O Papel Do Periodismo “Verde” Na Expansão Da Ação Integralista Brasileira (Anos 1930): Uma Revisão (original) (raw)
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RESUMO: O artigo discute o papel da imprensa integralista no movimento comandado por Plínio Salgado nos anos 1930, com o intuito de redimensionar o impacto deste jornalismo na expansão da Ação Integralista Brasileira (AIB). Atento ao fato de que a historiografia assumiu essa imprensa como determinante no desenvolvimento da AIB, propõe‐se aqui outro olhar sobre esta questão, sem a pretensão de finalizar o debate, mas com o objetivo de oferecer subsídios para novas pesquisas que assumam a imprensa integralista como fonte e/ou objeto de pesquisa. A análise da relação entre periódicos integralistas e resultados eleitorais foi apontada como base para as asserções aqui apresentadas. PALAVRAS‐CHAVE: Imprensa, Ação Integralista Brasileira, Movimento Político. ABSTRACT: The article discusses the role of the press in the movement led by Plínio Salgado in the 1930s, in order to resize the impact of journalism on the expansion of Ação Integralista Brasileira (AIB). Aware of the fact that historiography took this press as a determinant in the development of AIB, here it is proposed another look on this issue, no claim to end the debate, but with the goal of providing subsidies to new research that take the press of AIB as a source and/or object of research. The analysis of the relationship between press of AIB and election results was appointed as the basis for the assertions presented here. A Ação Integralista Brasileira (AIB) foi um movimento político que surgiu nos anos 1930, cuja doutrina dialogava com o fascismo e o nazismo europeus. Seu líder, Plínio Salgado, jornalista, político e escritor, sempre demonstrou uma faceta nacionalista e conservadora, característica que foi se concretizando ao logo de sua formação, especialmente após sua viagem à Itália e seu contato pessoal com o líder Benito Mussolini, em 1930, o que cimentou sua simpatia pelo fascismo (TRINDADE, 1979, p. 75‐76). Essa experiência e observação dos movimentos de extrema direita na Europa impeliram Salgado a projetar algo parecido para o Brasil, inclusive apropriando‐se de estratégias de propaganda política típicas daquele contexto, entre as quais figurava a imprensa como elemento indispensável. Não apenas a imprensa era apontada como ferramenta sine qua non para os projetos integralistas, mas os diversos aparatos utilizados pelos movimentos de extrema direita, como desfiles, gestos, gritos de ordem, uniformes, bandeiras, auxílios sociais, escolas
2017
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Licenciatura, no curso de História, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.A Ação Integralista Brasileira, partido político de inclinação conservadora, de alcance nacional, utilizou-se da imprensa como um dos principais instrumentos de divulgação e arregimentação às suas fileiras. Criada em 1932 e extinta em 1937 pelo então Estado Novo; no qual, fora instaurado em 10 de novembro de 1937, por meio de um golpe articulado por diferentes setores, inclusive por nomes representativos do Integralismo. Embora, haja vista esta cooperação, os integralistas não foram reconhecidos pelo regime, que do mesmo modo, extinguiu qualquer organização partidária que representasse algum perigo a este novo projeto de Nação. Desta forma, a pesquisa analisou o comportamento do jornal Flamma Verde, órgão vinculado à antiga AIB, que era editado em Florianópolis, e esteve em circulação em Santa Catarina desde setembro de 1936, até ...
2017
No período entreguerras, enquanto se estabelecia na Europa o programa fascista, no Brasil rompia-se com a Primeira República, permitindo a ascensão de Vargas, e o crescimento da Ação Integralista Brasileira, pautada no extremo-conservadorismo, na defesa do nacionalismo, do Estado Integral e da Revolução Espiritual. Conforme objetivado, analisaremos, além de vasta bibliografia sobre o assunto, três periódicos oficiais da AIB, que acompanham do início até a proibição do movimento, O Integralista (1932-1936), O Monitor Integralista (1933 – 1937) e O Aço Verde (1935), buscando discursos que estabeleçam elo entre os fascismos e o integralismo, refutando, assim, a tese nacionalista de independência do programa integralista, que negava qualquer relação com o fascismo.
2014
Neste estudo propoe-se descobrir qual a posicao que a revista integralista Anaue! (1935-1937) ocupa na historia da Acao Integralista Brasileira (AIB) e da imprensa no Brasil Republicano, com vistas a reavaliar o impacto dessa publicacao no contexto dos anos 1930. Entende-se, aqui, a revista como uma tentativa desta de se contrapor ao discurso proveniente da imprensa empresarial - muito ligada a modernizacao do pais e aos modismos estrangeiros, algo que era criticado pelos integralistas que resistiam a qualquer ingerencia externa -, alem de ser um veiculo importante na propaganda eleitoral do partido no pleito presidencial em que concorreu Plinio Salgado. A revista trabalhava a partir de um nacionalismo que dialogava e compartilhava estrategias com o fascismo internacional, o que a tornou diferenciada no mercado editorial. Inserida no campo jornalistico que se convencionou classificar como das revistas de variedades e ilustradas, estilo nao presente, ate entao, na estrutura de impren...
2012
O presente trabalho tem como objetivo realizar uma analise geral do primeiro ano da revista Anaue!,com o intuito de entender qual o papel pretendido por esse periodico dentro da imprensa integralista, como tambem qual sua estrategia de acao no que concerne a doutrinacao e cooptacao de militantes.Vista, aqui, como a principal revista da Acao Integralista Brasileira, Anaue! pode oferecer subsidios para compreender a maneira utilizada pelos camisas verdes para empregar um movimento de cunho fascista no Brasil dos anos 1930. Nela estao contidos elementos importantes que denunciam os alvos principais dos integralistas e a forma como abordavam tais questoes, como, por exemplo, o comunismo, a democracia, o judaismo etc. Palavras-chave: revista Anaue!,integralismo, imprensa.
Resumo: O propósito deste trabalho é analisar o jornal libertário A Terra Livre, lançado em São Paulo em 1905, tendo sua circulação até o ano de 1910. O artigo, fruto de uma pesquisa para obtenção do Mestrado em História pela Universidade Federal de São Paulo, prioriza o jornal em sua concepção, estruturação e formas de veiculação, bem como a atuação de seus idealizadores: Edgard Leuenroth e Neno Vasco, jornalistas, anarquistas e importantes militantes libertários da época. Nessa análise, além de mostrar o jornal como um veículo de propaganda para a mobilização política, busca-se identificar e traçar a trajetória dos grupos de redatores e da sua rede social na concepção, redação e circulação de um novo periódico. Para tal, foi utilizada, como fonte principal, o jornal A Terra Livre, além de outros jornais operários em circulação em São Paulo e Rio de Janeiro na mesma época. Em suma, o artigo mostra a realidade do jornalismo independente no início do século XX no Brasil. Palavras-chave: Jornalismo. Anarquismo. Movimento operário. Cultura libertária; Abstract: The purpose of this work is to analyze the libertarian newspaper A Terra Livre, which was launched in São Paulo in 1905 and circulated until 1910. The article, the result of a research to obtain a Master's in History from the Federal University of São Paulo, prioritizes the newspaper in its conception, structuring and forms of publication, as well as the work of its creators: Edgard Leuenroth and Neno Vasco, journalists, anarchists and important libertarian activists of the time. In this analysis, in addition to showing the newspaper as a propaganda vehicle for political mobilization, it seeks to identify and trace the trajectory of writing groups and their social network in the design, writing and circulation of a new journal. For that purpose, the newspaper A Terra Livre was used as the main source, as well as other working newspapers in circulation in São Paulo and Rio de Janeiro at the same time. In short, the article shows the reality of independent journalism in the early twentieth century in Brazil.
Uma "revolução necessária": o conceito de revolução nos textos dos intelectuais da Ação Integralista Brasileira (1932)(1933)(1934)(1935)(1936)(1937)) * ALEXANDRE PINHEIRO RAMOS 1 Universidade Federal do Rio de Janeiro Resumo: Este artigo tem o objetivo de analisar a forma como alguns intelectuais ligados à Ação Integralista Brasileira utilizaram o conceito de revolução em seus textos. Pretende-se, assim, mostrar a variabilidade semântica que ele apresentava no corpus textual integralista e o fato de que ele tornou-se um elemento indispensável na construção do vocabulário político do Integralismo, disseminando-se e sendo incorporada por vários intelectuais ligados ao movimento que lhe deram sentidos -e relevânciadistintos. A presença da ideia de revolução em vários textos (livros, artigos ou mesmo poemas) mostra sua circularidade e a forma como foi reflexivamente trabalhada e aplicada pelos intelectuais integralistas, passando a constituir parte da linguagem utilizada por este movimento. Palavras-chave: Integralismo; Revolução; Pensamento político-social brasileiro.