Orsini - O problema da relacao todo partes na lógica da essência (original) (raw)
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O problema da relação todo-partes na lógica da essência de Hegel
Veritas (Porto Alegre), 2020
O objetivo do meu artigo é apresentar a relação todo-partes no contexto da Doutrina da Essência (1813) de Hegel. Depois de ter indicado sucintamente a variedade de contextos em que essa relação ainda está debatida hoje em dia, tanto fora como dentro da interpretação da filosofia hegeliana, analisarei o contexto específico da primeira subdivisão (A.) do terceiro capítulo (“A relação essencial”) da segunda seção (“O aparecimento”) da obra referida, analisando o argumento do texto e contextualizando o significado da Observação anexa. A relevância deste ensaio consiste em promover uma compreensão precisa de um par conceitual usado muitas vezes como um passe-partout hermenêutico para defender ou combater a filosofia de Hegel com base na suposta defesa hegeliana da primazia do todo sobre as partes. A tese (negativa) da lógica da essência é que tanto a primazia das partes sobre o todo como a primazia do todo sobre as partes são posições insustentáveis. Por fim, o argumento para essa tese e...
O problema da comunicação entre as partes da alma em Platão
Resumo: Partindo da aceitação da proposta platônica de que a alma consta de três partes, procuraremos compreender o modo no qual, na interioridade da psyché de quem é "senhor de si mesmo", a razão transmite eficientemente seus conselhos e ordens aos elementos inferiores e estes, por sua vez, os recebem e reagem a eles dando origem à ação virtuosa. Revisaremos em primeiro lugar a resposta a este problema que se apoia (i) na receptividade das partes não-racionais às imagens sensíveis e (ii) na ideia de que a razão é capaz de criar imagens deste tipo, "carregadas" do conteúdo a transmitir sob a forma do sensível, e fazê-las acessíveis aos elementos inferiores no interior da própria alma, os quais, em concordância, podem ser vistos como dotados de uma cognição nãoracional que os torna receptivos a tais influxos (Lorenz). Em seguida, consideraremos o caso do acrático, tomando como linha guia o seu conflito motivacional (stasis) e considerando (iii) a terminologia platônica da domesticação como uma alternativa frente à da persuasão, investigando como o uso da força pode derivar na modificação da conduta e no controle da torrente pulsional. Observaremos aqui o conceito de hábito...
Orsini - O projeto hegeliano de uma filosofia livre de pressuposições - Kriterion
The aim of my article is the clarification of four distinctive characters of Hegel’s system as a project of a presuppositionless philosophy. I will reconstruct the connection among the following features of the operative concept of presuppositionlessness: in the first place, the immanence of the real in the objective thinking; in the second place, the integration of pyrrhonian or ancient skepticism into the scientific way of exposition of thinking; in the third place, the configuration of the logical element in terms of an inner circulation; in the fourth place, the subversion of the ordinary understanding of the couple ‘abstract-concrete’. This reconstruction allows me to argue for some conclusions relevant for the understanding of the ambitions of the Hegelian speculative project. In the first place, presuppositionlessness can be confirmed as a scientific proof only if the subversion of the commonsensical distinctions between abstract and concrete succeeds. In the second place, the proof of the immanence is scientific insofar as it shows the necessary intertwinement of the ontological aspect with the epistemological aspect of the system, making it invulnerable to radical skeptical objections. In the third place, the system is by no means reducible to the structure of the Encyclopedia, since this is only a didactic support for the presentation of the system, whose true meaning can be attained only by the more and more concrete organization of the syllogisms of the idea of philosophy.
Possest: indicações para se pensar a relacionalidade do princípio em Nicolau de Cusa
2014
EnglishWe hope to achieve with the term possest one name, like other divine names, leading to the understanding of the principle. In this case, more specifically, we believe that possest indicates as enigma, the trinity of principle and further speculates that leads to the nexus that shows how key element to understanding this same unitrinity and, therefore, the idea of the first principle in itself is relational. Among all cusanus works the term “possest” only appears in three texts called “late period”. Appears on De apice theoriae (1464) probably the last work written by Nicholas of Cusa. In turn, the De venatione sapientiae (1463) the possest will be the second field, immediately after and before the learned ignorance of non aliud, which takes hunting wisdom. The themes taken up in De venatione sapientiae been deeply addressed in De possest (1460) that constitutes as a “trialogue” between Nicholas of Cusa , Bernardo of Krayburg, chancellor of the Archbishop of Salzburg, and John...
Sobre a (in)completude e os aspectos existenciais na obra “A parte que falta” de Silverstein
Revista DIAPHONÍA, 2021
A estilística de vida move as linhas do presente trabalho, considerando a arte um subterfúgio reflexivo e político, possível de sustentar os diversos sentidos para o existir. Com base na literatura, como uma expressão da arte, em interface com a Psicologia, buscamos compreender o projeto de completude da personagem em A Parte que Falta, obra de Silverstein (1976/2018). O vazio torna-se uma questão que permeia os (des)encontros humanos com a liberdade, a situação, o outro e a reciprocidade. Em um viés existencialista, Jean-Paul Sartre (1943/2015) ampara uma compreensão da leitura a partir do método fenomenológico, destacando todo o desvelar do conhecimento em seu curso, nunca determinado, em constante vir-a-ser. O projeto de completude surge por um incômodo da personagem devido a sua condição corpórea ao passo que ser completa em seu imaginário era sinônimo de realização, entrementes, ao completar-se, ela experiencia o caráter de em-si, um engodo hermético ao mundo, percebendo o vazi...
A questão do dualismo e da linguagem em Bergson
Outra margem revista de filosofia , 2017
RESUMO: O objetivo central neste artigo é trazer à tona o debate sobre a questão da linguagem na filosofia de Henri Bergson. Para tanto, traçaremos nosso percurso a partir do notório estabelecimento da diferença de natureza entre espaço e tempo e o consequente reconhecimento das duas esferas da subjetividade. Ao apresentar a problemática do dualismo na subjetividade e a cisão entre nossa consciência e o objeto, Bergson tem como querela a dificuldade da linguagem abstrata e espacial em apreender a realidade da duração do nosso eu mais profundo.
Subjacente e Forma na Teoria Aristotélica da Ousia
Cadernos de História e Filosofia da Ciência, 2003
This paper scrutinises the difficulties in Aristotle's argument in Metaphysics VII.3 and seeks to reconcile the two perspectives by which Aristotle seems to define ousia – as the underlying thing (hupokeimenon) and as form (eidos). Este artigo analisa as dificuldades do argumento de Aristóteles em Metafísica VII 3 e procura conciliar as duas perspectivas pelas quais Aristóteles define a ousia, como subjacente (hypokeimenon) e como forma (eidos).