Instantes da guerra. A coleção fotográfica de Luciano Leal, soldado de transmissões em Angola (1969-71), no Arquivo de História Social (original) (raw)

Provas de vida: fotografia da guerra colonial num arquivo digital vernáculo

2021

A edição deste livro é financiada por fundos nacionais através da FCT-Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto UIDB/05021/2020 e do projeto PHOTO IMPULSE-PTDC/COM-OUT/29608/2017. O conteúdo desta obra está protegido por Lei. Qualquer forma de reprodução, distribuição, comunicação, publicação ou transformação da totalidade ou de parte desta obra carece de expressa autorização do editor e dos seus autores. Os artigos, bem como a autorização de publicação das imagens, são da exclusiva responsabilidade dos autores. A presente publicação encontra-se disponível gratuitamente em: www.icnova.fcsh.unl.pt Índice Introdução Elizabeth Edwards Fotografias: a forma material e o arquivo dinâmico John Tagg A máquina de arquivo; ou A câmara fotográfica e o ficheiro Ana Maria Mauad Dos arquivos às exposições: fotografia pública e história em 'Conflitos' (2017) Maria José Lobo Antunes Provas de vida: fotografia da guerra colonial num arquivo digital vernáculo Giulia Strippoli La Vittoria è Certa, de Lionello Massobrio: história parcial de um filme e reflexão sobre um encontro Daniel Barroca Nothing lasts forever, but some things burn for ages (2020) Sílvio M. de Souza Correa As marcas do silêncio em imagens de arquivos

A Fotografia Estereoscópica na 1ª Guerra Mundial: A Coleção do Major Sousa Guimarães

A Grande Guerra em Fotografia Estereoscópica: A Coleção de Sousa Guimarães.

A 1ª Guerra Mundial terá sido a guerra mais fotografada em estéreo, em nenhuma outra terão existido tantas empresas, fotógrafos, e coleções editadas, em vidro e em cartão. A nossa imagem desta guerra está certamente ligada à forte impressão de realidade que esta técnica aplicada à fotografia faz nascer no seu observador. Organizadas em coleções comerciais estas imagens iniciaram a sua difusão ainda durante a Guerra, vendidas em algumas das casa de fotografia dos países participantes , tendo a sua comercialização continuado após o armistício de 1918. A coleção Sousa Guimarães faz parte desta memória da Guerra. Este trabalho procura iniciar um processo de genealogia destas imagens e uma primeira abordagem a esta coleção.

Regressos quase Perfeitos. Memórias da Guerra em Angola

2021

A memória das guerras nas sociedades contemporâneas ganhou uma relevância evidente nas últimas décadas. Ela tem vindo a concitar um generalizado interesse público, materializado em museus, exposições, atos comemorativos, documentários, romances, recolhas testemunhais Referência para citação:

Angola - a frente esquecida da I Guerra Mundial

Jornal Público - 1914-2014 I Grande Guerra, 2014

Sem que Portugal e a Alemanha estivessem ainda em guerra, em Dezembro de 1914, Naulila, no Sul de Angola, é palco de uma traumática derrota do exército português. Na maior colónia africana, boa parte do esforço militar foi dedicado a restaurar o domínio sobre africanos revoltados.

O estar vivo da fotografia: imagens que interpelam a guerra em papel descripto

Revista Devires - Cinema e Humanidades , 2016

Resumo: No contexto da Guerra Colonial em Angola, um jovem soldado, aspirante a escritor, envia à sua esposa mais de uma centena de cartas entre os anos de 1971 e 1973. Estamos nos referindo ao romancista português António Lobo Antunes, cuja própria experiência na guerra como médico combatente e questões relativamente à História de Portugal, com seus fantasmas imperiais, atravessam sua extensa obra. Junto às missivas, que compõem D’este viver aqui neste papel descripto (2005), fotografias trocadas entre o casal apontam para a esperança de retorno, sendo vestígios de uma presença ausente, fundamental para o manter-se vivo e como prova, considerando os parentes que aguardam notícias, de que há integridade física apesar da guerra. As fotografias parecem ter aqui um fim específico: fragmentar o álbum de família para narrar a ausência. No livro, uma única fotografia parece se descolar do conjunto. Na chegada em Angola, antes mesmo de descer em terras africanas, no convés do navio, o jovem soldado estende a mão, parecendo recusar o registro. Essa imagem, marcada pela incerteza perante a iminência de morte, parece empurrar o futuro. Diante disso, podemos compreender o gesto de quem fotografa como a máquina que se precipita, que antecipa o isso-foi barthesiano? E o gesto que se impõe à imagem no instante de perigo, aquele a travar o destino que de saída lhe fora imposto? Abstract: In the Colonial War context, in Angola, a young soldier, aspiring writer, sent his wife more than a hundred letters between 1971 and 1973. Now, he is an important portuguese novelist, António Lobo Antunes. His own experience in war and his questions on the History of Portugal penetrated in their extensive literary work. With the missivs, published in D’este viver aqui neste papel descripto (2005), the photographys, exchanged between the couple, their point to the hope of return. The pictures seem to have a specific purpose here: to fragment the family album to narrate the absence. In the letters book, a single photograph seems to take off from the ensemble. In the arrival in Angola, before even descending on African land, on the deck of the ship, the young soldier extends his hand like refusing the registration. This image, marked by uncertainty about the imminence of death, seems to push the future. Is it, the gesture of someone who photographs, an anticipation of the barthesian expression this-has-been? And the gesture that imposes itself on the image in the moment of danger, is It the one that fights the destiny that was imposed on him? It is about this subject that this essay intends to discuss. Palavras-chave: Guerra colonial. Fotografia familiar. Cartas de guerra. António Lobo Antunes. Keywords: Colonial war. Family photography. Letters from War. António Lobo Antunes.