Antonio Manuel, corpo crítico (original) (raw)
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Gestos efêmeros e obras tangíveis: a trajetória de Antonio Manuel
Novos Estudos-CEBRAP, 2006
Ainda que tributária do construtivismo brasileiro, a produção artística de Antonio Manuel se manteve única e, muitas vezes, radical. Este artigo examina as especificidades do trabalho do artista, principalmente a partir de suas semelhanças e diferenças com os postulados do neoconcretismo.
Antonio Manuel Couto Viana primeiros anos
Às cinco da madrugada, Toda a casa oscilou como um barco no mar. Acenderam-se luzes. Houve um vaivém na escada. E, entre rezas e ais, comecei a chorar. Um menino! Um menino! E, ao vento de Janeiro que lá fora gelava, A casa agora repicava como um sino! E eu chorava. Assim António Manuel Couto Viana reviveu, poeticamente, o alvoroço provocado pelo seu nascimento, em 24 de Janeiro de 1923, na casa da família, ali bem no coração da sua amada cidade. Era Inverno, festejara-se o Natal há um mês, estava deserta a Praça maior da povoação, antigo Campo do Forno, desde meados do século XIX Praça da Rainha, e após a mudança de Regime Praça da República, à qual ainda presidia o vetusto edifício da Câmara Municipal, ladeado pelo Hospital da Misericórdia, com a sua Igreja, enquanto ̶ único som no meio da noite ̶ do Chafariz monumental jorrava a água, de que, durante mais de três séculos, as famílias do centro urbano se iam abastecer para consumo doméstico: confecção das refeições, bebida, higiene, lavagem de utensílios e de vestuário. No livro Postais de Viana, António Manuel evoca com saudade a casa onde nasceu: Nasci nas casas do doutor (não diz Porto Pedroso o nome desse tal 1), Junto à Misericórdia, ao Chafariz e ao velho paço municipal. 1 Era o Dr. José Luís da Luz, de que mais nada sabemos. Porto Pedroso foi autor duma Memória, onde registou nome dos proprietários das mais importantes casas de Viana, da sua época. Cf. Coronel Alberto de Sousa Machado, "Viana de outros tempos e a sua gente através da Memória de Porto Pedroso", em Arquivo do Alto Minho, vol. IV, 2.ª série, tomo I (1965).
Antonio Conselheiro, comunista
Lampião, 2021
O artigo discute a qualificação de “comunista” atribuída a Antonio Conselheiro e ao Belo Monte que liderou: tal caracterização jogou papel importante na criação da caricatura que justificaria a “guerra de Canudos” e o massacre dela decorrente. Mostra como o termo ganhou força no país por obra dos debates em torno da escravidão e da sua abolição, na segunda metade do século XIX.
O artigo aponta os resultados de uma reflexão feita sobre como pode-se combater o uso de drogas através da educação. O mundo das drogas vem sendo conhecido pelos adolescentes cada dia mais cedo. E, cada vez com mais freqüência, ocorrem chacinas, em que, de uma só vez, são eliminados vários jovens, de ambos os sexos. O motivo da violência é quase sempre o mesmo, a eliminação do consumidor que não pagou pela droga consumida ou para eliminar vendedores rivais. É através dessa visão que o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) vem mostrando aos adolescentes um caminho mais seguro. A participação da Proerd na vida dessas pessoas contribui para que a comunidade se sinta mais segura e diante disso, alunos, pais, professores e dirigentes compartilhem com maior entusiasmo do esforço da Polícia Militar em transformar as escolas em centros de referência da comunidade para o fortalecimento da cidadania e combate às drogas e a violência para a conquista de uma vida melhor para todos.
O corpo-escrito de Luís Miguel Nava
Forma Breve (Universidade de Aveiro), 2008
Este artigo pretende recapitular o tópos do corpo na obra de Luís Miguel Nava conforme demonstram os estudos sobre sua obra e reafirmar a hipótese de um corpo-escrito ou um corpo que se escreve, estabelecendo rotas de leituras na tentativa de evidenciar duas proposições: a sintaxe gestual e o delírio contido da enunciação naviana como características fundamentais de seu imaginário.