Crítica Dialética nas províncias da "República Mundial das Letras": a primazia do objeto na obra (original) (raw)

Lematização no "Glosário Regional" da obra Estudos de Dialetologia Portuguesa: Linguagem de Goiás (1944)

Estudos Interdisciplinares em Humanidades e Letras, 2016

Resumo: O presente estudo faz um recorte do projeto de pesquisa intitulado "A representação feminina na contística de Augusta Faro: corpo, erotismo e sexualidade", que aborda a necessidade de se conhecer a mulher, representada por meio da construção das personagens femininas nos contos escritos por Faro, sob a perspectiva de outra mulher. Também se busca a compreensão do enfrentamento da mulher com o Outro, no caso, o gênero masculino e a sociedade em geral. Por se tratar de uma pesquisa de natureza teórica, descritiva e analítica,

Interconexões entre o pensamento dialético e a colonialidade da linguagem na perspectiva do letramento crítico

Epistemologia e Práxis Educativa, 2023

herdadas da modernidade/colonialidade e examinando como regimes metadiscursivos dominantes (MAKONI; PENNYCOOK, 2007; PENNYCOOK; MAKONI, 2019) perpetuam a modernidade/colonialidade. Partindo do conceito de colonialidade do ser (MALDONADO-TORRES, 2007), o artigo explora como certas categorias definem os próprios objetivos do letramento crítico. Especificamente, reflete sobre como noções recebidas de "concreto" e "abstrato", particularmente quando vinculadas a uma "totalidade" predeterminada, restringem o letramento crítico ao pensamento eurocêntrico e dialético, destacando a necessidade de desafiar ontoepistemologias eurocentradas. Palavras-chave: (De)Colonialidade; Dialética; Letramento crítico.

A emergência, nas fronteiras entre língua e literatura, de uma perspectiva dialógica de linguagem

Bakhtiniana: Revista de Estudos do Discurso, 2017

RESUMO O objetivo deste artigo é refletir sobre alguns aspectos referentes à relação existente entre língua e literatura, estudos linguísticos e estudos literários e, mais especificamente, como essa relação se apresenta ao longo do pensamento bakhtiniano, articulando-se diretamente às questões do diálogo e do dialogismo, as quais atravessam e singularizam os escritos do Círculo. Nesse sentido, é possível constatar que a relação linguística/literatura está discutida, explorada, e problematizada, tanto nas obras assinadas exclusivamente por Mikhail Bakhtin, como também nas que, tendo autoria disputada, iluminam a maneira como outros componentes do Círculo, caso especial de Valentin Volochínov e Pavel Medviédev, pensam essa relação e contribuem para colocá-la como um traço fundamental da percepção da linguagem e da construção de conceitos, noções, categorias que possibilitam seu estudo.

Intersemioticidades do objeto literario

2020

Referência: BOGO, Marc Barreto. Intersemioticidades do objeto literário. 2020. 485 f. Tese (Doutorado em Comunicação e Semiótica) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, cotutela Université de Limoges, São Paulo, 2020. Resumo: O objeto de estudo desta tese é o que se propõe chamar de “objeto literário intersemiótico”: uma determinação material e espaço-temporal investida de significação, que comporta um discurso percebido como “literário” pelo corpo social, construída a partir de relações entre diferentes semióticas. Percebe-se neste início de século XXI, no mercado editorial e especialmente em espaços como feiras de arte impressa ou livrarias focadas em publicações independentes, a presença intensificada desse tipo de obra contemporânea. São publicações engajadas na construção de uma nova estética do livro, marcadas sobretudo pela exploração plástica de seus formantes e pelo investimento nas relações entre vários sistemas semióticos (escultura, fotografia, infografia etc.). A partir do mapeamento do cenário editorial, define-se um corpus de referência de três editoras com abordagens semelhantes no tratamento de suas publicações: Lote 42 (Brasil), Visual Editions (Inglaterra) e Éditions Non Standard (França). De cada editora, um livro considerado emblemático é selecionado para análise: Inquérito Policial: Família Tobias (Ricardo Lísias), Tree of Codes (Jonathan Safran Foer) e Lettres du Havre (Élodie Boyer e Jean Segui). O problema de pesquisa é: como se constroem as relações de intersemioticidade nos objetos literários para adultos do século XXI? Dele desdobra-se uma problemática complementar, que perpassa: (1) a própria concepção do literário, (2) as relações entre mídias, (3) a apreensão sensível como condição de leitura, (4) as relações entre o impresso e o digital e (5) os tipos de riscos assumidos pelas editoras. A moldura teórica e metodológica empregada nas análises consiste na Semiótica desenvolvida por A. J. Greimas e seus desdobramentos, em especial nos estudos de J.-M. Floch sobre a plasticidade, de E. Landowski sobre os regimes de interação, risco e sentido, e de A. C. de Oliveira sobre o sincretismo. A hipótese principal, de que os tipos de relações entre semióticas propiciariam ao leitor a experiência vivida da construção por meio de várias linguagens do próprio objeto literário, é validada ao longo do estudo de cada obra selecionada. Tendo por objetivo montar uma tipologia dos modos de intersemioticidade nos objetos literários, o principal resultado alcançado é a elaboração de tal esquematização, partindo da oposição estabelecida entre as relações intersemióticas articuladas internamente no objeto literário (“sincretizadas”) e aquelas processadas entre a obra e manifestações externas a ela (“discretizadas”). Essa proposição busca integrar as questões usualmente abordadas pelos estudos da “tradução intersemiótica” e do “sincretismo de linguagens” em uma mesma problemática geral, das inter-relações entre linguagens.

Os Brutos: escrevivências de um escritor de província

faculdadedoserido.com.br

Partindo do princípio de que a força centralizadora do discurso do narrador sob o universo romanesco encontra-se regido por nuanças sócio-ideológicas que fazem parte do mundo psicológico do autor, procedeu-se uma leitura crítica de Os Brutos (1938), romance de estréia do escritor José Bezerra Gomes. O trabalho mencionado visa a tecer algumas considerações em torno do ponto de vista do narrador, enfocando a encenação do 'EU' no cenário artísticoliterário e sua interferência no modo de narração da citada obra. O procedimento metodológico adotado foi a pesquisa bibliográfica, e como aporte teórico recorreu-se à crítica especializada que trata da temática em questão. Ao final percebeu-se que o discurso do narrador possui um caráter ambivalente, o qual permite que o interlocutor presente não assuma uma perspectiva fixa diante do que narra.

Dalcídio Jurandir — a escrita do mundo marajoara não é regional, é universal

2002

Dalcidio Jurandir (1909-1979) publicou de 1941 a 1978 dez romances que “formam um panorama amazonico sem paralelo na literatura brasileira” (Pedro Maligo) e recebeu dois dos mais importantes premios literarios brasileiros: 1941 e 1972. O autor permanece ignorado pelos criticos literarios e classificado como “regionalista menor”. A obra de Jurandir, um dos mais fascinantes prosadores brasileiros da Modernidade esta a margem do cânone da literatura nacional. Observa-se um interesse crescente para a obra de Jurandir, estimulado, de um lado, pela complexidade da estrutura narrativa, de outro, pela discussao sobre a historiografia da literatura brasileira.