Políticas e Culturas no 1.º Ciclo do Ensino Básico para o Desenvolvimento de Processos de Avaliação Inclusiva (original) (raw)
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DESENVOLVENDO CULTURAS, POLÍTICAS E PRÁTICAS INCLUSIVAS DE AVALIAÇÃO NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIAL
Resumo: O presente trabalho baseia-se numa pesquisa desenvolvida entre fevereiro de 2004 e dezembro de 2007, que investigou a formação de futuros professores da Faculdade de Educação de uma Universidade Pública da cidade do Rio de Janeiro com relação a uma orientação inclusiva de educação. Os resultados mostraram que a instituição possuía entraves a serem superados quanto a uma formação inclusiva dos futuros professores. Muitos desses entraves fundamentam-se na confirmação de culturas, no desenvolvimento de políticas e na orquestração de práticas pedagógicas que possuem uma orientação " tradicional " do processo ensino/aprendizagem, em especial no que tange à avaliação. Para superar esse quadro, é preciso uma revisão das concepções e práticas avaliativas por parte dos professores formadores, na tentativa de se construir uma cultura em que a avaliação seja considerada um processo pelo qual o professor acompanha o desenvolvimento do aluno, um momento de análise no qual o educador interroga-se a si mesmo, e ao se perguntar como seus alunos estão construindo seus conhecimentos e organizando o pensamento, o professor procura compreender o que os estudantes necessitam de sua mediação, favorecendo a aprendizagem de todos os alunos. A amostra foi composta por 1007 licenciandos. Metodologicamente, usou-se análise documental para analisar ementas das disciplinas oferecidas na formação dos professores, e aplicamos questionários e grupos focais aos sujeitos. A relevância do estudo se verifica, no tocante: (a) a discussões curriculares, pelo desvelamento do currículo oculto: relações de conflito, tensões e poderes, visão hierarquizada, disciplinar (por oposição a interdisciplinar) e separatista entre o pensar e o fazer, levando a exclusões; (b) à dialética exclusão/inclusão, pela maneira como se configurou a vida acadêmica dos alunos participantes, e pelos respectivos reflexos na formação; e em termos mais macros (c) pelo fato da pesquisa abordar tema de expressiva preocupação no ordenamento jurídico atual, nacional e internacional, de Educação.
Foi nosso objetivo no presente estudo compreender que traços caraterizam as políticas e culturas relativamente ao desenvolvimento de processos de avaliação inclusiva numa escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico em Lisboa. Para tal, recorremos a uma abordagem metodológica de cunho interpretativo. No levantamento de dados recorremos à recolha documental, à entrevista semiestruturada e à observação. A denominação de avaliação inclusiva remete-nos para uma perspetiva de avaliação universal, processos de avaliação para as aprendizagens que, embora diversos e diversificados, são dispositivos que integram os processos de ensino e de aprendizagem de todos os alunos. Pressuposto que se realiza com base numa visão estratégica clara e criadora de sinergias realizadoras de uma cultura identitária e potenciadora da perspetiva de avaliação inclusiva. Da análise dos dados realiza-se que existe tensão e incongruência entre o prescrito e o apropriado. As diversas narrativas dão-nos conta de contradições e frágil visão estratégica relativamente à implementação de políticas e construção de culturas potenciadoras do desen-volvimento de processos de avaliação inclusiva.
A Avaliação Como Um Processo Interno Da Prática Pedagógica
Caderno de Educação Física e Esporte, 2002
Este texto é uma reflexão sobre o processo avaliativo na educação formal, escolar e universitária. Objetiva-se contribuir para a construção de uma avaliação imbricada com os paradigmas educacionais emergentes, fundamentados na construção do conhecimento, no diálogo crítico e na interação social. Consequentemente, uma avaliação que não seja um processo estanque, mas integrante e integrador do ensino e da aprendizagem através de uma prática pedagógica participativa. UNITERMOS: Avaliação, prática pedagógica, participação. ABSTRACT: This text is a consideration of the evaluative process in the formal, school and academic education. It aims to contribute for the construction of an imbricate evaluation with the emergent educational paradigms, which are based on knowledge's construction, in the critical dialogue and in the social interaction. Therefore, an evaluation that is not a watertight process, but an integral and integrate process of teaching and learning through a participative pedagogic practice.
Inclusão em educação: processos de avaliação em questão
Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação
Resumo Este trabalho discute os dados do Observatório Nacional da Educação Especial (Oneesp) no Estado do Rio de Janeiro (Oeerj) no que tange ao processo de avaliação e inclusão em educação. Através de entrevistas coletivas e da participação dos professores no ciclo de formação continuada, foram identificadas três diferentes questões: a primeira se trata do diagnóstico do aluno alvo do atendimento educacional especializado; a segunda se refere às políticas avaliativas de larga escala; e a última se trata das necessárias mudanças multidimensionais nas práticas avaliativas no cotidiano escolar. Indicamos que o processo avaliativo é um importante parâmetro para identificar se as propostas pedagógicas possibilitam condições de aprendizagem e participação para todos os estudantes.
PLURAIS - Revista Multidisciplinar, 2020
Este artigo traz uma discussão sobre a qualidade da educação básica, especialmente, dos termos dimensões, parâmetros e indicadores, articulados entre si, a partir dos quais se materializam políticas públicas educacionais para avaliar e monitorar a qualidade da educação escolar. De abordagem qualitativa, articulando os aspectos teórico-metodológicos da pesquisa ação e de estudo de caso, esta pesquisa teve como objetivo investigar, a partir da implantação e implementação de uma comissão própria de avaliação (CPA), os indicadores alternativos propostos pela comunidade escolar para monitorar e avaliar a qualidade da educação em uma escola da rede estadual de ensino, situada em Feira Nova, através da construção de quarenta indicadores alternativos e seus respectivos parâmetros, subdivididos em dez dimensões. Esta pesquisa não substitui ou desconsidera as avaliações em larga escala, mas possibilita a articulação dos indicadores próprios de avaliações externas a indicadores alternativos cr...
Processo Educacional Inclusivo: Das Discussões Teóricas À Necessidade Da Prática
HOLOS, 2007
O presente artigo trata do processo educacional inclusivo. Nesse processo prevê-se o atendimento educacional significativo a todos, sem exceções, tratando as diferenciações cognitivas, sociais, econômicas, políticas, culturais, dentre outras, como sinônimos de riquezas e não de limitações. Com isso, diz-se que o processo inclusivo é uma opção para dar início à minimização dos graves problemas existentes no sistema educacional em vigência, que é excludente. O objetivo no artigo é refletir sobre o processo educacional inclusivo. A metodologia adotada é a de revisão bibliográfica de alguns dos pensadores que investigam o tema, bem como com a consideração de percepções de docentes sobre como se apresenta na realidade a inclusão educacional. Por fim, conclui-se que, apesar do modelo social em vigor, algumas mudanças demandadas urgentemente pelos processos educacionais são possíveis, desde que todos os envolvidos no ambiente escolar se comprometam com elas e executem as práticas educacion...
AVALIAÇÃO ASSISTIDA E COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA: PROCEDIMENTOS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Revista Brasileira De Educacao Especial, 2007
RESUMO: as pesquisas sobre a avaliação assistida vêm delineando um campo promissor dada as suas características inovadoras que a distinguem de uma avaliação tradicional, favorecendo a população que apresenta dificuldades no processo de aprendizagem ou em situação de desvantagem social. Crianças que necessitam de recursos alternativos para a linguagem expressiva constituem um significativo grupo que pode se beneficiar de uma avaliação diferenciada. Neste estudo, participaram sete crianças com necessidades especiais em situação de avaliação assistida, utilizando o Children's Analogical Thinking Modifiability Test-CATM, acrescida da avaliação psicométrica, realizada pelos testes Raven, Columbia e Peabody, estes últimos em versão computadorizada, antes e após intervenção com sistema de Comunicação Alternativa e Ampliada-CAA. Além dos processos de pensamento, foram considerados aspectos não estritamente cognitivos, mas de grande importância: reação da criança ao contexto de avaliação e ao tipo de tarefa, variáveis pessoais e situacionais como motivação e fadiga, além da acessibilidade à mediação. Tais variáveis foram sistematizadas em categorias cognitivas, comportamentais e afetivo-motivacionais nos contextos de ensino e intervenção, compondo um mosaico de indicadores sobre o perfil da amostra nas diferentes etapas do estudo. Apesar da situação de avaliação -tradicional e assistida -ter se configurado como cansativa, foi possível identificar as operações e disfunções cognitivas nas provas tradicionais e assistida e na intervenção, além de fatores não-intelectuais que afetaram o desempenho, delineando um perfil intragrupo de aprendizagem na resolução de problemas. A avaliação assistida é reconhecidamente uma relevante ferramenta de diagnóstico psicológico, complementar à abordagem psicométrica tradicional, para crianças com déficits comunicativos.
Educação Inclusiva e formação inicial de professores
Revista Educação em Questão, 2021
Alicerçado no Pensamento Sistêmico e nos pressupostos de Tardif (2002), este trabalho objetiva conhecer como são construídos os conhecimentos sobre a educação inclusiva nos cursos de Licenciatura da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. A investigação contemplou três movimentos principais: mapeamento da oferta de disciplinas vinculadas à educação inclusiva e identificação dos cursos com maior e menor percentual desta oferta, Geografia e História respectivamente; análise das ementas das disciplinas ofertadas; realização de questionário com acadêmicos dos cursos selecionados. Foram aplicados 35 questionários, com 24 acadêmicos de História e 11 acadêmicos de Geografia. Como principais resultados, destacam-se como fontes de produção dos conhecimentos a disciplina de Fundamentos da Educação Especial e as práticas em estágio e projetos, com características introdutórias. É unânime o sentimento de despreparo com questões didático-metodológicas inclusivas, anunciando a necessidade de ...