A Singularidade das multidões (original) (raw)

Simbiose e individualidade

Quaestio - Revista de Estudos em Educação

Este ensaio apresenta perspectivas de aproximação ou distanciamento entre as abordagens do longa-metragem “Aniquilação” em relação às teorias do Antropoceno e Chthuluceno. Ao considerar que o filme é uma pedagogia cultural, busca articular suas narrativas imagéticas, em especial, com representações de humanidade e natureza. Busca também afirmar que práticas culturais diversas (escolares e não escolares) participam da constituição de nós mesmos e dos outros, bem como das formas como entendemos/atribuímos sentidos às diferenças. Essa é a linha de contribuição com o campo de estudos da educação. Faz seu movimento de apreciação e análise, recorrendo a matrizes conceituais contemporâneas, que questionam as relações entre seres da natureza, incluindo os humanos, analisando-as criticamente a partir de concepções de ambiente, simbiose e individualidade apresentadas por diferentes autores.

O MISTÉRIO DAS MULTIDÕES

O Mistério das Multidões, 1993

esquadrinhando os anúncios, ora observando a promíscua companhia que havia no salão e ora espreitando a rua pelas esfumaçadas vidraças". Dessa foma Edgar A. Poe inicia o seu célebre conta "O homem das multidões", publicado pela primeira vez em 1840. Nesse trabalho, o gênio inusitado do autor revela, através da poética lúgubre que caracteriza sua produção literária, a solidão e o desconforto da ambiência urbana no século XIX. O personagem anônimo de Poe perscruta a também anônima multidão, que se movimenta pelo espaço público londrino e observa que "o maior número daqueles que passavam tinha um porte convencido de gente atarefada e parecia estar pensando apenas em abrir caminho pela multidão. Outros mostravam-se inquietos em seus movimentos, tinham rostos avermelhados e falavam e gesticulavam consigo mesmo como se se sentissem em solidão por causa da enormidade da densa turba em seu redor". O olhar cuidadoso do personagem não percebe exatamente as pessoas (nessa massa de gente que se movimenta para qualquer lugar), mas indivíduos classificados pelo jeito de ser e de se vestir, seres devidamente inseridos na realidade objetivada da sociedade da época; indivíduos que, como observador, carecem de identidade e de substância. A noite chega progressivamente e o homem percebe que a constituição da multidão modifica-se com a "gradativa retirada da parte mais ordeira do povo" e com a predominância dos indivíduos fora da ordem, que saem de seus "antros" e misturam-se à multidão. Mas uma veradeira cidade moderna não se dobra aos rigores da natureza, e os lampiões de gás inventam um dia artificial para luminar as faces desconhecidas. Tentando ter uma melhor visão do movimento da multidão, o homem cola a fronte na vidraça e é absorvido pela fisionomia de "um velho decrépito de uns sessenta e cinco anos de idade". A expressão estranha e peculiar desse

A Expressão De Singularidade No Bordado De Leonilson Dias

PONTES EDITORES LTDA eBooks, 2022

PREFÁCIO duções científico-intelectuais e artístico-culturais, se enegreçam crescentemente. Segundo a Quilombola e historiadora Beatriz Nascimento (1989 apud RATTS, 2006, p. 69): "Quilombo é infinito, espaço de história, pois nele tem história, é história". Desse modo, os Quilombos fazem-se como fontes vivas de conhecimentos históricos e ancestrais, que alimentam e educam os nossos povos, as nossas mentes e os nossos corpos por meio da tradição, da partilha e da coletividade. É nesse chão-território e útero tão sagrado que-mais uma vez-nos nutrimos de saberes, fazeres, tradições, memórias, costumes e crenças. Queremos, portanto, na UNILAB um espaço de comunhão com o nosso chão, de contação, (re)existência, alimentação, iniciação e construção de nossa própria História.

Teoria das Singularidades Universal

Resumo Este artigo é uma análise qualitativa que utilizar os conceitos de singularidade, seta termodinâmica do tempo, buracos negros e outras teorias como a gravidade, quântica, teoria probabilística, relatividade geral, para supor um possível mecanismo de autoconsciência e da geração de vidas autoconscientes, seguido pela biogênese e a teoria evolutiva de Darwin. Esta teoria se trata do que é o mecanismo da consciência e vida em um universo geral infinito.

Uma leitura semiótica das multidões

Uma leitura semiótica das multidões tem o objetivo de problematizar as funções do incomensurável na semiose. Tal problematização envolve os problemas da imanência, do primado da mediação que caracteriza o pensamento semiótico contemporâneo e da desconstrução das identidades operada pelas teorias queer. Para tanto, metodologicamente, (1) apresentamos os conceitos de multidão desenvolvidos por Charles Sanders Peirce, Antônio Negri e Michael Hardt; (2) discutimos o caráter descritivo das categorias faneroscópicas de Peirce para propor a Zeroidade como condição e imanência de toda a semiose; (3) identificamos a dupla face -virtual e mediada -da singularidade e (4) demonstramos de que maneira a singularidade, que é uma potência, dá lugar na semiose a identidades. É o caráter indissociável da singularidade, da identidade e das crenças/hábitos que permite a este artigo denunciar falsas dicotomias e afirmar o perspectivismo como horizonte fundamental para os estudos semióticos das multidões.

Multidão, solidão

Remate de Males

A solicitação endereçada ao leitor é elemento central da constituição da poética de Charles Baudelaire. Em alguns poemas em prosa reunidos no título póstumo O spleen de Paris, a relação entre poeta e leitor parece se estabelecer por meio da encenação do sujeito poético como um leitor levado aos limites da razão. Este artigo busca apontar alguns aspectos dessa dramatização do poeta como intérprete que por vezes fracassa diante do real, confrontado com a própria incapacidade de decifração. A leitura partirá de aproximações entre o poema em prosa “As multidões”, de Baudelaire, do conto “The Man of the Crowd”, de Edgar Allan Poe, traduzido pelo poeta, e de trechos dos Paraísos artificiais, buscando examinar a relação entre os termos “solidão” e “multidão” e uma certa fluidez ou indeterminação da constituição do sentido. Pretende-se, assim, apontar de que maneira a representação do poeta como um exegeta nem sempre bem-sucedido diante da promessa de significados pode estar operando na con...

PSICOLOGIA DAS MULTIDÕES

A história da humanidade é marcada desde os primórdios por diversas guerras, nelas, inúmeros civis inocentes morreram por causa de uma busca incessante de seus chefes de governo por status, poder, fama, riquezas. Não foi diferente na Segunda Grande Guerra Mundial, essa foi uma das piores, ou a pior guerra já ocorrida em todos os tempos, aproximadamente seis milhões de judeus, nove milhões de russos, outros tantos poloneses, thecos, ciganos, negros, deficientes, homossexuais, entre outros povos, que em um dia pertenciam à sociedade e no outro já não mais era digno dela, cidadãos que serviram de combustível para a conquista dos ideais de um homem conhecido pelo nome de Hitler, ou melhor, Adolf Hitler. A meta dele era o genocídio, varrer as raças não-arianas da Alemanha e até quem sabe da face da terra, principalmente a raça judia, para isso, ele não mediu esforços e causou como nós sabemos estragos terríveis não só na Alemanha, mas em todos os países que se envolveram nessa tragédia mundial. Mas como foi possível, um homem rude, pouco estudado, que largara o colégio sem ao menos terminar seus estudos, com diversas ideologias racistas, ter triunfado e cativado o povo alemão que por sua vez era um povo culto em sua grande maioria, senão uma das sociedades mais inteligentes daquela época? O que levou essa sociedade a "rasgar" sua constituição e seus princípios basilares em nome de um só homem?