Resultados preliminares de um projeto sobre a ecologia dos flebotomineos vetores de leishmaniose tegumenar no estado da Bahia (original) (raw)

1996, DOAJ (DOAJ: Directory of Open Access Journals)

São apresentados resultados preliminares de um projeto sobre a ecologia dosflebotomíneos, vetores de leishmaniose tegumentar, numa área de plantação de cacau no sul do Estado da Bahia, Brasil. Nesta área existem 60 casas, afastadas entre si, onde vivem 229 habitantes e 31 cães. Entre os moradores, 45% tinham reação de Montenegro positiva; destes, 8,8% eram portadores de úlceras em atividade e 37% de cicatrizes de úlceras. D os cães, 22% eram soropositivos. D os 7 cães com úlceras, apenas 3 eram soropositivos. Em 14% das casas inspecionadas, foram encontradosflebótomos. Durante dois anos, 72 hamsters foram mantidos como sentinelas em casas de pacientes com úlceras leishmanióticas, porém nehum adquiriu a infecção. Foram coletados e identificados 5.614 exemplares de flebótom os pertencentes a 14 diferentes espécies. Entre estas, Lutzomyia whitmani (92%) e Lutzomyia interm edia (4,8 %) eram as espécies mais abundantes. Esses flebótom os, muito antropofílicos, podiam ser encontrados dentro das casas e nas suas periferias e são provavelmente, os principais vetores da doença no ambiente doméstico. As outras 12 espécies eram menos frequentes e mais encontrados em ambientes silvestres, onde também picavam o homem. A maioria das espécies começava a aparecer às 17 horas, no crepúsculo, e alcançava sua densidade máxima às 24 horas, quando declinava até desaparecer às 6 horas da manhã. L. whitmani em todas as fa ses lunares fo i capturada com a mesma densidade, enquanto L .intermedia fo i mais abundante durante a fa se de lua nova. Centenas de flebótom os coletados mensalmente durante o segundo ano de observações, permanecem preservados em nitrogênio líquido, aguardando o ajustamento de técnicas de PCR para a verificação da taxa de infecção natural desses vetores p o r leishmânia. Os resultadosfinais de todo o projeto serão publicados tão logo seja examinado esse material. Palavras-chaves: Flebotomíneos. Vetores de leishmaniose tegumentar. Ecologia. Infecção natural. Transmissão.