Organic Churches – mobility and religious rearrangement: the Caminho da Graça case (original) (raw)

O CAMPO É MUNDO

ANÁLISE SOCIOLÓGICA DA EXPANSÃO DAS IGREJA EVANGÉLICAS BRASILEIRAS

RELIGIÃO E CULTURA CÍVICA: Um estudo sobre modalidades, oposições e complementaridades presentes nas ações sociais evangélicas no Brasil

2006

O trabalho analisa diversas modalidades de atuação dos evangélicos no espaço público e em diferentes dimensões da sociedade civil brasileira evidenciando a intensificação da estruturação de um conjunto de práticas, valores, crenças e estratégias em torno da “ação social” no campo protestante surgidas, ou retomadas, a partir da década de 1980 no Brasil. Sem perder o vínculo com formas tradicionais de filantropia religiosa associada à idéia de “assistência”, o campo evangélico constitui e dá visibilidade a novas concepções e práticas sociais, surgidas na esteira da redemocratização do país e dos chamados “movimentos cívicos”. Com o objetivo de compreender este processo do ponto de vista da antropologia, quatro situações empíricas ─ quase todas com pouca visibilidade no senso comum, na mídia e mesmo na academia ─ são tomados como lugares de investigação. A saber: a emergência, em 2003, de uma rede de instituições evangélicas que desenvolvem algum tipo de “ação social”, a Rede Nacional Evangélica de Ação Social; a organização não-governamental evangélica Visão Mundial, entidade internacional que distribui recursos para projetos sociais no Brasil desde 1975; um conjunto de projetos sociais de igrejas e organizações evangélicas no campo da infância e adolescência chamada “em situação de risco social”; e o engajamento das igrejas e organizações evangélicas na Campanha do Desarmamento e no referendo sobre o comércio de armas, em 2005. Em seu conjunto, neste processo evidencia-se a construção e disseminação de um novo ideário missiológico, a “Teologia da Missão Integral”, que, em diálogo tanto com o movimento ecumênico quanto com o pentecostalismo, aponta para significativas mudanças no seio do protestantismo e na redefinição do seu papel na sociedade brasileira.

(PÓS) MODERNIDADE, TURISMO E RELIGIÃO: UM “TURISMO EVANGÉLICO”

Diante do crescimento do fenômeno turístico e evangélico no cenário contemporâneo mundial e brasileiro, este estudo busca verificar como o turismo se desdobra em várias facetas específicas no caso do turismo religioso entre os evangélicos e como pode-se ver o fenômeno religioso evangélico pela via do turismo. Assim sendo, este artigo parte de uma análise mais ampla do que procuro configurar como “turismo evangélico” no país. PALAVRAS-CHAVE: turismo, religião, evangélicos, espaço público.

Cartografias do sagrado e do profano: religião, espaço e fronteira

Iuri Andréas Reblin, Alessandro Bartz, Fernando Albano, Fábio Augusto Darius, Daniela Senger, Tiago Becker, Daniel Gevehr, Domingos Cesca, Valdinei Ramos Gandra, Noli Hahn, Claiton Pommerening

The book assembles researches of religion in a multidisciplinary perspective. Text in Portuguese.

Caminhando por terras bíblicas: religião, turismo e consumo nas caravanas evangélicas brasileiras para a Terra Santa

Apesar de ter sido previsto por diversos especialistas, o declínio da religião não ocorreu com a sociedade moderna. Ao contrário, a religiosidade encontra-se em plena atividade, contudo se apresentando de maneira reconfigurada, menos institucionalizada, mais individualizada, subjetiva, fluida e fragmentada, atravessando e combinando-se a diversos outros campos, dentre eles, o turismo. Diante deste cenário, o objetivo deste estudo é compreender, sob o viés do consumo, de que forma o turismo evangélico para a Terra Santa pode se configurar como uma busca moderna da tradição, conformando-se numa experiência (pós) moderna da religiosidade contemporânea, verificando seus sentidos e significados para aqueles que estão envolvidos direta ou indiretamente com essa atividade. Este consumo simbólico dos evangélicos através das caravanas para a Terra Santa revelou não se tratar apenas de uma ida moderna dos evangélicos ao espaço público, mas também uma forma de (re)ativarem diversas tradições judaicas e cristãs, ressemantizando-as de acordo com o espírito da época. Palavras-chave: Peregrinação. Turismo Religioso. Consumo. Terra Santa. Evangélicos. M12. Although predicted by many experts, the decline of religion did not occur with modern society. Instead, religiosity is in full swing, but performing in a new shape, less institutionalized, more individualized, subjective, fluid and fragmented, crossing through and blending in several other fields, including tourism. Given this scenario, the objective of this study is to understand, by through consumption habits/behaviour, how evangelical tourism in the Holy Land can be configured as a modern search of tradition, conforming to a (post) modern experience of contemporary religiosity, examining their meanings for those who are directly or indirectly involved with this activity. This symbolic consumption by evangelicals through the caravans to the Holy Land revealed it is not only a modern way for evangelicals to public space, but also a way to (re) activate various Jewish and Christian traditions, giving them a new meaning in accordance with the spirit of this age. Keywords: Pilgrimage. Religious Tourism. Consumption. Holy Land. Evangelicals. M12.

A história recente do turismo religioso brasileiro e seu papel no conflito Israel-Palestina.

A história recente do turismo religioso brasileiro e seu papel no conflito Israel-Palestina. , 2018

A história antiga das peregrinações de cristãos ao que chamam Terra Santa, espaço geográfico que hoje compreende o Estado de Israel e o Estado da Palestina é milenar e sempre ocorreu com a motivação religiosa permeando-a em maior ou menor grau. Com o desenvolvimento do Turismo de massa na modernidade, tendo estabelecido roteiros e pacotes de viagem rígidos devido às exigências econômicas, a prática da peregrinação ganhou novos contornos e chamou a atenção de novos agentes. O Turismo para Israel e, indiretamente, para a Palestina chega hoje a números recordes de turistas vindos de todo o mundo, gerando uma significativa receita para os primeiros de US$ 5,744 bi, com o record de 3,6 milhões de turistas vindos de todo o mundo e é visto pelo Estado como um importante campo para a criação de apoiadores ou “embaixadores” que podem reproduzir uma narrativa em favor dos seus interesses políticos. Do lado palestino, embora com menor organização e presença midiática, nem por isso deixam de auferir resultados positivos com essa atividade. A partir desse quadro e da Teoria dos Campos, de P. Bourdieu, a pesquisa investiga a extensão do campo desse Turismo entre os evangélicos brasileiros, considerando os campos político e religioso em tensão. Passamos por teorias recentes e atualizadas sobre o Turismo no Brasil e no mundo, aplicando-as ao quadro de referência. Com recorte cronológico a partir do ano 2000, em função do incremento do turismo, com recorte metodológico para caravanas realizadas entre 2011 e 2013 e 2017, a pesquisa foca um grupo de dez turistas que foram acompanhamos por um ano. Entre 2011 e 2013 fizemos nossa primeira viagem aos territórios de Israel e Palestina, seguida de outra em 2012 e a terceira no ano em que iniciei a pesquisa de Mestrado, em 2013. Partindo de fontes bibliográficas inéditas no Brasil, reconstrói-se globalmente a história das peregrinações para a região nos últimos 2000 anos e, mais detalhadamente, a história dessas peregrinações e o início do Turismo comercial no Brasil. A pesquisa resgata, por meio de documentos e entrevistas, a história dos brasileiros que viajaram para Israel-Palestina, desde 1853. Elaboramos uma apresentação das dinâmicas das caravanas no período da profissionalização da atividade, apontando o papel de cada agente envolvido na mesma. A conclusão posiciona os achados no cenário mais amplo da História e considera a relação conturbada entre Turismo e política de Israel e Brasil em anos recentes. Em confronto com os resultados alcançados, nem todas as hipóteses levantadas se verificam, indicando a necessidade de uma revisão na Teoria dos Campos.