Arte e estética indígena: povos canela ramkokamekrá (original) (raw)

2019, DOAJ (DOAJ: Directory of Open Access Journals)

RESUMO O artigo apresenta resultados preliminares de plano de estudos de iniciação científica do projeto de pesquisa "Estéticas indígenas:artes visuais Canela e Ka'apor no Maranhão" que abrange o estudo de costumes dos povos indígenas Ramkokamekrá e Apanyekrá, conhecidos como "povos Canela", os quais residem na cidade de Fernando Falcão, no Maranhão, Brasil. Para tanto, realizou-se a análise bibliográfica sobre a produção das artes visuais deste povo e sistematização de dados de campo, realizados no ano de 2017. Para terem seus corpos fortalecidos, meninos e meninas, homens e mulheres, fazem diversos tipos de pinturas corporais, danças, cantos, ofertas de dádivas, em rituais que duram meses e se perpetuam através dos anos. Neste estudo, observou-se que a concepção de força e saúde dos povos Canela está relacionada à prática das festas e rituais, em que as expressões artísticas corporais possibilitam a perpetuação da vida. Palavras-chave: Canela. Ramkokamekrá.. Artes. Pintura corporal. O presente artigo é decorrente de pesquisa em iniciação científica do plano de estudos intitulado "Arte e estética indígena no Maranhão: povos Canela", orientado pela Prof.ª Dra. Larissa Lacerda Menendez, coordenadora do projeto de pesquisa "Estéticas indígenas: artes visuais Canela e Ka'apor no Maranhão", da Universidade Federal do Maranhão, que propõe o debate sobre estéticas indígenas contemporâneas com a intenção de discutir e dar visibilidade aos hábitos culturais dos povos indígenas. A difusão do conhecimento sobre a cultura dessas comunidades é uma importante ferramenta de valorização dessas populações e de produção de material didático e científico qualificado sobre as artes indígenas contemporâneas. Os Ramkokamekrá e Apanyekrá, grupos Timbira que habitam o estado do Maranhão, são grupos indígenas vulgarmente designados como "povos Canela" e habitam diversas aldeias localizadas nas proximidades da cidade de Fernando Falcão. São grupos falantes da língua canela, do tronco linguístico macro-jê e com organização social típica dessas sociedades, com grandes aldeias circulares e organização complexa estabelecida entre diferentes clãs. Este trabalho expõe os resultados parciais de pesquisa, acerca dos significados de rituais e da pintura corporal Canela através da análise bibliográfica realizada na obra Moços feitos, moços bonitos: a ornamentação na prática Canela de construir corpos bonitos e fortes, da autora Josinelma Rolande (2013) e reflexões feitas no Grupo de Estudos em Arte, Memória e Etnicidade, a partir de leituras de Gell (2005) e Velthem (2007), além de apresentar dados coletados na visita à aldeia Escalvado, em 2017, em um dos ciclos cerimoniais do ritual de iniciação masculina, o Pepjê.