação dos solos, que incorpora e dialoga com vários outros problemas do cotidiano da população, apontando a complexidade das transformações sociais e do sentido do desenvolvimento. Três conceitos orientaram o debate e o desenho das ações do projeto: desenvolvimento, territórios e tecnologias sociais.

Troca de saberes tendo em vista uma gestão ambiental participativa

GeoTextos, 2009

A globalização no seu molde neoliberal é apresentada como a única opção econômica para alcançar o desenvolvimento, mas um olhar mais crítico revela que se trata de uma fábula que dissimula um sistema socialmente excludente para uma maioria crescente da população mundial e com consequências negativas sobre o meio ambiente. Diante das manifestações antiglobalização, o capitalismo se apropria das bandeiras do ambientalismo, mas apenas se “esverdeia” um pouco, sem questionar as raízes estruturais dos problemas ambientais. Todavia, o progresso das novas tecnologias da informação permite fazer ouvir a voz dos excluídos, dentre eles, as populações tradicionais. No debate ambiental, o conservacionismo marca pontos com o reconhecimento oficial da importância de integrar as populações tradicionais em políticas de proteção ambiental em virtude dos seus saberes tradicionais. Os processos de participação devem levar em conta as diferenças de percepção da natureza pelas populações locais, assim c...