A insustentável leveza do lítio. Energopolíticas da transição e conflitos de antecipação (original) (raw)

A insustentável leveza… das utopias

In TRIGUEIROS, Conceição et al (org.) Uma Utopia Sustentável (I Seminário Internacional da Academia de Escolas de Arquitectura e Urbanismo de Língua portuguesa, 19 a 23 de Abril de 2010. Lisboa: Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, 2010, pp. 70-84, 2010

O propósito deste texto é analisar a relação entre os termos apresentados por este Congresso – a saber, Utopia, Sustentabilidade e arquitectura e urbanismo no espaço lusófono. Procurará também determinar o lugar e a articulação desses termos no seio da Arquitectura, de acordo com a sua ontologia. A análise assim realizada será depois sintetizada em procedimentos de Projecto, consentâneos com essa ontologia.

Possibilidades e limites da transição energética publicado

Revista de Estudos Avançados, 2021

O presente artigo apresenta algumas das ideias desenvolvidas pela linha de pesquisa sobre ciência pós-normal e democratização do conhecimen- to do Projeto Temático Fapesp “Governança Ambiental no Contexto da Macrometrópole Paulista face à Variabilidade Climática”. A ciência pós-normal reflete essa ontologia em metodologias híbridas como forma de explicar fenômenos complexos como as mudanças climáticas e a necessária transição enérgica para fontes renováveis que mitiguem emissões de gases poluentes e de efeito estufa, e para uma vigorosa alteração do perfil de consumo que implique a redução da demanda energética. Os casos analisados atestam as dificuldades que os princípios da ciência pós-normal ainda enfrentam para se afirmar nos âmbitos tradicionalmente do- minados por interesses políticos, econômicos e até geopolíticas, em cada uma das escalas estudadas.

Geopolítica do lítio no século XXI

Austral: Revista Brasileira de Estratégia e Relações Internacionais , 2017

Por conta da presença abundante de recursos naturais comuns e ra-ros, a América do Sul é considerada altamente estratégica para a nova etapa de acumulação capitalista e para a reprodução de seu modo de produção, in-serindo-se numa nova pressão competitiva mundial que tende a se acentuar ainda mais com o aumento da demanda mundial pelo recurso. Em termos geopolíticos, tudo indica que a região foi incorporada na pressão competi-tiva mundial em que algumas regiões "devem se transformar em 'zonas de fratura' internacional, e aí podem surgir conflitos e rebeliões que envolvam as grandes potências e as empresas que competem pelo controle da região" (Fiori 2014, 161). O presente artigo busca avaliar a geopolítica do lítio no século XXI a partir das disputas geopolíticas nacionais, regionais e globais, que colocam a América do Sul no centro do debate e criam possíveis novas tensões na região andina do subcontinente. Nossa hipótese é de que o lítio se configura como um dos recursos naturais mais estratégicos, cujas reservas mundiais, quanti-tativamente e qualitativamente, se concentram na região sul-americana, ten-do como base metodológica uma revisão bibliográfica e qualitativa de dados

A Era das Utopias Light: o Leve como Imperativo da Condição Humana

Em Da leveza: rumo a uma civilização sem peso, Gilles Lipovetsky oferece ao leitor uma profunda e detalhada análise sobre um fator até então deixado de lado para desígnio de pesquisa filosófica, julgado indigno de interesse devido ao seu aspecto fútil, que agora aparece como um assunto sério: a leveza. A abordagem e a discussão da temática evidenciam-se de modo central no comportamento dos indivíduos contemporâneos e também como um dos pontos fulcrais da sociedade de nossos tempos, mostrando-se de grande importância para pesquisas filosóficas em áreas como ética, política e estética. De acordo com Lipovetsky, a leveza sempre esteve presente em nossas sociedades, porém ocupava um papel secundário, manifestando-se, por exemplo, em narrativas mitológicas. Na era hipermoderna, que representa o momento atual, a leveza é um mecanismo de organização social e um princípio que ordena a própria realidade, auxiliada pelas novas tecnologias, mais especificamente em sua ramificação no campo das. nanotecnologias

Litigância em mudanças climáticas: uma abordagem jus-sociológica

Se o real se dispõe para a gente durante a travessia, como quer Guimarães Rosa, o período de doutorado foi uma jornada. Nem sempre fácil, nem sempre tranquila, mas cheia de ensinamentos. Jornada que exigiu conhecimentos muito além daqueles relativos à pesquisa realizada, e que mostrou como a elaboração de um trabalho acadêmico pode ser tarefa solitária e que somente se torna suportável quando é feita ao lado de pessoas muito estimadas. O desenvolvimento deste trabalho somente foi possível com o apoio de pessoas queridas que, além de me incentivarem, serviram mesmo como motivação para cada dia, para cada texto lido, para cada discussão travada. Agradeço, assim, ao Gui, querido companheiro de vida, cuja ajuda está umbilicalmente relacionada ao término deste trabalho. Não só pelos sacrifícios exigidos, mas por toda a paciência, dedicação, incentivo e motivação. Que não somente esteve ao meu lado, mas percorreu comigo toda a jornada acadêmica. E que, com toda a alegria do mundo, aproveita e continuará a aproveitar a jornada da vida, e os novos (e surpreendentes!) desafios que certamente encontraremos pela frente. Agradeço também à minha família. Sem o apoio dos meus pais, Gambi e especialmente a infinita paciência da minha mãe Celina, e irmãos, Gabi, Marcos e Ivan, a jornada também não teria sido possível. Não só a caminhada acadêmica, que pode ser materializada em uma tese, mas minha própria história, que percorre toda minha existência. Que vocês saibam o quanto são importantes, sempre, e como é a vocês que recorro, quando não sei mais para onde ir. Ao tio Lúcio, tia Mô e Sil, que, como muitas vezes, foram obrigados a aceitar minha ausência para que eu pudesse me dedicar à pesquisa. Às minhas amigas e amigos, que ofereceram amizade e muito apoio, mesmo à distância e com muita paciência, já que o trabalho acadêmico, muitas vezes, exige justamente o tempo que teríamos para aproveitar com eles: Natália Jodas e Borelli, Leonardo Souza, Claudinha Bazanelli, Murilo Parise, Agnes e Mauro, Aninha Canestrelli, Beto e Mayra. Todos fazem parte da minha conquista, e sei que serão as primeiras pessoas a aproveitar, comigo, o fim de um ciclo. Agradeço ao meu orientador, professor Rafael Pucci, pela confiança no meu trabalho, desde o início do mestrado, e a quem devo a possibilidade de ingresso na vida acadêmica e na pós-graduação da Faculdade de Direito da USP. E à professora Ana Maria Nusdeo, por todas as oportunidades de enorme aprendizado. Ao professor Faria, que me acompanhou, também desde o início do mestrado, e quem me incentiva a escrever, simplesmente não tenho como agradecer. Sua ajuda foi imprescindível, e suas indicações, fundamentaistanto para o desenvolvimento dos trabalhos acadêmicos quanto para minha evolução como pessoa. E sua dedicação a todos seus alunos, orientandos ou não, é exemplo de vida. RESUMO GAMBI, Luciana Della Nina. Litigância em Mudanças Climáticas: uma abordagem jussociológica. 2020. 266 f. Tese (Doutorado

Outra Verdade Inconveniente: a nova geografia política da energia numa perspectiva subalterna

Universitas Humanistica, 2008

Carlos Walter Porto-Gonçalves-Universidade Federal Fluminense Outra Verdade Inconveniente-a nova geografia política da energia numa perspectiva subalterna Resumo O artigo analisa a nova configuração geopolítica em torno da transição de matriz energética dos fósseis (carvão e petróleo) para a biomassa (os agrocombustíveis etanol e biodiesel). O artigo mostra como o Brasil se coloca como parte do novo bloco de poder técnico-científico-agroindustrial-financeiro-militar-midiático mundial e como os movimentos sociais colocam novas formulações para velhas e atuais questões como a reforma agrária. Palavras-chave: Geopolítica dos agrocombustíveis. Novas territorialidades. Pensamento Subalterno.

O “futuro Vigor” e o contemporâneo: aspectos da energia em Nathalie Quintane

outra travessia

A tradicional função da arte como mediadora no círculo hermenêutico ou no círculo da dialética especulativa, descrita por Jacques Derrida em La vérité en peinture, pode ser contrastada com uma abordagem diferente, de que a poesia francesa da modernidade já dá notícias em suas representações acerca da ideia de energia. A partir dessa perspectiva, pode-se situar a escrita de Nathalie Quintane na tensão entre parergon e obra, na ênfase dada à performatividade da linguagem poética como força política, que encenam a produção de uma energia revolucionária e deslizam a fórmula rimbaldiana do “futuro Vigor” na direção das questões colocadas pela contemporaneidade.

Editorial: Os estudos líticos em países lusófonos

Journal of Lithic Studies

Organizar uma coletânea de artigos sobre estudos líticos em língua portuguesa não parece, a princípio, uma tarefa desafiadora. Afinal, Portugal já tem uma tradição de décadas de pesquisas no tema, as quais também têm aumentado no Brasil nos últimos anos. Logo, era de se esperar que a maioria dos artigos publicados nesta edição fossem provenientes destes dois países. O desafio está em incluir artigos sobre pesquisas realizadas em outros países lusófonos, pois estes possuem poucas ou nenhuma instituição de pesquisas arqueológicas. E dos estudos realizados sobre as indústrias líticas nestes países, a maioria é realizada por pesquisadores vindos da América do Norte ou da Europa, em especial os próprios arqueólogos portugueses.

Possibilidades e limites da transição energética: uma análise à luz da ciência pós-normal

Estudos Avançados, 2021

RESUMO O artigo apresenta resultados do projeto desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa em Governança Energética no contexto da Macrometrópole Paulista em face da Variabilidade Climática. Com base numa abordagem qualitativa suportada por análise documental e dados quantitativos e qualitativos produzidos pelo grupo de pesquisa, o presente trabalho combina os conceitos de “estilo de política” e “ciência pós-normal”, considerando a transição energética por um lado e a mitigação e adaptação às mudanças climáticas por outro. Esse arcabouço conceitual é confrontado com três estudos de caso: a) a geopolítica da energia na América do Sul, no nível macro; b) o Plano Decenal de Energia no Brasil, no nível meso; e, c) as políticas de mitigação e adaptação frente às mudanças climáticas na cidade de São Paulo, no nível micro. Embora nos três níveis sejam identificadas proposições institucionais para tratar do manejo de fontes energéticas e redução de emissões, as práticas demonstram contextos multif...

Possibilidades e Limites da transição energética análise Ciência Pós-Normal Preprint

Revista de Estudos Avançados, 2021

Accepted. In press, vol. 35, no. 103, December. O ntrodução PRESENTE ARTIGO apresenta algumas das ideias desenvolvidas pela linha de pesquisa sobre ciência pós-normal e democratização do conhecimento do Projeto Temático Fapesp “Governança Ambiental no Contexto da Macrometrópole Paulista face à Variabilidade Climática”. A ciência pós-normal reflete essa ontologia em metodologias híbridas como forma de explicar fenômenos complexos como as mudanças climáticas e a necessária transição enérgica para fontes renováveis que mitiguem emissões de gases poluentes e de efeito estufa, e para uma vigorosa alteração do perfil de consumo que implique a redução da demanda energética. Com base nesse referencial, o artigo adota uma estrutura conceitual que busca trazer a noção de “estilo de política”, tomando como recorte dois desafios de caráter sistêmico: a transição energética e a mitigação e adaptação à mudança climática.