A Vida é um Jogo (original) (raw)
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2023
Uma pergunta simples: a vida é um jogo? A vida é algo que disputamos, em que há vencedores e perdedores? Acredito que não, mas que talvez a vida esteja se tornando um jogo. Ou que talvez ela seja um jogo que eu jogue sem saber. Eis um quebra-cabeça de minhas ideias, agora formando uma imagem maior e mais abrangente que o universo narrativo: o lúdico. O lúdico existe antes do outro, antes da história/escrita, não é exclusivamente humano. Está na base pré-verbal da atividade cognitiva. Os jogos aqui eram ritualizações das narrativas, memória e atualização das crenças arcaicas. Com a escrita e a história, há uma domesticação do brincar pela necessidade de atenção contínua, surgem as regras e os jogos. O lúdico passa a ser mais competitivo e se configura como uma estratégia de poder. Os jogos passam a sublimar conflitos e se tornam jogos de poder. Então se, por um lado, o jogo foi sendo progressivamente domesticado pelo poder e suas narrativas; por outro, o lúdico permaneceu parcialmente selvagem (a incerteza lúdica) e absorveu a estrutura linguística e cultural que o enquadrava. E agora, na pós-história? O lúdico se tornou 'gamificação'? A gamificação das práticas sociais ameaça a democracia como método de decisão coletiva?
Revista Linguagem em Foco, 2020
A transposição de elementos característicos do jogo para o ensino de línguas, definida como gamificação, tem despertado o interesse dos pesquisadores da área, que veem nessa transposição uma maneira de promover a motivação, envolvimento e empenho do aluno. O objetivo deste estudo é investigar quais são os elementos dos jogos que podem ser redirecionados para a educação com possibilidade de propiciar os melhores resultados. Para isso, usamos como metodologia uma revisão narrativa ampliada de estudos anteriores sobre gamificação e design responsivo na tentativa de chegar à gamificação responsiva, procurando identificar os elementos lúdicos mais responsivos aos recursos disponíveis no contexto de ensino, aos objetivos do ensino de línguas e às preferências e estilos de aprendizagem dos alunos. Após a análise e reflexão dos dados gerados por esses estudos, os resultados mostraram uma diferença significativa entre elementos lúdicos periféricos, com pouco impacto na motivação do aluno, e ...
2017
Partindo de uma abordagem multidisciplinar, o volume tem por base a questionação do jogo no âmbito dos Estudos sobre o Imaginário. Os vários contributos que compõem o livro refletem sobre a noção de jogo nas suas múltiplas valências (manifestação cultural, imaginário lúdico, espaço relacional, manifestação da ordem, projeção lógica, sistema de regras, relação com o Real, com o Outro, com o Cosmos…) e com base em distintas áreas disciplinares (Psicanálise, Antropologia, Sociologia, Estudos Literários, Matemática, Filosofia).
“A vida é um jogo”: o jogo discursivo no gênero videogame
Signótica
Investigamos, neste artigo, o videogame como produção discursiva mediada pelo uso que a linguagem assume nas diversas esferas por onde circula o sujeito linguageiro. Portanto, centralizamos nosso percurso nas teorias do círculo bakhtiniano e seu conceito de gêneros discursivos (BAKHTIN, 2011), em confluência com teorias de letramento(s) advindas da Linguística Aplicada. Tomamos o jogo The Sims 4, da Electronic Arts, como objeto de investigação e, partindo da análise de concepções acerca do videogame, delimitamos traços indispensáveis a qualquer gênero discursivo, assim, abrindo espaço para futuros estudos nessa direção.
wwwusers.rdc.puc-rio.br
Este texto é uma reflexão sobre o contexto social do planeta no início dos anos oitenta e a animação produzida para cinema e jogos eletrônicos. O filme Tron é um marco do início de uma expressiva parceria entre o cinema, os jogos eletrônicos e a computação gráfica.
Revista Sísifo, 2023
Este artigo parte de uma distinção entre os conceitos de brincadeira e jogo como esboçada pelo antropólogo David Graeber em suas discussões a respeito da lei, da ordem e da burocracia. Expomos e analisamos a distinção em seu caráter filosófico, atinente à questão do respeito ou da transgressão às regras, em seus aspectos epistemológicos e políticos, recorrendo a diversas outras fontes para discutir sua pertinência e explorar experimentalmente sua fecundidade. Porém, a análise do problema nos leva a um impasse na definição dos termos, uma vez que as categorias parecem deslizar umas às outras de forma imprevisível. Após reconhecer a presença simultânea da brincadeira e do jogo nas atividades humanas, encontramos o próprio uso da linguagem como jogo/brincadeira paradigmático. Finalmente, discutimos brevemente como consequência qual ou quais seriam as disciplinas próprias a tratar desses conceitos e dessas discussões, uma vez que elas parecem desafiar a lógica Palavras-chave: Jogo. Brincadeira. Regra. Ordem. Linguagem. Abstract: This article starts from a distinction between two concepts of play as outlined by the anthropologist David Graeber in his discussions of law, order and bureaucracy. We expose and analyze this distinction in its philosophical character, amounting to the question of respect or transgression of rules, in its epistemological and political aspects, drawing on several other sources to discuss its pertinence and experimentally explore its fruitfulness. However, the analysis of the problem leads us to an impasse in the definition of terms, since the categories seem to slide into each other in an unpredictable way. After recognizing the simultaneous presence of both conceptions of play in human activities, we find language’s usage as the paradigmatic game/play. Finally, we briefly discuss, as a consequence, which discipline(s) would be appropriate to tackle these concepts and discussions, since they seem to defy logic. Keywords: Game. Play. Rule. Order. Language
PLAY VICENTE. A VIDA EM JOGO. Todos vós, que amais o trabalho selvagem e o rápido, o novo, o estranho, suportai-vos mal a vós mesmos, a vossa diligência é fuga e vontade de esquecimento do vosso próprio ser. Se acreditásseis mais na vida, lançar-vos-íeis menos no instante. Mas não tendes em vós conteúdo bastante para a espera -e nem sequer para a preguiça! Friedrich Nietzsche Este texto é um jogo. De toca e foge com o seu fado (a leitura). Há um conjunto de temas que articulo sob o mote O jogo da Glória (ou a Vida na óptica do utilizador). Para que a metaforologia funcione, para que revele o poder da analogia e uma perspectiva crítica face ao mundo que nos rodeia, disponho tópicos numa determinada axiologia. Possa o diagrama aqui mais abaixo, como num jogo de estratégia, explicitar a mecânica do argumentário.