O Humor Levado a Sério (original) (raw)

O Humor no Conhecimento

2014

Resumo: A situação epistemológica tradicional se define pela afirmação da privação humana com relação a valores superiores significativos. O reconhecimento desse estado original de privação da verdade exige a constituição de disposições psicológicas específicas para sua eliminação. Esse conjunto de disposições morais constitui o caráter sério. A situação contemporânea de intensificação da vida democrática afirma o valor incondicional da pessoa humana. Ela desloca o indivíduo para o centro dos valores, desmobilizando os dispositivos de reverência com respeito a instâncias supostamente superiores. Por isso, essa nova constituição cultural democrática exige a substituição das antigas disposições epistemológicas ligadas à seriedade. Ela requer a adoção de disposições epistemológicas humorísticas. Essas últimas são compreendidas como a contrapartida psicológica da adoção da crença no valor incondicional do homem e devem se tornar hegemônicas na proporção em que esse valor adquirir válida prática.

Humor na literatura surda

Educar em Revista, 2014

O artigo situa-se no contexto das atuais investigações no campo da educação de surdos, que, a partir de mudanças da legislação e do reconhecimento político da diferença linguística e cultural das comunidades surdas, vêm focalizando o estudo de produções culturais desses grupos. Seu objetivo é apresentar um recorte introdutório de estudo do humor em língua de sinais brasileira (Libras), especificamente a partir da análise de piadas que circulam nas comunidades surdas. Considerando a literatura como objeto estético e como construção intertextual, propõe-se a análise de uma piada circulante em Libras, em cinco versões diferentes. Conclui-se que o humor privilegia temas socialmente controversos e as diferentes versões da piada Leão Surdo aborda a diferença linguística e cultural, a inversão de olhares, através de cenas que apresentam as vantagens de ser surdo, a comunicação com ouvintes, bem como a língua de sinais como conhecimento determinante para o final (in)feliz da história. O ine...

Riso e as Relações De Poder Nos Textos De Humora

2013

O riso e um fenomeno cultural, nao rimos das mesmas coisas em diferentes coletividades. O riso se realiza como instrumento de catarse, permitindo a liberacao de energias reprimidas e recalcadas, revelando uma visao de mundo dos sujeitos na esfera cotidiana. Na sociedade ocidental, e possivel observar mudancas sobre as praticas em que se evidencia o riso, isto e, a escolha dos temas, a forma de sua realizacao, bem como na relacao dos interlocutores envolvidos nesta atividade. Os componentes provocadores do efeito risivel foram estudados profundamente por Bergson (1987), Bakhtin (1996) e Propp (1992). Estes autores demonstram como os aspectos comicos e humoristicos se organizam para criticar individuos, de uma forma particular, ou atacar valores ditados por uma instituicao social. A forma irreverente de lidar com realidade, presente no dominio discursivo humoristico que conhecemos hoje, esta estritamente ligada a manifestacao do riso na cultura ocidental da Antiguidade e da Idade Medi...

A Construção Do Humor Pelo Cancelamento De Implicaturas

PERcursos Linguísticos, 2015

O presente artigo situa-se no campo da Pragmatica. Buscou-se explicar a forma como o humor e construido a partir do cancelamento de implicaturas. Para tanto, o trabalho foi embasado na Teoria das Implicaturas de Grice (1989), e, consequentemente, utilizou-se dos conceitos de Principio de Cooperacao e Maximas Conversacionais, do mesmo autor, para dar suporte a analise. O trabalho analisou tirinhas publicadas em uma rede social. Como metodologia, foram apontadas as quebras das maximas conversacionais de cada tirinha analisada, a implicatura emergente da quebra, e como o cancelamento da possivel implicatura faz surgir o humor. Em alguns dos casos, a implicatura e feita pelo leitor, em outros por um dos personagens. Como resultado, pode-se perceber que ha, em todas as analises, uma mudanca de tipo de implicatura de convencional para conversacional. Essa mudanca, que nao e prevista pela Teoria, e a causadora do efeito humoristico das tirinhas justamente por representar algo inusitado.

O humor como quebra da convencionalidade

Revista Brasileira de Linguística Aplicada, 2005

Este artigo trata da relação entre a convencionalidade na língua e o humor. Para tanto, apresenta uma categorização de combinações consagradas, desde colocações a fórmulas discursivas, e discute como se prestam à criação do humor. Na qualidade de categorias convencionais, são combinações fixas ou semifixas "prontas para o uso" e decodificadas como um todo. O humor aqui apresentado é lingüístico e obtido pela manipulação/literalização dessas combinações, quebrando a expectativa do ouvinte/leitor. A estreita associação entre o domínio da convencionalidade e a fluência numa língua leva à não compreensão do humor pelo falante não fluente.

Algumas Considerações Sobre a Ironia e O Humor Em Temor

2011

O presente artigo procura discutir dois conceitos fundamentais no pensamento de Søren Kierkegaard-"ironia" e "humor". Esses conceitos foram apresentados pelo pseudônimo Johannes de Silentio, na obra Temor e Tremor, publicada em 1843. Além disso, este texto procura analisar o significado do movimento da infinita resignação e a figura emblemática do Cavaleiro da Fé.

Cultura e Humor

Este é o segundo livro com a mesma temática que escrevo. O primeiro foi muito bem aceite e espero que este também o seja. Em todas as páginas deste “Cultura e Humor” há muito menos de inspiração (essa reservada para outros estilos literários que cultivo) e muito mais de transpiração. Quase todo o livro é, como bem refere o prefaciador, Professor Doutor Luís Sobrinho, uma antologia. Antologia de documentos que me foram facultados pelos meus alunos ou que eu próprio encontrei e selecionei criteriosamente para me enriquecer e para retransmitir aos demais. Ninguém nasce ensinado. Tudo o que sabemos, aprendemos um dia. Cumpriremos melhor a nossa missão na terra se legarmos algo que breve se não perca ou dilua com o passar dos tempos. Tantos provérbios e ditos populares, por exemplo, correm o risco de se perderem e de não chegarem ao conhecimento das novas gerações! As grandes fontes de que me servi (como no livro anterior) foram a: wikipedia, internet, enciclopédia livre e as minhas obras literárias “A Arte de Comunicar” e “História e Poesia de Portugal”. 10 Qual o objetivo deste “Cultura e Humor”? Continuar a transmitir e a interagir com os meus alunos seniores e, mais recentemente, também em palestras escolares com as novas gerações para que se não percam ou fiquem diluídos na internet tantas das nossas tradições culturais (saberes e histórias sérias ou hilariantes) e do que importante nos foi legado pela humanidade em termos de cultura. Por fim, agradeço as palavras gentis e amigas do prefaciador, um “Senhor”, dos melhores cérebros da sua geração, sempre exemplar na sua modéstia e simplicidade e que tão bem transmite serenidade, confiança e felicidade a quem perto de si está. Ensina, trata e semeia alegria e boa disposição à sua volta. Por isso o escolhi para esta difícil tarefa. Obrigado, muito obrigado, primo… Luís Sobrinho!