Os Impressionistas e Stéphane Mallarmé (original) (raw)

Impressionismo e Taoísmo

Revista E Scrita Revista Do Curso De Letras Da Uniabeu, 2013

Paulo de Tarso Cabrini Jr. 1 RESUMO: O Impressionismo foi um movimento artístico que teve seu auge na década de 1880, na França, alcançando uma popularidade que se estende até os dias de hoje. O termo "Impressionismo", inicialmente usado apenas para designar um movimento das artes plásticas, mormente a pintura, estendeu-se até a música, e, se levarmos em conta os grandes alcances da palavra, designa, inclusive, um modo crítico de se enxergar as artes, o que originou o termo crítica impressionista. Este artigo, dentro de uma tradição que relaciona o século XIX-XX europeu às artes e filosofias orientais, procura estabelecer pontos de contato entre a arte "impressionista", em variadas manifestações, e a filosofia chinesa taoísta.

Impressionismo e literatura

Os ensaios aqui reunidos inauguram a primeira publicação conjunta de membros do Núcleo de Estudos do Impressionismo Literário (NEIMP), grupo de pesquisa sediado na Universidade Federal do Maranhão, Campus Bacabal. Trata-se do primeiro grupo de pesquisa do Brasil dedicado exclusivamente ao diálogo entre impressionismo e literatura. O livro traz ensaios de André Tessaro Pelinser, “Regionalismo e Impressionismo: faces ocultas da tradição na literatura brasileira”; Kedrini Domingos dos Santos, “Maupassant e o impressionismo”; Moisés Gonçalves dos Santos Júnior, “Evanescência em silêncio translúcido: brevíssimas notas do impressionismo literário em Clarice Lispector (O lustre, 1946)”, Natali Fabiana Costa e Silva, “Que enchente me carrega?, de Menalton Braff: Impressionismo e Memória”; Vanessa de Oliveira Temporal, “A perspectiva em Cézanne e Merleau-Ponty”; e Franco Baptista Sandanello, “O conceito de impressionismo literário”.

Stéphane Mallarmé e Paul Celan: testemunhos do desastre

Gragoatá

Demonstra-se a produtividade da noção de desastre da escrita – na perspectiva de Maurice Blanchot (perda do astro) – para a leitura da poesia de Stéphane Mallarmé e Paul Celan. No início vemos como Mallarmé diferencia radicalmente um texto que informa sobre os acontecimentos cotidianos em velocidade inapreensível (o jornal), e um texto que resiste a assumir uma forma fechada, propondo-se à cadência do olhar e da leitura, constelando os signos – desastrando-os, levando o próprio texto a colidir permanentemente. Ou seja, um texto que se apresenta ele mesmo como desastre (a poesia). Em seguida, parte de um texto de Shoshana Felman para pensar a dimensão testemunhal da poesia de Mallarmé e Celan, indissociáveis da “quebra de um mundo”.

O Impressionismo europeu

Este trabalho pretende compreender o Impressionismo discutindo os seus precedentes e as condições históricas que possibilitaram seu surgimento, bem como as características da pintura impressionista, em especial o desenvolvimento do uso de cores – e não o desenho – para a criação das obras. Para tanto, utilizaremos a reflexão de autores que abordam a questão da sociedade moderna enquanto motivadora para o nascimento de uma nova concepção de arte e para o questionamento de tradicionais convenções para a pintura e autores que discutem o próprio movimento impressionista e suas técnicas.

Impressionismo

Impressionismo Impressionismo foi um movimento que surgiu na pintura francesa do século XIX, vivia-se nesse momento a chamada Belle Époque ou Bela Época em português. O nome do movimento é derivado da obra "Impressão: nascer do sol" (1872), de Claude Monet. Começou com um grupo de jovens pintores que rompeu com as regras da pintura vigentes até então. Os autores impressionistas não mais se preocupavam com os preceitos do Realismo ou da academia. A busca pelos elementos fundamentais de cada arte levou os pintores impressionistas a pesquisar a produção pictórica não mais interessados em temáticas nobres ou no retrato fiel da realidade, mas em ver o quadro como obra em si mesma. A luz e o movimento utilizando pinceladas soltas tornam-se o principal elemento da pintura, sendo que geralmente as telas eram pintadas ao ar livre para que o pintor pudesse capturar melhor as variações de cores da natureza. Características Orientações gerais que caracterizam a pintura: • a pintura deve mostrar os pontos que os objetos adquirem ao refletir a luz do corpo num determinado momento, pois as cores da natureza mudam todo dia, dependendo da incidência da luz do sol; • é também, com isto, uma pintura instantânea (captação do momento), recorrendo, inclusivamente, à fotografia; • as figuras não devem ter contornos nítidos pois o desenho deixa de ser o principal meio estrutural do quadro, passando a ser a mancha/cor; • as sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam. O preto jamais é usado em uma obra impressionista plena; • os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim um amarelo próximo a um violeta produz um efeito mais real do que um claro-escuro muito utilizado pelos academicistas no passado. Essa orientação viria dar mais tarde origem ao [pontilhismo]; • as cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura de pigmentos. Pelo contrário,devem ser puras e dissociadas no quadro em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se tornar óptica;

O caminho do silêncio: Mallarmé e Blanchot

Letras De Hoje Estudos E Debates De Assuntos De Linguistica Literatura E Lingua Portuguesa, 2013

Resumo: A mudança de paradigma representada pela poesia moderna implica uma série de particularidades dentre as quais o silêncio e suas possibilidades elocutórias se afirmam em embate e fertilidade. Contando com a leitura da obra de Mallarmé, e particularmente de alguns ensaios e do poema "Um lance de dados", o texto busca apresentar o trajeto pelo qual a descoberta do que Mallarmé chamou de Nada, destruição e silêncio, pôde gerar para a crítica moderna, e especialmente para o crítico e autor Maurice Blanchot, uma vertente de compreensão da nova poesia bem como de suas próprias possibilidades de análise e compreensão.

Impressionismo e Literatura (vol. 2)

2022

"Impressionismo” e “literatura” são termos que, o mais das vezes, não caminham juntos. Estamos acostumados – quiçá, anestesiados – pelas frequentes discussões sobre o impressionismo pictórico, e reconhecemos, sem muito custo, suas contribuições históricas e estéticas sem que consideremos seus possíveis contrapontos com o texto literário. Os textos aqui reunidos dão continuidade ao projeto encetado há seis anos no livro "Impressionismo e Literatura" (EDUFMA, 2017), e visam redefinir os limites teóricos e críticos do conceito de impressionismo literário. O presente livro amplia o horizonte do anterior, abrangendo o estudo de obras impressionistas brasileiras, inglesas, espanholas e japonesas. Ademais, em contínuo processo de ampliação, abrange também a contribuição de um pesquisador emérito estrangeiro e de um ficcionista premiado cuja produção tem íntima reverberação impressionista. Tal publicação não seria possível sem a parceria e o apoio do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura (PPGLIT/UFSCar) e do Programa de Pós-Graduação em Letras Bacabal (PPGLB/UFMA) - programas que, de maneira pioneira, incluíram em seu ementário disciplinas caras ao diálogo - ainda hoje inovador - entre impressionismo e literatura.

Os surrealistas e Edgar Allan Poe

2010

RESUMO No presente ensaio, pretende-se analisar em que medida o texto de Cesariny "a edgar allan poe, " incluído em Pena Capital, se apresenta como uma paródia de vários contos do autor de "The Assignation". Oscilando entre a atracção pelo imaginário de Poe, repleto de pequenos detalhes que agradam aos surrealistas, e a repulsa por um universo que aposta na dedução e na história logicamente construída, mesmo se essa construção obedece frequentemente a um cânone que se afasta do realista, Cesariny escreve um poema que retoma frases, personagens, situações, de contos do escritor americano, numa espécie de homenagem subversiva ou de paródia irónica.

As jóias de Mallarmé e Barthes

ModaPalavra e-periódico, 2009

Neste estudo, aborda-se a figura de Stephane Mallarme que, no final do seculo XIX criou e redigiu sozinho uma revista de moda; La Derniere Mode – Gazeta da boa sociedade e da familia. Essa foi varias vezes evocada por Barthes em entrevistas e, tambem, no final do seu texto, Da Joias a Bijuterias (1961). Esta aproximacao entre literatura e moda aconteceu em outras obras de Barthes, como: Historia e Sociologia do Vestuario ( 1957), Linguagem e Vestuario (1959), Neste ano o azul esta na moda, ( 1960), Dandismo e moda ( 1962), A moda e as ciencias humanas ( 1966 ), O duelo Chanel-Courreges ( 1967), e o Sistema da Moda (1967). Como foco de discussao analisa-se a aproximacao dos textos de Mallarme e Barthes que potencializa conceitos da correspondencia entre literatura e moda. Barthes leitor de Balzac, Saussure e Trubetskoy, torna-se um arqueologo de revistas de moda sazonais, e e neste mesmo modo de expressao estetica, que ele e Mallarme refizeram e transformaram o cotidiano das mulheres...