Resenha critica sobre Orientalismo de Edward Said (original) (raw)

Orientalismo - Edward Said

Venho lendo sobre o orientalismo por alguns anos, mas a maior parte deste livro foi escrita em 1975-6, período que passei como bolsista no Center for Advanced Study in the Behavioral Sciences (Centro de Estudos Avancados nas Ciéncias do Cornportamento), em Stanford, Califórnia. Nesta instituicáo singular e generosa tive a sorte de me ter agradavelmente beneficiado nao só da companhia de vários colegas como também da ajuda de Joan Warmbrunn, Chris Hoth, Jane Kielsmeier, Preston Cutler e do diretor do centro, Gardner Lindzey. A lista de amigos, colegas e estudantes que leram ou escutaram partes deste manuscrito ou todo ele é tao longa que me deixa ernbaracado, e, agora que ele finalmente aparecen na forma de livro, é capaz de embaracar a eles também. Mesmo assim, tenho de mencionar coro gratidáo o sempre prestimoso encorajamento de Janet e fbrahim Abu-Lughod, Noam Chomsky e Roger Owen, que acompanharam este projeto do inicio até o final. Tenho de reconhecer agradecidamente o interesse prestativo e crítico dos colegas, amigos e estudantes de vários lugares, cujas questoes e discussáo esclareceram consideravelmente o texto. André Schiffrin e Jeanne Morton, da Pantheon Books, foram o editor e a revisora ideais, e tornaram a experiencia penosa (pelo menos para o autor) de preparar o manuscrito uro processo instrutivo e genuinamente inteligente. Mariam Said ajudou-me enormemente com a sua pesquisa sobre os primórdios da história moderna das instituicóes orientalistas. Além disso, porém, o apoio amoroso dela foi o que tornou grande parte do trabalho neste livro nao apenas agradável, mas possível.

A contribuição dos estudos decoloniais para o Orientalismo de Edward Said

Revista Sobreontens, 2018

Resumo: O artigo propõe um debate teórico a respeito da importância dos estudos orientalistas do palestino Edward Said e a contribuição que os estudos decoloniais podem oferecer às suas discussões. Quando Said atribui às significações criadas sobre o Oriente por parte do Ocidente como uma reminiscência da herança colonial, atribuímos aos estudos decoloniais o protagonismo de uma crítica análise cujas raízes estão na pós-colonialidade. A Decolonialidade emerge como um enriquecimento dos estudos pós-coloniais, sem deixar de mostrar a importância que eles tiveram no âmbito de seu contexto histórico. Autores que contribuem para este debate fazem parte deste grupo de pensamento que propõe um desprendimento epistemológico, como Alejandro Haber, Walter Mignolo, Santiago Castro-Gómez, Aníbal Quijano e Boaventura Santos. A linha de pensamento dos referidos autores entende o orientalismo de Said como uma perpetuação da academia norte-americana, o que fez com que o Oriente continuasse sendo pesquisado a partir de matrizes de pensamento imperialistas e metropolitanas. Palavras-chave: Orientalismo; Decolonialidade; Pós-Colonialidade.

O humanismo crítico de Edward W. Said

2008

This paper intends to present an approach to Edward Said's work and to give some light to his unexpected theoretical contributions for International Politics. Beyond the effort of updating the concept of imperialism, central in his premises, five others themes among his books interest us directly. The first one is the present hegemonic power exerted by the USA government since the Second World War, that interrogates us about the possibilities to build an effectively democratic world order. The second is about the national question, where the author points out the risks of an unprepared national conscience or still depreciated after the fights for independence and liberation. The third is his anger against the stereotypes and prejudices to the Arab-Muslim civilization, also linked to the occidental ignorance about their culture. Fourth, the visibility that he gives to the colonial and post-colonial intellectual contributions, from authors as Eqbal Ahmad (Pakistan), Ngugi Wa Thongo (Kenya), Ali Shariat (Iran), Wole Soyinka (Nigeria), C. L. R. James (Trinidad-Tobago), José Martí (Cuba), Ranajit Guha (India), among others.

A influência de Edward Said e Orientalismo na Antropologia ou: O Antropólogo Pode Falar?

Em Orientalismo, Edward Said ignora a antropologia quase que completamente, exceto quando concede que Clifford Geertz não era tão ruim.  Não levou muito tempo, entretanto, para outros escritores praticantes de teoria literária e teoria crítica começarem a escrever sobre a antropologia e o "outro selvagem", e o "Outro primitivo", ou somente "o Outro". Logo virou moda juntar ou confundir antropólogos com missionários, soldados, policiais e coletores de impostos coloniais, comerciantes de mar m e Paul Gauguin.

O embate entre Edward Said e Bernard Lewis no contexto da ressignificação do Orientalismo

Antropolítica, 2016

reSumO O termo Orientalismo passou por uma ressignificação na contemporanei-dade. No período que envolve os séculos XVIII e XIX e a primeira metade do século XX, o seu discurso era comprometido ou influenciado pela mission civilisatrice europeia. Já na segunda metade do século XX, em que os impérios coloniais se desmantelaram, o seu discurso fundador passou a sobreviver como um resquício do passado, permitindo a emergência de temas que passaram a integrar o escopo de sua abordagem. No contex-to da alardeada ressignificação do termo, ascende como especialista de sua temática Edward Said. Este autor, crítico literário de origem palestina e um dos principais nomes dos estudos pós-coloniais trava um embate ferrenho com o professor Bernard Lewis, dono de vasta obra sobre os po-vos árabes, o Islã e o Oriente Médio. O embate, que se dá no contexto da ressignificação do Orientalismo nos ensina a ser crítico e considerar o processo histórico como método imprescindível para as interpretações ou adjetivações. Através do antagonismo proporcionado pelos autores podemos entender que os estereótipos não dimensionam a pluralidade que envolve as socie-dades e os seus indivíduos, se constituindo, portanto, como um proble-mático instrumento de representação dos mesmos. Palavras-Chave: Orientalismo, ressignificação, Edward Said, Bernard Le-wis