FILOSOFIA E EXPRESSIONISMO (original) (raw)
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NOVOS MEIOS DE EXPRESSAO FILOSOFICA
A presente dissertação tem por objeto o conteúdo da produção ficcional e ensaística do escritor Jorge Luis Borges, mais especificamente aquela composta durante as décadas de 1930 e 1940 e que tocam ou tematizam temas metafísicos. O objetivo é investigar se existe ali, subjacente, um projeto filosófico, e quais são as linhas gerais desse projeto. A introdução inclui breves considerações a respeito da importância da obra de Borges para o pensamento ocidental da segunda metade do século XX. O primeiro capítulo discute as limitações que se impõem a um projeto filosófico inscrito numa obra ficcional, e o horizonte de sua eficácia crítica. No capítulo seguinte, investigam-se os ensaios metafísicos que o escritor redigiu ao longo do período analisado, em busca de suas raízes filosóficas. Esse esforço concentra-se nas interpretações feitas por Borges dos sistemas edificados por Georges Berkeley, David Hume e Francis Herbert Bradley, e conduz à discussão da refutação, promovida pelo escritor por meio da aplicação do princípio dos indiscerníveis, da concepção de tempo que permeia a corrente idealista britânica. A refutação borgiana do tempo traz consigo, no entanto, o solapamento da noção de identidade pessoal, noção que, no entanto, é autoevidente. Tal paradoxo, demonstrase no terceiro e último capítulo, Borges tentará resolvê-lo por meio de um mergulho crítico no sistema de Gottfried Leibniz, não mais pela via do discurso ensaístico, mas por meio da prosa ficcional. Nesse sentido, o capítulo final inclui um esboço do método pelo qual Borges, valendo-se dos recursos modais do discurso ficcional, coloca em discussão discursos de valor veritativo pretensamente superior, como é o caso da filosofia; bem como a resenha de contos escritos por Borges que ecoam categorias integrantes do sistema de Leibniz, com o objetivo de evidenciar a aplicação desse método e, por conseguinte, o sentido daquelas narrativas, que é, segundo nossa hipótese, de exibir, cada qual sob um ponto de vista diferente, a contradição fundamental do organismo conceitual leibniziano. Essa contradição consiste em que, malgrado todos os esforços do filósofo em resguardar a liberdade humana diante de uma cosmologia matemática perfeita e infinita, e não obstante a afirmação da independência individual da mônada, a condição humana que decorre dessa ordem é humilhante e nulificadora para o homem, pois o reduz a uma simples peça de um rígido sistema cósmico.
Revista Contemplação - FAJOPA, v. 27, 2022
Resumo: O presente texto trabalha com a hipótese de que a análise narrativa, como método de exegese bíblica, se constitua como a abordagem mais adequada para a interpretação hodierna da Bíblia e que, só recentemente, com os avanços da filosofia da linguagem, essa constatação tornou-se possível. Em vista de se verificar a razoabilidade dessa proposição, pretende-se demonstrar, ao longo da história da interpretação bíblica, que as metodologias exegéticas sempre estiveram a serviço da teologia, enquanto esta, por sua vez, acessava a Bíblia na perspectiva de se validar os pressupostos filosóficos correntes em cada período da história da teologia. Portanto, discorrer-se-á, desde o período do Segundo Templo até a atualidade, acerca da interrelação entre Bíblia, teologia e filosofia. Em seguida, sob o amparo filosófico de autores hodiernos, demonstrar-se-á o quão surpreendente pode ser uma exegese literária, visto que, acima de tudo, a Bíblia é literatura religiosa. Além disso, atendendo a expectativa racional acerca da cientificidade exegética das narrativas bíblicas, apresentar-se-á a análise narrativa como proposta metodológica viável para se promover uma interação não fundamentalista entre o mundo narrado e o mundo do ouvinte-leitor das Escrituras Sagradas do cristianismo. Tal entrepresa, por conseguinte, requer que se inverta a ordem milenar na qual a interpretação bíblica sempre desempenhou o papel de coadjuvante no palco teológico-filosófico. Quem sabe, se a exegese bíblica, respaldada pela filosofia da linguagem, assumir o protagonismo, a teologia contemporânea não possa adentrar um novo estágio, dialogando objetivamente com a experiência espiritual da humanidade, em face de suas mais profundas questões existenciais.
DICIONÁRIO DE FILOSOFIA TEXTO PREPARADO POR EDUARDO GARC A BELSUNCE E EZEQUIEL OLASO TRADUZIDO DO ESPANHOL POR ANTÓNIO JOSÉ MASSANO E MANUEL PALMEIRIM PUBLICAÇÕES DOM QUIXOTE LISBOA 1978 ALGUNS DADOS SOBRE JOSÉ FERRATER MORA: --José Ferrater Mora nasceu em 1912, em Barcelona. Estudou na sua cidade natal, indo viver depois, sucessivamente, para Cuba, (1931)(1932)(1933)(1934), Chile (1941Chile ( -1947, e Estados Unidos, onde ainda reside.
O conceito de tolerância, visto na superfície, parece algo claro e imediato -mas isso acontece com a visão superficial de qualquer conceito. Porém a etimologia e o uso corrente nem sempre são bons conselheiros quando se trata de conceitos elaborados numa longa história de lutas e de polêmicas memoráveis. Muita gente rejeita, de entrada, o termo; pois lhe lembra as "casas de tolerância", e uma atitude neutra de quem não quer aceitar e muito menos amar o outro, mas apenas 'tolerar', permitir como um favor ou condescendência, que ele exista. Outros acham que a tolerância supõe abdicar da verdade, da certeza, e submergir num total relativismo, desacreditando todos os valores. Outros dizem que é, no fundo, um conceito contraditório, pois os tolerantes sempre supõem um limite, sempre admitem algo "intolerável" (pelo menos a própria "intolerância"). Exemplo notório disso é Locke, que, na sua Epístola de Tolerantia -o primeiro escrito sistemático sobre a tolerância -, diz que os católicos não deviam ser objetos de tolerância, por serem intolerantes. Mas então também os muçulmanos e tantos outros. Só caberiam na sua tolerância os livre-pensadores e os protestantes de sua Inglaterra.
A FILOSOFIA COMO TRAVESSIA: UMA APRENDIZAGEM FILOSÓFICA A PARTIR DA LITERATURA, 2019
Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Filosofia (PROF-FILO), núcleo da Universidade Estadual do Paraná, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Filosofia.
RESUMO: O artigo trata das relações entre mito e filosofia enquanto formas do discurso humano. A análise filosófica da narrativa mítica a partir do modelo metafórico e a compreensão da consciência mítica, como forma originária da presença do ser humano no mundo, revelam o mito como sabedoria, pela qual os grupos humanos garantiram sua sobrevivência e identidade e na qual formulam o sentido de sua existência.