Leonardo Coimbra e Vladimir Soloviev: relações inesperadas entre as filosofias em Portugal e na Rússia (original) (raw)

Leonardo Coimbra e Vladimir Solovyov: relações inesperadas entre as filosofias em Portugal e na Rússia

texto aberto IEF, 2019

https://www.uc.pt/fluc/uidief/texto\_aberto\_IEF In the context of the globalization of philosophical contemporaneity, the philosophy made in Portugal has been relegated to a position of marginality. The purpose of this study is to deepen the discussion on the subject and to contribute to future investigations centered on the studies about the Philosophy in Portugal and its international relations, trying to make it clear that such philosophy does not happen in a geo-cultural vacuum. In order to do so, I will look at the crosses between the thoughts of Leonardo Coimbra and Vladimir Solovyov, expecting to provide a basis for future studies on the reception of the thought of the Russian philosopher by the Portuguese philosopher. In fact, the intersection between these two thinkers is, besides expressed by Leonardo Coimbra, discernible as soon as examined.

Vladímir Solovióv e a Ideia de Humanidade

Periódico Héstia 2020, 2021

Resumo: O presente artigo centra-se numa comunicação proferida por Vladímir Solovióv (1853-1900) em 1898, na Sociedade Filosófica da Universidade de São Petersburgo, a fim de homenagear Augusto Comte (1798-1857) no centenário do seu nascimento. O título escolhido por Solovióv foi “Ideja Čelovečestva u Avgusta Konta” (Идея Человечества у Августа Конта), i.e., “A Ideia de Humanidade de Augusto Comte”. Na referida comunicação, para além de ser apresentada a ideia de humanidade que Comte tinha, no entender do filósofo russo, em mente, assistese a uma tentativa de ultrapassar as insuficiências inerentes à mesma. O autor deste artigo pretende expor e interpretar filosoficamente o discurso do pensador moscovita. Por fim, o autor espera transmitir uma modesta mas atual e significativa dimensão do pensamento de Solovióv aos leitores de literatura filosófica em língua portuguesa. Abstract: The present article centers on a talk given by Vladimir Solovyov (1853-1900) in 1898 in the Philosophical Society of St. Petersburg University to honor Auguste Comte (1798-1857) on the 100th anniversary of his birth. Solovyov chose the following title: “Ideja Čelovečestva u Avgusta Konta” (Идея Человечества у Августа Конта), i.e., “Auguste Comte’s Idea of Humanity.” In that communication, in addition to presenting the idea of humanity that, in Solovyov’s view, Comte had in mind, an attempt is made to overcome its inherent shortcomings. The author of this article aims at exposing and interpreting the speech of the Muscovite thinker philosophically. Finally, the author hopes to convey a modest but prevailing and significant dimension of Solovyov’s thought to the readers of Portuguese-language philosophical literature.

A literatura russa vista por autores portugueses

2016

Em 1981 doutorou-se (Ph. D.) em Literatura Comparada, na Universidade da Califórnia, onde trabalhou com Jorge de Sena. Tendo residido em países como Brasil, Portugal, Rússia e a antiga União Soviética, as suas investigações têm incidido nas relações luso-russas a partir do século XVIII e a difusão da literatura latino-americana na antiga União Soviética. Neste domínio, algumas publicações de interesse são:

Leitura Criacionista da «Síntese Filosófica» de Leonardo Coimbra

Periódico Héstia, 2019

https://www.periodicohestia.org/edicoes Esta leitura pode ser considerada a de uma peça política. A sua proposta passa por convidar para o diálogo e fomentar o debate sobre aquilo que é um entendimento da realidade: o que é estabelecido, de um modo dialético, por via da relação entre o pensamento e o não-pensamento. A especificidade de tal entendimento do real é subjacente à letra d’O Criacionismo, tese produzida, em 1912, por aquele que pode ser aclamado como o mais importante filósofo português da primeira metade do século XX, Leonardo Coimbra (1883-1936). A filosofia deste, aliás, não procura apenas regular o conhecimento da realidade, que “é noção”, mas constituí-la.

Filosofia e literatura: diálogo motivado a partir de Platão e Tchekhov

Educacao, 2011

Resumo -Este artigo tem por objetivo apresentar aproximações entre a filosofia e a literatura e discutir a relevância de seus textos na prática docente. Essas duas áreas do conhecimento, através da sabedoria e de processos civilizatórios que envolvem seus escritos, dialogam de diferentes maneiras, contribuindo para a formação do sujeito. O estudo, vinculado à linha de pesquisa Educação, Linguagens e Tecnologia, do PPGEd/ UCS, sustenta-se a partir dos pressupostos da obra de Platão e de uma breve análise de um conto do escritor russo Anton P. Tchekhov (1999), representante da literatura clássica. Tais disciplinas constituem instrumentos valiosos para uma educação comprometida com a humanização dos indivíduos.

Os intelectuais russos e a formulação de modernidades alternativas: um caso paradigmático?

Revista Estudos Historicos, 2006

J á de algum tempo tem sido comum, e aconselhável, iniciar conferên cias ou a apresentação de textos com uma tentativa de esclarecimento das razões do autor, premissas e propósitos, para que a avaliação crítica de leitores e ouvin tes possa ganhar em amplitude e profundidade. O interesse pelas modernidades alternativas enraíza-se em questões e dilemas propostos por desafios atuais. Presenciamos todos, desde os anos 70 do século passado-alguns caracterizam o processo desde os anos 60, e mesmo a par tir dos anos 50 (cf. Cardoso, s.d.: 249-275)-, um processo de revolução científi co-tecnológica, também chamado por muitos de globalização, que abriu, em es cala mundial, um período de grande instabilidade, assinalado por profundas Nota: Daniel Aarão Reisé professor titular de História Contemporânea e coordenador do Núcleo de Estudos Contemporâneos da UFF.

O estabelecimento das formas poéticas na Rússia: as experiências de Trediakóvski, Kantemir e Lomonóssov

RUS (São Paulo)

O presente artigo trata do estabelecimento da forma poética da literatura russa moderna. O artigo oferece um panorama aos debates e questões travados na primeira metade do Séc. XVIII e demonstra como a primeira geração da poesia russa optou pela adoção do sistema sílabo-tônico como previsto na Carta sobre as Regras de Versificação Russa de Mikhail Lomonóssov. Conjuntamente, as propostas anteriores para a padronização e prescrição da forma poética russa feitas pelo poeta Antiokh Kantemir e pelo poeta douto e tradutor Vassíli Trediakóvski serão investigadas de modo a oferecer em língua portuguesa um relato detalhado de tão importante momento literário para a Rússia.

Ensinar Filosofia na Coimbra do Século XVI: o caso dos ‘Commentarii Collegii Conimbricensis S.I.’ (1592-1606)

Há mais de quatrocentos anos um jesuíta de Coimbra, Sebastião de Morais, chegou a Parma acompanhando como confessor a futura esposa de Alexandre Farnese, D. Maria de Portugal. Ele foi durante alguns anos (1569-71) reitor do Colégio desta bela, histórica e elegante cidade, e dele, posteriormente nomeado primeiro bispo do Japão (Funay), disse Pedro Ribadaneira, ser um "uomo buono, dotto, prudente, amato dai fratelli e stimato di fuora (…) però maninconico, e inesperto, piu presto inchinato alla quiete degli studi che alla sollecitudine del governo" 1 . Evoco esta coincidência de Parma ter acolhido um mestre vindo de Coimbra, que em 1586, ainda enquanto Provincial, instava a que se dedicasse todo o tempo a entender mais e melhor o texto de Aristóteles (MP VII 600) 2 , com a circunstância de também em Parma e na corte dos Farnese haver estado aquele que foi talvez o humanista aristotélico mais criticado pelo Curso Aristotélico Jesuíta de Coimbra (CAJC), de que aqui tratarei, o bispo de Caserta No que se segue avançarei em três momentos, mas permitindo-me desde já testemunhar que optarei por uma aproximação mais sintética e menos analítica, em virtude do trabalho de Cristiano Casalini, Aristotele a Coimbra, que gostaria de saudar 4 . Assim, apresentarei o CAJC evidenciando o seu eclectismo ( § 2); de seguida, debruçando-me sobre o ensino e o seu sujeito, darei relevo à noção de ordem ( § 3); finalmente explorarei a ideia de ciência, o problema central do CAJC ( § 4).