Princípios Da Autoeducaçãoe Fenomenologiao Exemplo Deautodesenvolvimento De Goethe (original) (raw)
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Aceitei o desafio de escrever o prefácio deste livro do Prof. Paulo Freire movida mesmo por uma das exigências da ação educativo-crítica por ele defendida: a de testemunhar a minha disponibilidade à vida e os seus chamamentos. Comecei a estudar Paulo Freire no Canadá, com meu marido, Admardo, a quem este livro é em parte dedicado. Não poderia aqui me pronunciar sem a ele me referir, assumindo-o afetivamente como companheiro com quem, na trajetória possível, aprendi a cultivar vários dos saberes necessários à prática educativa transformadora. E o pensamento de Paulo Freire foi, sem dúvida, uma de suas grandes inspirações. As idéias retomadas nesta obra resgatam de forma atualizada, leve, criativa, provocativa, corajosa e esperançosa, questões que no dia a dia do professor continuam a instigar o conflito e o debate entre os educadores e as educadoras. O cotidiano do professor na sala de aula e fora dela, da educação fundamental à pós-graduação. É explorado como numa codificação, enquanto espaço de reafirmação, n egação, criação, resolução de saberes que constituem os "conteúdos obrigatórios à organização programática e o desenvolvimento da formação docente". São conteúdos que, extrapolando os já cristalizados pela prática escolar, o educador progressista, principalmente, não pode prescindir para o exercício da pedagogia da autonomia aqui proposta. Uma pedagogia fundada na ética, no respeito à dignidade e à própria autonomia do educando.
2024
A tese propõe uma análise do pensamento operaísta-autonomista de Antonio Negri, buscando demonstrar que o método operaísta de análise, desenvolvido por Negri e por outros pensadores nos anos 60 e 70 na Itália, é uma ferramenta metodológica marxiana adequada para estudar as transformações internas, tanto da composição da classe e da subjetividade, quanto das transformações estruturais do capital e, por consequência, consegue analisar as mutações, descontinuidades, quebras e rupturas nas formas de luta, nos sujeitos que encarnam essas lutas, e nos modos de conflito no capitalismo. Nosso objetivo é demonstrar que o operaísmo italiano constituiu um perspectivismo operário e proletário, introduzindo no pensamento marxista a problemática de um ponto de vista irredutível e antagonista ao ponto de vista da ciência do capital, complementado pela defesa irrestrita de um aceleracionismo político das lutas, na busca de formas de organização imanentes ao próprio comportamento da classe que intensifiquem o conflito contra o sistema capitalista. Veremos que no contexto dos anos 60 e 70, esse perspectivismo e aceleracionismo tomou forma pela via das práticas de recusa ao trabalho, defendidas pelos operaístas contra a ortodoxia marxista do movimento operário oficial do período. Como demonstraremos na tese, esses dois elementos constituem a base de uma ciência marxiana, operária e proletária, denominada por Negri de ciência da crise e da subversão. Deste modo, defendemos que Negri menos rompe com a análise operaísta, na passagem dos anos 60 para os 70, do que dá continuidade ao método, buscando ler as transformações na classe que ocorriam no período, na forma da sua hipótese da passagem do operário-massa ao operário-social, como resultado de uma crise da medida da lei do valor, destruindo o Estado-Plano keynesiano do capitalismo planejado e constituindo a forma-Estado do Estado-Crise. A tese utiliza um método de exposição histórica dos conceitos, portanto, analisaremos as filosofias de Raniero Panzieri que, introduzindo a problemática de uma autonomia operária como recusa à integração ao desenvolvimento do capital, e Mario Tronti, que sistematiza em Operários e Capital, a tese perspectivista do giro copernicano, são pensadores fundamentais na interlocução crítica com Negri no período, assim como faremos um sobrevoo sobre as revistas Quaderni Rossi e Classe Operaia, que desenvolveram a metodologia de copesquisa e inchiesta operária, e a organização revolucionária Potere Operaio, que leva ao limite a problemática da organização no primeira fase do operaísmo em direção ao o movimento da Autonomia dos anos 70, que será analisado por colocar uma série de novos problemas e novos sujeitos das lutas que forçam a atualização do método operaísta. Todos esses aspectos são inseparáveis da experiência operaísta-autonomista de Negri no período, que termina com a repressão estatal ao movimento social italiano e a prisão de Negri. Por fim, a tese, ao apresentar uma série de conceitos, como a recusa ao trabalho, a autovalorização proletária, a crise da lei do valor, entre outros, debate filosoficamente uma linha do marxismo que é ainda marginal na discussão do pensamento contemporâneo e que fornece uma série de mecanismos úteis para a análise das transformações da composição de classe.
AUTOMAÇÃO E A RELAÇÃO COM O DESEMPREGO
Este artigo apresenta a relação do desemprego com a automação. O objetivo do artigo é demonstrar a relação entre máquina e homem e os impactos que essa relação irá gerar. Como a substituição do homem pela máquina, e as formas de contornar esse problema. O artigo é construído para a obtenção de créditos da disciplina de Ciência, Tecnologia e Sociedade, do professor Milton José Zambroni. Com isso, conclui-se que a substituição do homem pela máquina é inevitável, basta a partir de agora, buscar formas de contornar tal fato.
O trabalho biográfico como fonte de aprendizado: autoeducação e fenomenologia de Goethe
Educar em Revista
RESUMO Este artigo apresenta a proposta do trabalho biográfico como processo de pesquisa e aprendizado. O sujeito imerso em sua própria história de vida realiza uma autotransformação ao intensificar suas forças cognitivas, afetivas e volitivas. O trabalho biográfico revela uma ampla diversidade de aplicação na educação ao pesquisar a biografia do processo educacional, a biografia do aprendizado, a biografia do desenvolvimento próprio, a biografia das ameaças e impasses vividos, a biografia da evolução da personalidade. A fenomenologia de Goethe serve como embasamento metodológico para a pesquisa biográfica, porque trabalha com a transdisciplinaridade e permite uma abordagem no nível da complexidade da biografia humana. A fenomenologia goethiana é uma postura investigativa com o intuito de descobrir padrões típicos e tendências na existência humana, permitindo ao sujeito realizar um processo de autotransformação para a formação da própria identidade.
AUTONOMIA E EDUCAÇÃO- A TRAJETORIA DE UM CONCEITO
O conceito de autonomia tem sido construído, historicamente, no contexto de diferentes características culturais, econômicas e políticas que configuram as sociedades ao longo de seu percurso. Assim, este artigo busca desvendar, primeiramente, seu significado no âmbito do pensamento histórico, político e filosófico. A realização de um painel sobre sua construção teórica e trajetória é de fundamental importância para se discutir, em seguida, as possíveis vinculações entre o conceito e seu uso instrumental na área da educação. AUTOGESTÃO -AUTONOMIA -EDUCAÇÃO ABSTRACT AUTONOMY AND EDUCATION: THE TRAJECTORY OF A CONCEPT. Historically, the concept of autonomy has been constructed within the context of the different cultural, economic and political characteristics that have comprised societies over the course of history. This article seeks first to reveal their meaning in the course of historical, political and philosophical thinking. An understanding of their theoretical construction and trajectory is of fundamental importance to be able to discuss the possible connections between the concept and its instrumental use in the area of education.
Sobre a Autodidaxía e a Autárkeia de Epicuro
Archai: Revista de Estudos sobre as Origens do Pensamento Ocidental, 2009
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O ESTATUTO DA AUTOCONSERVAÇÃO NA PRIMEIRA TEORIA PULSIONAL FREUDIANA
Estudos Interdisciplinares em Psicologia, 2020
RESUMO Este ensaio teórico discorre sobre o estatuto da pulsão de autoconservação no âmbito da teoria de Freud, com o objetivo de analisar os referenciais organicistas e funcionalistas como fundamento epistemológico da psicanálise. A teoria das pulsões sofre transformações substanciais ao longo da obra freudiana, sendo sujeita a diversas interpretações que, em geral, relegam a um segundo plano ou mesmo excluem as pulsões de autoconservação do campo da psicanálise. Apresentam-se os fundamentos dessa teorização nos textos freudianos sobre a primeira teoria pulsional e a complexidade de sua caracterização, em especial as questões de sua fonte e sua filiação a funções biológicas, a labilidade de seu objeto, o seu papel na dinâmica defensiva e no desenvolvimento psicossexual. Discutem-se as interpretações desse legado a partir de sua dupla filiação: humanista e naturalista. Conclui-se que essa problemática é um ponto de tensão importante na caracterização da heterogeneidade epistemológica da psicanálise como campo de saber.