Escravidão e ensino de história: uma proposta de análise à luz do Plano Nacional do Livro Didático de 2017 (original) (raw)
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Escravidão e ensino de história uma proposta de análise a luz do plano nacional do livro didático de
Fronteiras & Debates. Revista do Curso de História da Universidade Federal do Amapá, 2020
Este artigo busca compreender e averiguar como a temática escravista vem sendo tratada nos livros didáticos de história, correspondentes ao 7° e 8° ano do Ensino fundamental, aprovados no último Guia do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), através da metodologia da Análise de Conteúdo. São discutidos aspectos diversos acerca das políticas que cercam o material, a fim de perceber se as mudanças incitadas pelas leis 10.639/03 e 11.645/08 tem surtido efeito para a revisão de qualquer conteúdo que possa ser tomado como racista ou preconceituoso no ambiente escolar brasileiro. Após o complexo trabalho de análise qualitativa dessas obras, constatou-se, por conseguinte, a existência de permanências significativas no que cerne à veiculação de estereótipos relacionados aos escravizados e aos afrodescendentes, o que acaba regularizando e fomentando diversas atitudes racistas que tanto ocorre na nossa sociedade.
Representações Da Escravidão Nos Livros Didáticos De História Do Brasil
Revista Sociais E Humanas, 2008
Pretendemos através deste artigo analisar como alguns livros didáticos utilizados nas aulas de história do Brasil do Ensino Médio têm representado a temática da escravidão. Para tal, procederemos ao estudo dos livros em dois contextos. O primeiro se refere as obras didáticas produzidas antes da década de 1970, para relacioná-los à chamada história tradicional. O segundo contexto diz respeito aos livros editados a partir da década de 1970. Nas obras deste período percebemos dois aspectos importantes: a ênfase no materialismo histórico e nas análises estruturais e, principalmente, a partir dos anos 1980, a influência da pesquisa histórica sobre a escravidão brasileira oriunda das Universidades. Entre nossos objetivos estão caracterizar o tipo de abordagem realizada pelo livro, se mais analítica ou narrativa, bem como identificar as inspirações teóricas e conceitos privilegiados pelos autores. Organizamos a exposição em duas partes: primeiramente, enfocaremos como os livros didáticos explicam a introdução dos escravos africanos no Brasil colonial. Posteriormente analisaremos como os manuais didáticos caracterizaram a escravidão no Brasil, sempre atentos em avaliar em que medida os textos didáticos mais recentes dialogam com a pesquisa histórica sobre escravidão produzida nos programas de pós-graduação em história e pelos historiadores acadêmicos que trabalham com a temática. Palavras-chave: História do Brasil-livros didáticos-escravidão
História & Ensino, 2018
Os resultados parciais apresentados nesta reflexão referem-se à parte das atividades realizadas no Estágio Pós-Doutoral no Instituto de Educação da Universidade do Minho (Braga/Portugal), através do Departamento de Estudos Integrados de Literacia, Didática e Supervisão na especialidade em Educação em História e Ciências Sociais. O citado estágio de pós-doutoramento foi realizado entre os meses de setembro de 2016 e agosto de 2017. Nessa reflexão investigamos a partir de um estudo comparativo como o conteúdo escravidão é apresentado nos manuais didáticos de história do Brasil e de Portugal, sendo que para o Brasil foram analisados quatro manuais referentes ao 7° Ano do Ensino Fundamental II pertinentes ao Plano Nacional do Livro Didático (PNLD/2017) e Portugal quatro manuais concernentes ao 8° Ano do 3° Ciclo adotados em escolas públicas do país. Os referenciais teóricos para análise dos manuais didáticos ancoraram-se nos estudos, sobretudo de Alain Choppin (2004), Jörn Rüsen (2010) ...
A Abolição da Escravidão nos Livros Didáticos: Textos e Imagens na Construção da História na Escola
Revista Epígrafe, 2015
O presente artigo explora os discursos e perspectivas sobre a Abolição da Escravidão transmitidos pelos livros didáticos de História do Brasil do início do século XX até a década de 1980. Para tanto, considerou-se as atuais linhas teóricas de pesquisa, baseadas em autores como Alain Choppin e Circe Bittencourt, que pensam os manuais escolares como documentos históricos, objetos da cultura material responsáveis por produzir e disseminar valores de determinada época, com intenções específicas e parciais. Além disso, são objetos cuja função ultrapassa o caráter ideológico, pois representam currículos, pedagogias e métodos escolares e editoriais que também são históricos. A pesquisa busca aliar tanto o campo das representações quanto o campo metodológico-pedagógico para a análise de alguns autores clássicos de diferentes momentos da produção didática brasileira, como Antônio José Borges Hermida e Joel Rufino dos Santos. Partindo da problemática de como é representado o tema da Abolição e qual o lugar concedido aos negros escravos nessas fontes - considerando a articulação entre textos e imagens - pode-se refletir a construção e consolidação de perspectivas sobre a História e o papel da escola nesse processo. Palavras-chave: Livros Didáticos; Abolição; Escravidão; Ilustrações; Representações.
Escravidão e ensino de história no sul do Brasil: o cativo Joaquim
2018
This paper analyzes the possibilities of using historical sources in the classroom. Suggestions and advices for History teachers were developed in order to be applied in educational practice. Among the questions that guide this paper we highlight: How can teachers work with historical sources in the classroom? How can a criminal proceedings be used as a pedagogical tool? What are the basic knowledge that should be developed by teachers for the use of documents in the classroom? What is continuing teacher education matter in their practice? The aim is to provide a support in order to help the teacher's planning lessons, and also continuing education of teachers.The analysis developed in the essay accomplished in the site "Slavery and Teaching of History" where many pedagogical subsidy are available. We start from a criminal proceedings of the Rio Grande do Sul public registers (APERS) for a didactic sequence and other materials production.
Escre(Vivência) Originária: Uma Proposta De Descolonização Do Ensino De História
Ensino de História: histórias, memórias, perspectivas e interfaces , 2021
O presente trabalho pretende apresentar um esboço sobre as problemáticas da história dos povos originários no campo historiografia, tal como no imaginário social, onde a narrativa é esboçada pelo pensamento ocidentalizado, contendo equívocos, estereótipos, silenciamentos e segregações sobre quem são os povos originários do Brasil, no passado e no presente. Levantamos a pauta de inserir nos campos de conhecimento uma narrativa protagonizada pelos próprios sujeitos originários, no âmbito da escrita e no universo das redes. Inserimos no campo da poética com as autoras Graça Graúna e Aline Rochedo Pachamama. Na internet com radio Yande e a Editora Pachamama. E por fim no campo literal trazendo o autor e ambientalista Ailton Krenak.
História, Literatura e Ensino De História: A Escravidão Em Maria Firmina Dos Reis
2020
As obras e a trajetoria de Maria Firmina dos Reis, autora negra maranhense nascida em 1822, ganharam destaque que vem se acentuando desde 1975 em eventos de literatura, publicacoes e no meio academico. Neste artigo, interessa-nos discutir sobre os usos da literatura, especificamente o romance Ursula, de Maria Firmina dos Reis, nas aulas de Historia para pensar sobre a tematica da escravidao. O debate busca refletir sobre como o uso da literatura nas aulas de Historia pode contribuir com o processo de construcao de alunos capazes de se apropriar do saber como ferramenta para interpretar o mundo e construir significados na contemporaneidade para os temas estudados. Para isso, analisaremos como a literatura, enquanto fonte para a historia, dialoga com a sociedade na qual e produzida, apropriando-se e interferindo no seu tempo historico, bem como, no caso especifico da autora analisada, as condicoes da contemporaneidade para a releitura de Maria Firmina dos Reis. Pretendemos estabelece...
Escravidão na história - antiguidade e contemporaneidade
Projeto Contracondutas - Escola da Cidade (SP), editoria História e Escravidão, 2016
Se a História, segundo uma definição simples de Fernand Braudel, “é o estudo do homem no Tempo”, a reflexão sobre a escravidão terá como ponto de partida que essa “instituição” é uma das mais antigas da história humana, e ao mesmo tempo um problema do presente.