A Marinha Grande e as Invasoes Francesas (1) (original) (raw)

A Marinha Grande e as Invasões Francesas

2023

Este trabalho foca-se na análise dos impactos das invasões francesas na Marinha Grande, de forma a perceber como uma grande conjuntura histórica tem repercussões ao nível local. Será através deste tipo de historiografia que melhor se compreenderá os efeitos das passagem das tropas francesas em Portugal e os impactos económicos e políticos que daí surgiram. São tratadas questões relativas a demografia, património edificado, às forças militares que passaram na Marinha Grande, à recuperação económica, e repercussões políticas e sociais. É a conjugação destes diversos fatores que permitem analisar o período das invasões francesas como um momento de rutura entre o Antigo Regime e a instauração do Constitucionalismo português. As principais mudanças surgiriam na primeira metade do século XIX, com a aplicação das reformas liberais, mas perduraria na Marinha Grande marcas de resistência e de acolhimento de ideias de pendor revolucionário ao longo do século XX.

As destruicoes das Invasoes Francesas em Leiria

2009

A partir dos livros das Décimas Provinciais apresentam-se os estragos provocados pelas invasões francesas na cidade de Leiria. A comunicação resume o número de casas ardidas, destruídas, alagadas, não ocupadas ou ocupadas nesta cidade. A “Conta publicada pela Comissão encarregada de dirigir a distribuição do donativo votado pelo Parlamento do Reino Unido da Grã-Bretanha, e Irlanda pelo socorro das terras de Portugal devastadas pelo inimigo em 1810” publicada em Lisboa em 1813, permite confirmar a situação que se encontra a região depois da saída das tropas francesas. O relato de algumas das atrocidades cometidas quando da saída das forças militares comandadas por Massena, faz-nos aperceber o quadro e confirma que sendo grande a destruição na cidade de Leiria a redução efetiva de população, levou a que demorasse anos a sua recuperação. O impacto da guerra foi de longa duração, pois a maior parte dos edifícios de Leiria foram sendo lentamente reconstruidos, mas como foram quase sempre mantidos o cadastro e os alinhamentos medievais, levou a que, no período romântico, fosse tal considerado como um empecilho ao progresso, mas tal hoje é considerado uma mais-valia em termos de identidade e mesmo em termos de potencial turístico.

O AQUARTELAMENTO MILITAR NA CASA NOBRE PORTUGUESA: DAS INVASÕES FRANCESAS ÀS GUERRAS LIBERAIS

Actas do 4º Congresso Internacional Casa Nobre - um património para o futuro, 2014

"A minha casa de Benfica tornou-se um verdadeiro quartel general com as suas secretárias. A sala dos retratos, que era então casa do docel, passou a ser o quarto e cama do General Wellesley; (...). A apparição do quartel general em minha casa pareceu um sonho, (...)". in “Memórias do Marquês de Fronteira e d’Alorna”

A Marinha na I Guerra Mundial

2014

O desenvolvimento industrial do século XIX levou as potências europeias a olhar para os recursos naturais africanos como matéria-prima fundamental para o seu desenvolvimento económico. Portugal mantinha sob sua soberania diversos territórios em África, desde os séculos XV e XVI , e viu os seus interesses seriamente ameaçados pela Inglaterra e pela Bélgica. A conferência de Berlim de 1884-85 alterou o paradigma da soberania territorial ultramarina. Todavia, a ocupação efetiva dos territórios ultramarinos decorreu num período de grandes dificuldades económico-financeiras e o orgulho nacional ficou ferido após o rei D. Carlos I ter, sob ultimato inglês, mandado retirar as tropas nacionais de uma região disputada entre os dois reinos. Em 1910, o desagrado geral nacional levou à implementação da república mantendo-se, todavia, uma grande instabilidade política. Logo depois, em 1914, iniciou-se a I Guerra Mundial, tendo Portugal entrado no conflito em 1916. No período conturbado da guerra, a defesa dos interesses nacionais implicou a ação da Marinha e a sua transformação genética, organizacional e operacional. Foram montados dispositivos de defesa portuária, realizado transporte de tropas para França, Angola e Moçambique, foram realizadas escoltas de proteção a navios mercantes. Foi edificada a capacidade de aviação naval e reforçada com três navios a capacidade submarina. O crescimento dos recursos humanos foi, essencialmente, realizado com base no recrutamento de marítimos. Ao nível da organização, foi garantida a unidade de comando através da subordinação da Direção Geral da Marinha e da Administração dos Serviços Fabris à Majoria General da Armada. Este artigo identifica e descreve as ações militares realizadas pela Marinha durante a I Guerra Mundial, bem como as alterações organizacionais e genéticas realizadas para responder às necessidades nacionais no âmbito marítimo e naval.

2010--As Epígrafes das secções de "Invenção do Mar" de Marinhas del Valle

ANTÓNIO GIL HERNÁNDEZ-Epígrafes nas secções de INVENÇÃO DO MAR, de Marinhas del Valle, 2010

O artigo foi apresentado como comunicação ao Colóquio da Lusofonia (Bragança, 2010). Nele comento as epígrafes mistas, curiosamente mistas, com que Marinhas del Valle abre as secções do seu "sonetário" INVENÇÃO DO MAR. O texto acha-se incluído como posfácio na minha edição do citado "sonetário".

As perdas da frota mercante portuguesa durante a Grande Guerra

JORNADAS DO MAR 2014 - MAR: UMA ONDA DE PROGRESSO, 2015

AS PERDAS DA FROTA MERCANTE PORTUGUESA DURANTE A GRANDE GUERRA O mês de Março de 1916 assinala o início da participação oficial da recém-criada República Portuguesa na Grande Guerra. Na sequência da requisição dos navios mercantes Alemães surtos em portos Portugueses, a Alemanha declara formalmente guerra a Portugal no dia 9, a que se segue a declaração de guerra da Áustria dois dias depois. Com a entrada no conflito a frota mercante portuguesa passa a constituir um alvo legal para os submarinos alemães, e entre 1916 e 1918 vários navios arvorando pavilhão Português são afundados em acções de guerra. De cargueiros a vapor de grande tonelagem a simples caíques de pesca, do Mar do Norte aos Açores, da Terra Nova ao Mediterrâneo, a frota mercante Portuguesa acumula perdas que se estimam, grosso modo, em quase um terço do seu efectivo. A indemnização pelas perdas da frota mercante constitui precisamente um dos pontos que Portugal pretende apresentar na Conferência de Paz de 1919, em Paris, pela mão dos delegados Portugueses Egas Moniz, Freire de Andrade e Conde de Penha Garcia. No entanto, talvez fruto dos tempos conturbados da Iª República, o rigor da listagem de navios perdidos é hoje em dia questionável. Diferentes fontes apresentam nomes, quantidades e causas de afundamento diferentes para os navios perdidos. São essas fontes que nos propomos analisar, comparando-as, numa tentativa de elencar que navios constituíram as perdas reais da frota mercante. Ao mesmo tempo, e porque são volvidos quase 100 anos sobre o seu afundamento, procuraremos apontar, tanto quanto possível, as áreas dos naufrágios, com especial enfoque naqueles que ocorreram na costa Portuguesa, na expectativa de contribuir para a eventual identificação e valorização do Património Cultural Subaquático, bem como para a sua historiografia.

GUIANA FRANCESA E MALVINAS: A PRESENÇA MILITAR DA FRANÇA E DO REINO UNIDO NO ATLÂNTICO SUL E NO CONTINENTE SUL-AMERICANO

Austral: Revista Brasileira de Estratégia e Relações Internacionais , 2018

A questão das Malvinas catalisa a atenção dos pesquisadores nos estudos relativos à presença militar de atores extrarregionais na América do Sul. Contudo, a França, um Estado igualmente exógeno às nações sul-americanas, se faz presente na região, mantendo um território colonial, onde se encontram posicionados contingentes e instalações militares, quase sempre ignorados nos estudos de segurança regional. Neste contexto, o artigo tem como objetivo evidenciar a presença militar da França e do Reino Unido na América e Atlântico Sul e analisar as tensões decorrentes dessa presença, em relação à visão brasileira de defesa para a região.

A Marinha Portuguesa na Grande Guerra (1916-1918): O afundamento do caça-minas Roberto Ivens

A Marinha Portuguesa na Grande Guerra (1916-1918): O afundamento do caça-minas Roberto Ivens, 2018

O caça-minas Roberto Ivens foi o primeiro navio da Marinha Portuguesa a perder-se durante a Grande Guerra. No seu naufrágio desapareceram 15 elementos da guarnição, todos eles vítimas acidentais de uma mina submarina alemã colocada na barra do rio Tejo. Talvez relegado para segundo plano pelo encontro do patrulha-de-alto-mar Augusto de Castilho com o submarino alemão U139, combate desigual que se viria a tornar o grande momento iconográfico da participação da Armada Portuguesa na Grande Guerra, o episódio do afundamento do caça-minas Roberto Ivens nunca mereceu mais do que duas ou três linhas na bibliografia portuguesa sobre “a guerra que iria acabar com todas as guerras”. Neste livro aprofunda-se o estudo do episódio do afundamento do caça-minas Roberto Ivens e propõe-se uma abordagem multidisciplinar que permita apresentar várias reflexões sobre aspectos tão diversos como as pensões de sangue e a conquista dos direitos sociais durante a Iª República, o reconhecimento público dos ex-combatentes através da falerística, memória e história oral, arqueologia e património cultural subaquático, e ainda a moderna tecnologia usada na prospecção geofísica e na exploração dos fundos marinhos aplicada à arqueologia subaquática e à história.

Os desdobramentos da apreensão de uma nau francesa pela expedição de Martim Afonso de Sousa em 1531 - Vagner R. Rigola

Revista Faces de Clio, 2022

This article analyzes the first events of the voyage carried out by Martim Afonso de Sousa to the South American continent between 1530 and 1533. It is known that upon reaching the northeast coast of the Brazilian colony, this fleet seized three French ships, one of them sent to Portugal at the end of February 1531. In order to deepen the knowledge about the identification, repercussion of the capture and destination of the contents of the prey sent to Europe, the study detaches itself from the expedition of Martim Afonso de Sousa and passes to follow the outcome of this ship's return to the old continent. The creation of two appendices based on the unloading book of the captured vessel aims to systematize the transactions for the sale of pau-brasil contained therein, as well as the cataloging of expenses with unloading, accommodation, storage and other services related to the destination of the contents of such ship. It is understood that the tabulation of these data can serve as a subsidy for future research on the subject, with the potential for analysis from different perspectives.