Moral kantiana e ética da Psicanálise (original) (raw)
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Sobre a ética em pesquisa na psicanálise
Psico, 2012
Este artigo tem como ponto de partida uma reflexão sobre a amplitude de pressupostos éticos na inter-relação estabelecida com a prática da pesquisa no âmbito universitário. Contextualiza-se a temática da ética em pesquisa, considerando-se a especificidade ética de produções psicanalíticas e trabalha-se a ética própria às produções acadêmicas oriundas do percurso de uma análise. Quatro argumentos sustentam a vigência de uma ética própria às investigações psicanalíticas: não revelar dados que possam identificar o sujeito; utilizar sempre casos clínicos de tratamentos analíticos encerrados; realizar uma pesquisa documental que consista numa reflexão pós-fatos e trabalhar com fatos clínicos e não com o caso clínico em profundidade e extensão. Ressaltam-se a relevância e a necessidade de a Academia fomentar e viabilizar investigações que promovam o avanço do conhecimento psicanalítico, tendo como sustentação uma metodologia e pressupostos próprios dessa disciplina.
A amizade e a ética da psicanálise
Psicologia Clínica, 2014
A amizade e a ética da psicanálise A amizade e a ética da psicanálise friendship and ethiCs of psyChoanalysis la amistad y la étiCa del psiCoanálisis
Educação e Pesquisa, 2004
This article deals with Kant's moral anthropology, in which his considerations about education are included. Kant's ethics is routinely treated in such way that we fail to grasp its empirical part, many times denied. Such empirical part consists of this moral anthropology that enables us to embrace in our will, through education, and specifically through what Kant calls the "ethics didactics", the moral laws in their principles, and also to ensure their efficacy in our social world. Given that Kant says that "man, influenced by some many inclinations, is actually capable of conceiving the idea of a practical pure reason, but he is not so easily endowed with the strength needed to effect it in concreto in his behavior", we must implement our tenets of behavior through education and through the cultivation of our spirit. That will lead us to the theses of a virtue taught to the young who later will learn to make use of his freedom. This text is divided into six short parts, namely: a brief introduction, a study about moral anthropology, the issue of education within that anthropology, a brief analysis of Kant's On Pedagogy (Über Pädagogik), in which we focus on the stages of education as seen by Kant and on the important issue of character formation, and finally a short conclusion.
A psicanálise como experiência ética e o problema da cientificidade
Revista Mal Estar E Subjetividade, 2009
de experiência perceptiva ou cognitiva, e a segunda não se referirá a um princípio ou regra ou conjunto de princípios ou regras de determinação de ação que procuram a realização ou conquista de um bem. Finalmente, concluiremos que a experiência analítica como experiência ética se produz no reconhecimento da lei que provoca um para-além-da-lei que se distingue estruturalmente do gozo absoluto. O artigo contribui com debate sobre o estatuto da psicanálise como prática teórica e clínica e com as discussões sobre ética no âmbito da filosofia em uma tradição sui generis que pode ser compreendida a partir de Kant, Heidegger e Lacan.
Criança e discurso: a ética da psicanálise
Epistemo-somática, 2007
Subtítulo O valor do lugar simbólico que a criança ocupa,ao nascer, na constituição do sujeito:meninos destinados a se tornarem bandidos? Autor SANDRA SEARA KRUEL Qualificações do autor psicóloga ,psicanalista,membro do cpmg,dess pela unversite de paris 5 e aesa pela universidade de paris 7 Resumo O discurso como laço social e o fantasma subjetivo são ambas tentativas de regulação do gozo. Na constituição subjetiva , é o supereu que trata da internalização de valores sociais. O inconsciente é discurso do Outro é a frase em torna da qual a ética da psicanálise pode ser colocada.As determinações geradas pelo lugar simbólico que aguarda o sujeito ao nascer são exemplificadas através da casuística de adolescentes que cometem atos infracionais. Palavras chave: discurso -fantasma-supereu Titulo em francês ENFANCE ET DISCOURS: l´ÉTHIQUE DE LA PSYCHANALYSE Resumo em francês
Do bem supremo à ética do desejo: contribuições da psicanálise à discussão ética
No seminário de 1959-60, o psicanalista Jacques Lacan anuncia sua decisão de abordar ali o tema da ética da psicanálise. Para uma clara compreensão da contribuição freudiana, ele resgata, como contraponto, a referência aristotélica da Ethica Nicomachea. Nessa obra, Aristóteles está em busca de um bem mais excelente, e este corresponde à felicidade. Ele pode ser alcançado pelo uso da atividade racional aliado à prática da virtude. Se, para Lacan, a investigação aristotélica comporta certa idealidade, o registro psicanalítico funda-se a partir da realidade. Para isso, ele retoma a noção freudiana de das Ding. Como objeto da primeira experiência de satisfação, das Ding fundará todo o encaminhamento do sujeito. Na estrutura neurótica, entretanto, o reencontro com das Ding é excessivo; o sujeito não o pode suportar. É por trás dessa realidade sem predicação que é das Ding que Lacan encontrará a realidade que ordena, a saber, a lei da interdição do incesto. É nessa dimensão que o sujeito, em análise, é convocado a advir. O presente estudo, portanto, tem como objetivo realizar esse percurso -do bem supremo aristotélico à ética do desejo -, apontando as contribuições da psicanálise à discussão ética.