Corpos conectados: experiências e percepções transformadas (original) (raw)

Grupo teia: experiências entre corpo e aparato

No presente ensaio, busco discorrer brevemente sobre a experiência do grupo “teia” e refletir sobre os diálogos estabelecidos entre sua produção e questões pertinentes da arte contemporânea, principalmente no campo da artemídia . Para tal, desenvolverei a análise de uma dentre as duas obras desenvolvidas pelo grupo.

Um Corpo Sensível à Transcendência: Uma compreensão mística da sensibilidade

Ekstasis: Revista de Hermenêutica e Fenomenologia, 2015

Trata-se do nome original do texto utilizado como base pela autora para a escritura deste artigo. Todavia, em virtude do fato de não haver nenhuma tradução para a lingua portuguesa do mesmo, pareceu-me mais adequado manter o nome original ao longo deste trabalho, visto que, com isto, evita-se o erro de nos comprometermos com uma obra inexistente e mantem-se aberta, portanto, a possibilidade de interpretação das passagens, o que, ao meu ver, favorece a discussão proposta. Isto dito, vale ressaltar que, no presente texto, todas as passagens traduzidas para o português são livres e foram feitas a partir das duas matrizes encontradas. Para tanto, a título de comparação, mantive junto a todas as versões em português duas outras versões: a proposta pela autora-em inglês-e a original. A título de ilustração, contudo, esboça-se, aqui, uma tradução livre do título do texto para o português que fica da seguinte forma: A fluente luz da divindade.

O retorno do olhar (e outros sentidos) para o corpo imerso em Realidade Aumentada

Ciberlegenda

A proposta deste trabalho é refletir acerca das possibilidades cognitivas a partir das ferramentas de Realidade Aumentada, envolvendo questões como caráter imersivo da experiência sensória mediada pelas imagens projetadas através das novas tecnologias. A idéia central deste trabalho gira em torno dos dispositivos de Realidade Aumentada na qual a Realidade Concreta e a Realidade Virtual misturam-se em experiências que ultrapassam a idéia de transcendência e de desmaterialização corpórea, contudo, foca-se na materialidade do corpo, através da sensorialidade e da percepção, como objeto em constante transformação na contemporaneidade.

Pensar-sentir o corpo: em torno das sensorialidades antropofágicas

2018

Corpos estranhos, disformes, desfigurados, desarticulados acolhidos como material para uma composicao em danca. A pesquisa da coreografa Juliana Moraes e do ator Gustavo Sol no processo de criacao da serie coreografica Pecas curtas para desesquecer , junto a Companhia Perdida, produz uma danca que fricciona a linguagem artistica por fazer emergir das sensacoes um tipo de coreografia cujas narrativas desafiam linearidades, figuratividades e o tempo-espaco da cena. Inspirados pela musculatura afetiva de Antonin Artaud, pelos objetos relacionais e a Estruturacao do self de Lygia Clark e por uma metodologia focada na criacao de estados de presenca poetica (Sol) e de texturas de movimento (Moraes) que modificam a fisiologia do corpo, os artistas trabalham no limiar de uma sensorialidade antropofagica. Corpos que se desfazem e se refazem, num processo de devoracao e degluticao de si e de outros, corpos vibrateis. De que natureza e essa danca? “Quando uma sensacao se produz, ela nao e situ...

Corpos simuladores de parto educando Corpos: “conexões quase humanas”

2019

O texto apresenta os resultados parciais da etnografia de pós-doutoramento intitulada "Corpos educando Corpos: biotecnologias e modulações do self na formação médica", realizada pela primeira autora, que objetiva investigar, no campo dos Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia (ESCT) a estrutura tecnológica (technological frame) dos manequins de simulação realística de partos com cervix destinados ao treino da prática da episiotomia e sutura nos laboratórios de habilidades médicas, enquanto artefatos. Especificamente, o texto aborda a interação de heterogêneos atores envolvidos na construção desta biotecnologia e a produção de uma gramática compartilhada, segundo os preceitos

Corpos Testemunhas, Fluxos Interacionais, Sentidos em Circulação

Revista ECO-Pós

Este estudo examina traços/marcas imprimidos em corpos -- subjetais ou objetais -- decorrentes de processos e práticas interacionais. Insere-se no quadro de investigações da semiótica das impressões, como recorte de uma teoria mais geral do corpo e do sentido, que trata: das manifestações figurais de corpos-actantes, convertidos em objetos significantes; dos seus movimentos nos ajustamentos com outros corpos; dos rastros e formas de significar daí derivados. Considerando nos processos comunicacionais a dimensão cognitiva e sensível dos discursos e os papeis mediador e produtor do corpo nas relações significativas, a proposta é discutir como o corpo, cuja relevância tem sido evocada nos diversos campos do conhecimento, e não apenas nas áreas da comunicação e das linguagens, pode se “encarnar” nas formas simbólicas além de constituir ele mesmo formas significantes, criando figuras próprias de manifestação e movimentos interacionais inscritos em diversos níveis de emergência dos sentidos.

Corpos Associados: a Arte e o ato de experienciar de acordo com Gilbert Simondon

Informatica Na Educacao Teoria Pratica, 2012

Resumo O presente artigo parte de alguns preceitos da filosofia técnica de Gilbert Simondon para se entender a experiência na obra de arte, tais como: a obra pertence a um meio associado, a obra é um objeto tecno-estético produzido por certa tecnologia e aporta tecnicidades, e a obra somente pode ser entendida a partir do sistema metaestável obra-humano-meio. Apreende-se a experiência na obra de arte como um modo de individuação e não uma experiência pessoal, direcionando-se para uma ontogênese que vai além da obra ou do humano em si. Coloca-se, ainda, a pertinência de uma abordagem tecnológica sobre as tecnicidades da obra como um modo de se compreender os processos de individuação da arte a partir de relações transdutivas no sistema metaestável humano-obra-meio em constante transformação.

Corpo e experiência de nós mesmos

Revista Heterotópica, 2021

Este artigo propõe a discussão sobre corpo, experiência e diagnóstico do presente no quadro dos Estudos Discursivos foucaultianos. O corpus compreende as publicações do Diário Foucaultiano de Quarentena do Labedisco nas páginas do Facebook e Instagram, problematizando questões acerca da pandemia do Covid-19. A metodologia se concentrou na formação de séries das narrativas veiculadas naquelas redes sociais, demonstrando as preocupações em torno das nocões necropolítica, da biopolítica e de uma política dos corpos e sua maneira de ser administrada sob o governo de Jair Bolsonaro. Os resultados apontam os posicionamentos dos sujeitos sobre higienização disciplinar, morte e descaso governamental neste momento específico nos seis primeiros meses da pandemia até uma mudança de suporte: das narrativas para podcasts no Spotify.