Na sombra do Quadrado Negro (original) (raw)
Related papers
Revista Brasileira de Ensino de Física, 2020
A mais comentada imagem científica em 2019 foi a imagem de M87*, buraco negro supermassivo central da galáxia Messier 87. A partir da observação da colaboração Event Horizon Telescope, fomos capazes de ver um buraco negro. Na verdade, a famosa imagem mostra-nos a sombra de M87*. Neste artigo, será introduzido o conceito de sombra de um buraco negro e indicada a sua importância para pesquisas nas áreas de gravitação e cosmologia.
Cadernos de Estudos Culturais, 2023
Resumo: Na descolonização racial moderna, estranhar pele, reconhecer a diferença e criar uma identidade não-branca é um processo de descarrego e despacho. Apresentamos impasses da construção identitária de um corpo negro ancestral, que em sua gênese diaspórica, sofreu atrocidades pelo sistema escravista por séculos até hoje. Mas, não sem resistência e reencontro com ancestralidade, de onde emana potência e tecnologia preta para desfazer males e caminhar em novas direções. Partimos da visão de Franz Fanon, elucidando o cenário colonial danoso às subjetividades em termos da psique dos corpos atingidos pela perversão da colonização-negação da construção ontológica do ser negro. No estado de ser, na manifestação da existência, abre-se uma brecha epistemológica com desconstruções paradigmáticas pós-modernas para qual o corpo negro ocupa uma zona de não-ser: a encruzilhada. Caminhos são abertos para uma reviravolta epistêmica e uma forma poética de descarrego colonial de toda má sorte despejada sobre os corpos negros.
Memórias Cativas de um Triângulo Negro
OPSIS, 2010
Este artigo pretende discutir 0 This article intends to discuss the processo de apagamento da process of the black people participa<;ao dos negros na participa tions extiction in the conforma<,:iio da sociedade estabelecida formation of 'Triiingulo Mineiro' no Triiingulo t.fineiro evidenciando society. It is showing evidence of as articula<;6es entre os projetos signs between political projects made politicos, levados adiante pelas elites by the power local elite and the locais, e a produ<;ao historiografica. historical production.
InfoDesign - Revista Brasileira de Design da Informação, 2013
Embora a educao de pessoas com deficincia venha recebendo ateno crescente nas ultimas dcadas, muito pouco se tem encontrado, quando o mote da incluso refere-se ao desenvolvimento de Ambientes Virtuais de Aprendizagem Inclusivos (AVA-I). Nesse cenrio, trata-se neste artigo da educao de pessoas com deficincia visual sria ou cegueira total, e a incluso digital destes, a partir do ensino via AVAs inclusivos. Essa tarefa importante e complexa ampliada quando o tema a ser abordado trata da geometria. O artigo aborda um projeto em desenvolvimento que visa levar a geometria plana e tridimensional a estudantes com deficincia visual atravs de um AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem), trazendo conceitos, tcnicas e contedos por meio de recursos hipermiditicos, adaptando-os aos conceitos da acessibilidade e do Desenho Universal. Os resultados obtidos na pesquisa so aqui tratados com detalhes, incluindo as estruturas que originam as telas do Ambiente Virtual, bem como a fundamentao que apoia as ...
Na Encruzilhada da Maternidade Negra
2019
Resumo: O presente projeto nasceu a partir de mulheres negras pesquisadoras que em 2018 se encontraram na encruzilhada da maternidade, através do lugar que ocupam trataram de questionar os aspectos colonialistas que regem a experiência materna brasileira. No Brasil, a categoria "mãe" foi intuída socialmente de forma a contribuir à formação da civilização masculinista branca impondo ao corpo feminino negro a domesticidade, o adestramento e a exploração de sua fertilidade, trabalho e lactação. Assegurando os interesses da Igreja, do Estado e da Família branca colonial, a maternidade e a domesticidade negra foi um projeto de Estado essencial para a perpetuação dos interesses da colônia. Assim, compreendendo que a colonialidade do poder se perpetua tornando a sociedade brasileira estruturalmente e sistematicamente desigual na qual as opressões de gênero, raça e classe se intercruzam, buscaremos analisar como o processo de normatização da família cristã e o regime escravocrata através de suas ressonâncias históricas incidem sobre o cotidiano de mães negras. A perspectiva deste trabalho é a de realizar a partir do estudo de intelectuais negras, uma análise sobre as complexidades e especificidades que atravessam a maternidade da mulher negra à luz do Feminismo Negro e utilizando como eixo norteador o Feminist Standpoint Theory de Patricia Hill Collins.
Revista Desassossego, 2015
Ele cruzou a praça até a Rua Antonino, viu as torres. Ainda era possível reencontrar Denny e a turma, a galera, vez ou outra. Todo mundo reunido no Café Art Bar, nas mesas amarelas da P2. É beber e conversar besta. Agora que não temos mais shows, fiquemos à mercê de birita barata, moscas, chuva e mosquitos-cheirando o dedo. A luz do poste queima muito mosquito sem juízo, atraídos pelo calor, contraste com a chuva, porque aqui não tem onde se proteger. O vinho barato, quando derrama na mesa, gruda e é pegajoso, atrai moscas. A merda é
Outrora – Revista da Graduação de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2018
Antes da aplicação e sistematização da Lei 10.639/03 – a qual visa instituir a obrigatoriedade dos conteúdos de História e Culturas Afro brasileira e Africana nos currículos de todos os níveis de ensino do país – ainda no século XX, muitos intelectuais negros já questionavam as maneiras pelas quais a população negra era representada na literatura, nas artes e sobretudo, midiaticamente. Levava-se em consideração o histórico recente das teorias racialistas que perpassaram desde o fim da abolição, os debates políticos e intelectuais que, de modo direto, subalternizaram e desumanizaram os africanos e seus descendentes no país.
Literatura e Sociedade
A divisão entre submersos e salvos revela-se a divisão-chave da visão de mundo de Primo Levi. O “submerso interno” (Di Castro) presente em todo sobrevivente se desdobra no submerso como Doppelgänger, uma voz interna que impulsiona o testemunho e que no escritor encontra sua representação narrativa, oscilante entre a metáfora da ameaça de uma sombra persecutória (presente na produção poética) e a personagem do amigo-duplo Alberto, companheiro desaparecido.A urgência do testemunho se desdobra na questão de como representar os submersos, os únicos que desceram até o fundo e poderiam devolver um testemunho realmente integral. Contudo, o escritor encontra uma “palavra sobrevivente” (Derrida) para aprofundar as facetas da vergonha, interrogar os fantasmas da culpa e delinear a “zona cinzenta”. Diante desta ferida insanável, Levi recusa a ideia de um privilégio merecido, nem precisa do conforto de uma providência divina: vários fatores contribuíram à sua salvação, mas as forças que operam ...
2010
, que me orientou neste estudo, pela sua constante atenção e aconselhamento, à disponibilidade e paciência com que leu e releu os vários momentos do trabalho e, sobretudo, ao modo exigente mas muito receptivo em relação à minha abordagem aos temas filosóficos através da arte. Gostaria, ainda, de agradecer ao Francisco Tropa pela sua visita particular a propósito das obras pertencentes à Fundação Caixa Geral de Depósitos e donde também se falou dos desenhos de areia expostos na Galeria Chiado 8. Dessa longa conversa começou a desenhar-se a moldura deste trabalho. À Doutora Ana Vasconcelos pela oportunidade que me deu de estudar as obras de Ana Hatherly pertencentes à Fundação Calouste Gulbenkian-Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão e pelo contacto com a artista. À artista Ana Hatherly pelo breve, mas intenso, encontro, onde pude, sobretudo, privilegiar da sua força. Quero ainda agradecer à Emília Pinto de Almeida por me facultar o seu estudo sobre o poeta Francis Ponge e por me oferecer o catálogo, com texto seu, sobre Ângelo de Sousa. Agradeço, ainda, à RE.AL, onde trabalhei durante quinze meses e que me possibilitou ver a peça I am here várias vezes, para além, obviamente, do contacto diário com o coreógrafo e bailarino João Fiadeiro. Ao arqueólogo André Santos pelas informações úteis sobre as grutas de Cueva El Castillo. Por fim, ao Fernando pela sua infinita paciência na última revisão e também a ele e à minha família pelo seu apoio. À Ritinha (†). Pelo meio ficam os anónimos 'homens das cavernas' dos quais somos imensamente devedores.