FLAVIO JOSEFO - Um compêndio. Minha tradução (original) (raw)

O FILEBO: PRAZER E INTELECTO EM CONFRONTO

RESUMO O diálogo Filebo, durante muito tempo, foi deixado de lado pela tradição dos estudos platônicos por ser um diálogo tematicamente complexo, tendo em vista a sua aparente falta de unidade, o que levou a tendência dos intérpretes e comentadores, seja na Antiguidade ou nos dias atuais, a se concentrarem em apenas um dos aspectos da obra: o metafísico ou o ético. No entanto, nos últimos trinta anos, o interesse por esse diálogo reviveu com força e a sua pertinência para uma compreensão mais global do pensamento teórico de Platão foi finalmente reconhecida. O presente artigo pretende introduzir o leitor nas questões centrais do diálogo e problematizar as controvérsias em torno do mesmo: Seria a vida dedicada ao prazer e/ou a vida dedicada à reflexão centrais para a constituição de uma vida feliz? Ou seria uma mescla entre essas duas vidas? Qual a relação dessa escolha com a questão teleológica do Bem em Platão? Palavras-chave: Filebo; diálogos socráticos; Prazer, Intelecto e o Bem. O diálogo Filebo de Platão, pela sua complexidade temática e beleza, provocou tantos questionamentos na Antiguidade como suscita ainda nos dias atuais, ao partir de uma questão simples, mas assaz relevante: se o prazer e os seus congêneres são bons ou o Bem; ou, ao invés, se o Bem se constitui na reflexão e nas atividades relacionadas com a mesma; ou talvez, o bem seria uma terceira via, uma espécie de amálgama entre os dois. Não menos interessante do que o tema, do ponto-de-vista formal, a sua estrutura dialógica traz a lembrança os primeiros diálogos socráticos em que o élenkhos, em sua dinamicidade, põe em movimento o argumento central e segue, à risca, a via da dialética, convidando os primeiros receptores1 e os leitores modernos a se engajarem de um modo ativo no debate. Antes de tudo, o diálogo é uma contenda dramática entre prazer e reflexão no qual outras questões relacionadas vão sendo entrelaçadas como: a questão do Uno e do Múltiplo-como se pode chamar por um único nome genérico, prazer, uma multiplicidade de prazeres aparentemente dessemelhantes entre si e o mesmo argumento poderia servir para os conhecimentos; outra questão surge em decorrência dessas, a necessidade de se estabelecer categorias ontológicas para definir o prazer e as atividades relacionadas à reflexão, a saber, o limite, o ilimitado, a mistura e causa da mistura; e, ainda, como tudo isso se relaciona com o projeto ontológico de Platão a respeito do Bem.

A IMPORTÂNCIA DE JOSEFO PARA A INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

Resumo: Muitas pessoas já ouviram falar de Josefo, mas poucas pessoas conhecem as suas obras e a contribuição que estas trazem para a interpretação da Bíblia. Este artigo tem como objetivo fazer uma exposição da figura desse historiador judeu, apresentando uma sinopse de sua vida assim como de suas obras literárias. Serão analisadas brevemente algumas passagens nas quais ele cita personagens bíblicos famosos tais como João Batista, Jesus, Tiago, e a contribuição que esses escritos trazem para uma maior compreensão das Escrituras. Abstract: Many people have heard about Josephus, but few know their works and the contribution that they bring to the interpretation of the Bible. This article has as its goal to make a figure exposure this Jewish historian, presenting a synopsis of his life as well as his literary works. Will be briefly analyzed some passages in that he quote famous biblical characters such as John the Baptist, Jesus, James, and the contribution that this writings bring to a major comprehension of Scriptures.

AS PALAVRAS E AS TAREFAS DO FILÓSOFO

Há uma história da filosofia do século XX que pode ser contada a partir das relações entre a França e a Alemanha, entre a filosofia francesa e a filosofia alemã, suas traduções, seus equívocos, desvios, desentendimentos. Para esta história, se pode eleger inúmeros personagens, pensadores, ângulos, momentos. Heidegger e Sartre, Husserl e Merleau-Ponty, Nietzsche e Deleuze, Nietzsche e Foucault, Hegel e Lacan são alguns dos pares pelos quais se dá a relação entre o pensamento francês e o alemão. Pretendo tomar o filósofo franco-argelino Jacques Derrida e o filósofo alemão Theodor Adorno como mais um exemplo dessas ligações entre a Alemanha e a França no século XX a fim de discutir um dos pontos de contato entre a teoria crítica e o pensamento da desconstrução: a questão da linguagem. Para este percurso, parto de um pensador – Walter Benjamin – cujas passagens entre a Alemanha e a França marcaram de tal forma sua obra que acaba por ser difícil localizá-lo de um lado ou de outro do rio Reno. Parto sobretudo de uma pergunta de Derrida que me inspira a tentar transitar entre franceses e alemães: por que não reconhecer, clara e publicamente, as afinidades entre desconstrução e teoria crítica? A questão orienta esse artigo, a partir da dupla ligação que Derrida estabelece com Benjamin e Adorno,fazendo disso o que estou chamando das tarefas do filósofo: dizer sim ao sonho, sem dizer não à filosofia. Se Benjamin, Adorno e Derrida puderam dizer sim ao sonho, sem dizer não à filosofia, o fizeram, cada um ao seu modo, em função de experiências de pensamento que se dão mais em dúvidas que em certezas, mais em instabilidade que em segurança, mais em instantes que em permanências, mais em sonhos que em vigílias.

O CONFLITO DAS FILOSOFIAS 1

1. "Eu afirmo que a Verdade é tal como a escrevi: cada um de nós é medida das coisas que são e das que não são, de mil modos entretanto um do outro diferindo, por isso mesmo que, para um, umas coisas são e parecem, mas outras, para outro." (cf. Platão, Teeteto 166d). Dessas palavras, proferidas por Sócrates em nome de Protágoras na famosa Apologia de Protágoras contida no Teeteto, não creio seja incorreto dizer que elas antecipam, de algum modo, na história do pensamento, a reflexão crítica sobre o problema de que nos vamos ocupar. E é verdade, entretanto, que, ao constatar o conflito das opiniões e das verdades dos homens umas com as outras, ao procurar mostrar que o verdadeiro é sempre, para cada homem, o que tal lhe parece e o que como tal, portanto, assume e propõe aos outros, Protágoras não visava especificamente as oposições e divergências que dividiam o pensamento filosófico anterior ou contemporâneo; conforme a sua doutrina, ao contrário, tal diferença de perspectivas sobre a verdade e o saber não configuraria mais do que um caso particular da infinda e irredutível diversidade das opiniões humanas. Mas também é certo que, reduzindo dessa maneira a Verdade às verdades particulares, o conhecimento certo às certezas de cada um, Protágoras desqualificava resolutamente a oposição parmenidiana entre o verdadeiro saber do Ser e as dóxas brotéias, as opiniões dos mortais que não se alçaram à sabedoria 2 : é a segunda parte do poema de Parmênides que triunfa sobre a primeira. E, ao mesmo tempo, repelia a condenação heraclitiana da maior parte dos

O CASO DE JOSEFO CAMILO

Este texto conta (e guarda, enfim) o caso de Josefo Camilo -fundador da Academia de Letras de minha cidade natal, Governador Valadares. Tudo o que houver aqui devo a quatro pessoas: Marivalda de Souza Antunes, Marli Glória Afonso Lima, Gervásio Ferreira Alves e Leolito Cabral Marinho. Os mais lúcidos sabedores dessa estória que há décadas vem se talhando e tramando e tecendo e retalhando e entretecendo oralmente em meu município.

ESPINOSA: FILÓSOFO DA POTÊNCIA - ed. Apolodoro

Prefácio Desde 2008 o Grupo de Pesquisa Estudos do Idealismo (GPEI) realiza reuniões de leitura, abordando textos clássicos da filosofia moderna. Até meados de 2017, nosso foco era a abordagem de textos relativamente curtos, que pudessem ser lidos integralmente em um único semestre, com reuniões semanais. Opúsculos do jovem Kant, Hume, Leibniz, entre outros autores célebres da filosofia moderna, passaram pelo grupo em sua primeira década, até escolhermos, em 2017, de forma um tanto fortuita e aleatória, o Tratado da emenda do intelecto de Espinosa, uma vez que, até então, esse importante filósofo moderno não havia ainda sido contemplado em nossas leituras. Aquela que seria, no entanto, apenas mais uma relevante obra da modernidade a ser lida, dentre outras, acabou por se tornar um verdadeiro divisor de águas dentro do grupo, pois sua leitura causou, por vários fatores, um impacto bastante forte em todos nós, e colocou uma série de questões que, para serem abordadas de forma mais detida, necessitavam ser examinadas em outros textos espinosanos. Tomamos então uma decisão relativamente ousada que pela primeira vez exigiria muito mais que um único semestre de dedicação: a leitura Ética. Durante três semestres, em reuniões semanais, nos debruçamos sobre a obra maior de Espinosa. Ao longo desse período, quatro pesquisas de estudantes foram gestadas, resultando em quatro bem-sucedidas dissertações [...]

COLEÇÃO CONCEITOS-CHAVE EM FILOSOFIA

Filosofia *N. de T. No original felicity, felicitous, distinto de happyness, que, em contextos diferentes, poderiam ser traduzidos por felicidade", aqui, julgada inapropriada.

Josefo e o suicídio

Anais do VIII Seminário de Pesquisa de Pós-Graduação em História UFG/PUC-GO/UNB/UFG-Catalão. Goiânia: PUC-GO, p. 76-86, 2015

A Tradução Da Morte De Khadafi

Belas Infiéis, 2012

A questão de o jornalista desempenhar, também, o papel de tradutor dos fatos noticiosos não é algo que muitos profissionais do meio jornalístico consideram; porém, Zipser (2002), através de sua pesquisa, constatou que realmente existe essa interface tradução-jornalismo. Nesse sentido, este artigo tem por objetivo demonstrar, por meio de duas reportagens, uma pertencente à BBC UK e a outra à BBC Brasil, como tal relação ocorre. Primeiramente, escolheu-se reportagens pertencentes ao mesmo meio de comunicação, no caso jornal on-line, e que noticiassem o mesmo acontecimento – a primeira notícia da morte de Khadafi. Em seguida, com base nos trabalhos de Nord (1991) sobre o funcionalismo na tradução e de Zipser (2002), fizemos as análises das reportagens. Assim, foi possível verificar como a “representação cultural” (Zipser, 2002) e o público leitor influenciaram na forma de redação da mesma notícia em países distintos, levando em consideração o jornalista-tradutor.