O urbano como antinacao para entender a crise das metropoles brasileiras (original) (raw)
Como retomar um projeto de desenvolvimento que contemple a reforma urbana e o direito à cidade? Buscamos esboçar um marco teórico-analítico compatível com essa possibilidade, entendendo que as cidades brasileiras podem funcionar como vetores da reconstrução da nação, após o período recente de sucessivas crises, com destaque para a crise urbana. Propomos adotar horizontes amplos de investigação dos “problemas urbanos”, sustentando que eles devem ser considerados à luz da forma histórica contemporânea da dependência e das circunstâncias abertas com o golpe de 2016, que impôs uma inflexão ultraliberal ao País. Defendemos, por fim, que, após esse golpe, o “caráter antinacional do urbano” foi radicalizado e que sua compreensão pode se beneficiar do resgate do debate sobre a urbanização dependente. How can we resume a development project that embraces urban reform and the right to the city? We seek to outline a theoretical and analytical framework consistent with this possibility, understanding that Brazilian cities can function as vectors for the reconstruction of the nation after the recent period of successive crises, especially the urban crisis. We propose adopting broad horizons for investigating “urban issues”, arguing that they should be considered in the light of the contemporary historical form of dependency and in view of the circumstances emerging from the 2016 parliamentary coup d'état, which imposed an ultra-liberal inflection on the country. Finally, we argue that, after this coup, the “anti-nation” nature of the urban was radicalized, and the return of the debate on dependent urbanization can help its und erstanding.